O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 23 a 30/06, dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) o início do julgamento de Bolsonaro ; ii) a campanha de arrecadação de fundos via PIX de Bolsonaro; iii) o segundo dia de julgamento e a decisão do relator.
Ao todo, foram analisadas 146 interações, que totalizaram 4.331 palavras.
G1 (Bolsonaristas Convictos) | G2 (Bolsonaristas Moderados) | |
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Início do Julgamento | A maioria do grupo havia acompanhado o julgamento e mostrou-se contente com a atuação do advogado de defesa. Mas o adiamento foi avaliado como uma maneira de "disfarçar" a pressa em condenar Bolsonaro, sendo uma artimanha do TSE para demonstrar que o caso foi cuidadosamente avaliado. | A maioria do grupo avaliou que o julgamento não havia ocorrido, devido ao adiamento do mesmo para outra data. Muitos afirmaram não ter acompanhado o mesmo. Para alguns, o adiamento foi avaliado como sinônimo de uma "reviravolta", com o sucesso da defesa obrigando o STF a buscar mais tempo. |
Arrecadação via PIX | Todos os participantes aprovavam a ação, avaliando como uma forma de ajudar Bolsonaro a combater as injustiças sofridas. Muitos participantes afirmaram terem realizado doações por PIX para o ex-presidente. | A maioria do grupo reprovou e repudiou a iniciativa, argumentando que nenhum político merece a ajuda da população, por possuir condições financeiras muito superiores aos demais cidadãos. Os bens e a riqueza de Bolsonaro foram também listados por participantes. Ninguém se dispôs a contribuir. |
Parecer do relator | Os participantes mostraram-se revoltados e injustiçados com o andamento do julgamento, arguindo sob diversas perspectivas, mas com bastante foco em atacar Lula e o STF. Poucos sabiam de fato os detalhes do julgamento, mas unanimamente o grupo defendeu a inocência de Bolsonaro. | O grupo ficou muito dividido em seus argumentos: alguns concordaram com o voto do relator, por considerá-lo justo; outros (maioria) partiram para o ataque às urnas eletrônicas, validando as falas de Bolsonaro; e outros ainda retomaram os discursos de armação contra o ex-presidente. |
Enquanto a maioria dos participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) havia acompanhado o julgamento, o contrário ocorreu no grupo 02 (bolsonaristas moderados), no qual a maioria dos participantes disse não ter acompanhado.
Entre os argumentos utilizados, a prorrogação (já prevista) do julgamento foi avaliado pelos mais convictos como um indício de que Bolsonaro estaria "virando o jogo", devido à percepção de que seu advogado o havia defendido brilhantemente e provado sua inocência. Contudo, a certeza da maioria era a de que Bolsonaro já estaria condenado, por suposta armação entre o STF, a mídia e a esquerda, e que eles adiaram para ter mais tempo de reorganizar os "motivos falsos" e justificar a decisão.
A certeza de que o legado de Bolsonaro permanecerá ativo foi presente, com narrativas acerca dele se mostrar muito forte elegendo sucessores, caso o mesmo não possa se candidatar.
"Achei o advogado do presidente Bolsonaro muito bom, o discurso de defesa dele foi excelente, não deixou dúvidas sobre a perseguição em cima da direita e provavelmente do presidente Bolsonaro. Acredito que por isso o julgamento foi adiado pra terça-feira. Mas como não temos mais justiça no Brasil, tudo é possível e temos que aguardar os acontecimentos." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Sim, o advogado dele foi bem cirúrgico quando deu a explicação do caso, se ele ficar inelegível vai o enterro de vez da justiça no Brasil, aí vamos ter a certeza que estamos perdidos de vez." (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Sim, estou acompanhando. O que posso dizer é que esse julgamento cuja sentença já foi decidida a vários meses se tornou um circo principalmente para essa mídia jornalística corrupta e eu só lamento tanto por não acreditar na justiça desse país, com certeza já tá certo o final, estão só adiando pra não inflamar mais os ânimos do povo." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)
"Sim, estou acompanhando pelos jornais e mídias sociais e o que eu acho é que suspensão foi nada mais, nada menos que o desespero desse juristas em condenar um inocente sem provas! Eles sabem que não tinham como avançar com essa acusação e então suspenderam para deixar as pessoas confusas! " (G1, 39 anos, contadora, BA)
"Infelizmente sim, estou acompanhando. Esse resultado parcial é somente para dar a impressão de que o resultado já não está decidido, pra fazer suspense, infelizmente. Mas, o pior do resultado que já é certo, é a credibilidade e o respeito dessa gente perante a população. Se Bolsonaro for inelegível, ele ficará mais forte, ele vai repassar muito mais voto para seu sucessor." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)
"Eu achei o advogado do Bolsonaro muito bom acredito que foi adiado por falta de provas." (G1, 18 anos, aprendiz, SP)
"Achei interessante. A defesa de Bolsonaro colocou como julgamento anticonstitucional ferindo a democracia. Apresentou muitos fatos que desabonam Bolsonaro das acusações e graças a isso foi suspenso para dia 27 e dia 29. Mas duvido que com STE e STJ com maioria de esquerda possam aceitar qualquer coisa vinda dia advogados de Bolsonaro. Agora quanto a notícias como sempre umas a favor e outras contra o presidente com opiniões próprias" (G2, 43 anos, comerciante, TO)
"O ministro teve que ir para casa estudar esse final de semana como sair dessa sinuca de bico, o advogado de defesa deu um show." (G2, 39 anos, administradora, BA)
Conforme já dito, os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) consideraram que o julgamento não havia ocorrido, desconsiderando os ritos iniciais de defesa e acusação.
"Não teve julgamento foi adiado para o dia 27 , próximo segunda feira" (G2, 53 anos, fiscal, CE)
"Não teve julgamento" (G2, 38 anos, gerente de imobiliária , SP)
"Até agora nada de concreto, como foi suspenso até o dia 27 deve ser para analisar com mais cautela, acho que deve sim ser melhor analisado e por enquanto está muito tranquilo" (G2, 28 anos, autônoma, DF)
"Vamos esperar dia 27/06 para o julgamento , já que ontem o julgamento foi adiado." (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)
O papel da mídia novamente causou divisão de opiniões entre os grupos, com os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) avaliando que a mídia estava condenando Bolsonaro, comemorando o fato e noticiando fake news a respeito do ex-presidente.
Já os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) apenas falaram da grande repercussão que o tema teve, avaliando como algo normal, por se tratar de um ex-presidente.
"Acompanhei um pouco e Alexandre de Morais suspendeu e marcou para o próximo dia 27, acho que isso que aconteceu por falta de provas e estão enrolando! Eu acho que o noticiário sobre o julgamento é como Bolsonaro disse, uma tempestade num copo d' água, desnecessário!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)
"E a mídia continua com as mentiras "fake News", ontem a CNN falou que o presidente Bolsonaro tá calado e triste, sendo que ele tava todo feliz viajando para Porto Alegre e foi recebido por uma multidão, o pior é a gente ver tudo isso e escutar as mentiras desses jornazistas de esquerda, dá nojo ouvir essa mídia podre!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"A meu ver o noticiário da emissora plim...plim, é a favor que Bolsonaro se torne inelegível, pois esta emissora é totalmente imoral e contra os costumes cristãos!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)
"Não acompanhei. Mas certamente a Globo deve estar noticiando igual as Telesena 1/1h. Oremos para que não seja punido, o que será bem difícil pois acredito em retaliações do PT." (G1, 25 anos, estudante, ES)
"Essa mídia está mais forte que vendida e batalhando de forma extremamente desleal para a Inegibilidade do Presidente, para atender interesses próprios! O que estamos vendo na Rede Globo, chega ser imoral, pois se uma pessoa não tiver conhecimento da verdade, vai acreditar nessas fake news que eles propagam!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"Como foi adiado vamos ter aguarda,acho que o noticiário tá fazendo muita especulação isso sim." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)
"Os noticiários estão eufóricos e toda hora falam sobre o julgamento todos querendo saber o final" (G2, 38 anos, vendedor, RS)
"Até agora não houve o julgamento, como foi adiado e a mídia tem feito apenas especulações de voto e acredito que ele será inelegível." (G2, 26 anos, administrador , GO)
"Como ainda de fato não teve o julgamento, não tem como tirar conclusões, vamos aguardar até o dia que realmente ocorrer. O noticiário de fato é bem falado devido se tratar de um ex presidente" (G2, 31 anos, contadora, BA)
"Vamos esperar. Pois não teve julgamento. Mais às mídias sociais estão explorando muito esse julgamento pois se trata de um ex-presidente. Contudo ainda há muito por vim . Vamos esperar os próximos capítulos desse julgamento histórico" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
Seguindo a tendência, houve divergências extremas entre os participantes dos dois grupos.
Os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) mostraram-se totalmente receptivos à ideia, elogiando a iniciativa e avaliando-a como uma maneira de demonstrar apoio a Bolsonaro e ajudá-lo a combater toda a injustiça que vem sofrendo. Muitos disseram ter ajudado com doações e muitos se prontificaram a aderir à campanha, mesmo que de modo mais simbólico, doando apenas 1 real.
"Eu acho que foi uma atitude de confiança e verdadeira amizade a Bolsonaro, e se eu tiver oportunidade e condições ajudo com certeza!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)
"Gostei muito da atitude dos deputados e amigos do Presidente Bolsonaro ele precisa desse dinheiro para pagar multas abusivas, ele é merecedor dessa ajuda, pena eu nao ter condições financeiras para ajudar se não ajudaria com certeza." (G1, 47 anos, secretária, MG)
"Acho válida a iniciativa porque estão processando o presidente Bolsonaro por crimes que ele não cometeu e por falar verdades e nada mais. Eu ajudei na campanha em 2018 e ajudei agora também, estou fazendo isso por meus filhos, não quero que eles vivam em um país comunista e fracassado, que é isso que vai acontecer se esse ex-condenado continuar no poder infelizmente!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Que campanha linda de se ver. Obvio que nem todos poderão ajudar, mas isso só mostra o quanto o bolsonaro tem de apoio. Enquanto isso, do outro lado, não se viu esse apoio quando o lula foi preso" (G1, 34 anos, artesã , SC)
"Eu acho muito nobre e pertinente a atitude dos deputados. A esquerda tem o jornalismo todo do lado deles, os artistas, os milionários das marcas lacradoras, o Judiciário e nós que somos da direita, somente temos um ao outro, precisamos sim nos ajudar para não permitirmos que sejam capazes de nos derrotar. Eu doei 1 real, pelo simbolismo" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)"
"Eu concordo com essa onda beneficente de transferência de PIX porque enquanto um ladrão governa o país a justiça persegue o melhor presidente que esse país já teve. Devemos defender esse que lutou por nós e sofre retaliações e perseguição. Vamos ajudar Bolsonaro sim. E não é questão de trouxa ou esperto, gado e essas baboseiras!!! Pode ser PIX de 1 REAL, ou centavos apenas!!! É a confirmação do VOTO que vamos mostrar com essa atitude!!!!" (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)
"Eu apoio e até já fiz um pix com um valor simbólico para mim e acredito que todos os patriotas que puder ajudar deveriam independente do valor o importante na minha opinião é apoiar o Bolsonaro." (G1, 18 anos, aprendiz, SP)
Os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) responderam de modo contrário a seus colegas, rejeitando a iniciativa, por considerá-la abusiva, pois os políticos em geral (inclusive Bolsonaro) possuem muito benefícios econômicos e condições mais que suficientes de arcar com seus custos e, por isso, não deveriam pedir ajuda para a população.
Ninguém do grupo havia contribuído.
"Acho o cúmulo do ridículo, não irei de nenhuma forma contribuir." (G2, 24 anos, promotora de eventos , DF)
"Que legal abordar esse tema ,.meus amigos eu nunca irei contribuir com essa asneira , falta de vergonha pedir pix pra contribuir com esses políticos , com salários e aposentadorias absurda, então acho uma vergonha e nunca irei contribuir, nem que eu fosse rico" (G2, 53 anos, fiscal, CE)
"Achei um absurdo om pedido e proposta pelos aliados. Ja tem os melhores advogados e a familia Bolsonaro dinheiro suficiente. Não contribuo de forma alguma." (G2, 43 anos, agente de turismo , GO)
"Apesar das multas parecerem injusta acho mais injusto ainda pedir pra população que tem uma renda muitas vezes inferior ao salário de um político. Ele já é aposentado e tem um salário ótimo e muitos anos de renda como político. Também vi em alguns posts do PT não sei se por ataque a quem apoia o ex presidente pedidos de pix para Lula. Não sei se procede ou é só chacota. Acho ridículo dar dinheiro para qualquer político sendo ele o que eu apoio ou não." (G2, 43 anos, comerciante, TO)
"Isso e uma grande palhaçada. O salário que ele ganhou da pra pagar e ainda sobra. Nuncaaaaaa vou contribuir pra tal palhaçada" (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Acho um absurdo esse tipo de pedido primeiro porque esses políticos ganham muito dinheiro tem várias mordomias, viagens etc agora querem o dinheiro do povo pra pagar as coisas deles é um absurdo e tem gente idiota que ainda paga um absurdo." (G2, 38 anos, vendedor, RS)
"Acho um deboche a população brasileira que paga seus impostos e não ver grandes retornos. Bolsonaro vive a anos as nossas custas, já arrecadou quantias absurdas de dinheiro, bem como milionárias propriedades de toda a sua família política como todos seus filhos, sendo alguns envolvidos em escândalos de corrupção, esses mesmo teriam condições suficientes de arcar com essas multas judiciais sem a necessidade de divulgação de pix para a população. Todavia contribui quem concorda e acha o ex-presidente necessitado!" (G2, 26 anos, administrador , GO)
Mais intensamente no grupo 01 (bolsonaristas convictos), os discursos sobre Bolsonaro estar sendo perseguido, injustiçado e o julgamento ser uma armação para tirá-lo das próximas eleições foram abundantes.
Alguns participantes questionaram a atuação dos Ministros, afirmando que os mesmos não respeitavam a Constituição.
Lula foi citado por alguns que afirmaram ser a justiça conivente com ele, utilizando-se para isso de informações falsas.
"Que palhaçada. Antigamente se seguia as leis ( Constituição). Agora vemos uma nova modalidade: a vontade dos ministros . Isso é uma retaliação da braba. Não há advogado que se pague para reverter essa situação. Acompanhei pelas mídias sociais." (G1, 25 anos, estudante, ES)
"Absurdo o que estão fazendo. Claro que tudo é manipulado pelo pt e esse presidente corrupto que só sabe manipular e comprar as pessoas.Cartas dadas antes mesmo do julgamento acontecer. Nosso Brasil vai de mal a pior e o povo ainda acha que vai melhorar" (G1, 47 anos, microempreendedora , SP)
"Sim, venho acompanhando! E acho lamentável essa frase do ministro Benedito, pois estão tentando de qualquer forma fazer uma lavagem cerebral do povo, tentando prejudicar Bolsonaro, isso é triste!!! E o pior é que temos que assistir tudo isso e não podemos fazer nada!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)"
"Sim, estou acompanhando, sem surpresas, infelizmente! Nós todos sabemos qual o real objetivo desse circo todo que o STF, juntamente com a ""impressa"" vem fazendo! Eles querem ineleger o Presidente a todo custo, pois sabem que a vitória em 2022 foi apertada e com certeza, não se repetiria em 2026! Estamos mas mãos desses comunistas sangnarios! Não sei aonde vamos parar, infelizmente!" (G1, 39 anos, contadora, BA)
"Estou acompanhando sim e como falei nos últimos dias, esta situação é uma vergonha! Estão tentando de todas as maneiras incriminar Jair Bolsonaro! Esse ministro Benedito Gonçalves do STE elaborou um roteiro completo e minucioso da tentativa de Golpe, tendo como ponto de largada a reunião com Embaixadores em Brasília. É triste demais, vejo como tem gente emburrecida nesse País! Estão soltando fogos por decisões arbitrárias e inconstitucionais feitas pelo judiciário por não gostar do Bolsonaro." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)
"Esse julgamento para mim é uma farsa, já está tudo premeditado, Bolsonaro já perdeu. Não existe nada relevante para tornar Bolsonaro ilegível.Acho sim que processo eleitoral existe fraudes." (G2, 39 anos, administradora, BA)
"Acompanhei sim. Acho que é muita armação e perseguição. Eles tão conseguindo o que realmente quer. Essa política brasileira viu kk sei não." (G2, 44 anos, autônomo , AL)
"Uma multidão de gente lutando pelos seus direitos virou antidemocracia. O rei da mentira, lula, falando que bolsonaro é o mentiroso. Parece mais o fim dos tempos. Enquanto isso o avião que o lula comprou tem até academia.. esse ministro é outro fantoche." (G1, 34 anos, artesã , SC)
Com maior ocorrência entre os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados), houve muitos questionamentos acerca da lisura das urnas eletrônicas e, consequente, apoio às falas de Bolsonaro. Alguns (novamente) reforçaram as teses de que as eleições foram fraudadas, com narrativas pessoais de problemas na hora do voto e repetição de histórias sem fundamentos ou provas.
"Pior é a gente assistir tudo isso sem poder fazer nada, o que esperar das próximas eleições se não podemos questionar as urnas? Estamos sendo censurados e o povo que votou no ex condenado ainda não se deu conta disso. Esse Benedito nem era pra votar nesse caso, porque sabemos o lado que ele escolheu, não temos mais justiça no Brasil, não sei como será nosso futuro." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Na minha opinião desde que inventaram voto eletrônico fiquei desconfiado dessa decisão, acho que tem marmelada nisso , tem um episódio que quero dividir com vcs , tem um tempo que não lembro a data , os americanos mandaram pro Brasil , uns especialistas em computação pra ver como era as eleições aqui no Brasil votação eletrônico , amigos quando eles viram como eram feitas, eles deram meia volta e foram embora sem querer saber de votação eletrônico lá nos Estados Unidos , então amigos se tratando de TSE , eu espero tudo" (G2, 53 anos, fiscal, CE)
"Fui votar nesta eleição e na hora que eu digitava o número do meu candidato que perdeu a urna apagava. Foi chamado o fiscal que fez a substituição da urna e quando fui votar não consegui porque diziam que eu já havia votado. Fiz o BO mas até hoje nem pra me ouvir fui chamado. Conheço várias outras pessoas que passaram pelo mesmo ou outro problema. O engraçado é que só dá problema se for o candidato nosso. Não ouve uma única reclamação de eleitores do atual presidente." (G2, 43 anos, comerciante, TO)
"Sempre achei que o processo eleitoral eletronico é passivel de fraudes e querem calar Bolsonaro por denunciar isso" (G2, 43 anos, agente de turismo, GO)
"Não acompanhei, mas não confio no processo eletrônico eleitoral. Parece uma grande armação contra o ex-presidente, até o momento não vi nada relevante para que ele se torne inelegível." (G2, 24 anos, promotora de eventos , DF)
"Estou inconformada com que estou acompanhando não tem crime nenhum tudo armação contra o Jair bolsonaro gostaria que provasse algum crime esse Alexandre sempre armando e outra não confio em processo eletrônico" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)
Alguns participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) concordaram com a arguição do Ministro, avaliando que Bolsonaro foi imprudente e irresponsável em seus atos, ferindo a constituição e a democracia.
"O papel da Justiça Eleitoral é fundamental para garantir a lisura e a credibilidade das eleições em qualquer democracia. A afirmação do Ministro Benedito Gonçalves destaca a importância de considerar os efeitos dos discursos violentos e das mentiras no contexto eleitoral, especialmente quando tais discursos questionam a integridade e a confiança depositadas na Justiça Eleitoral." (G2, 38 anos, gerente de imobiliária , SP)
"Está e uma frase de contexto judiciário. E o julgamento segue conforme os parâmetros pré estabelecidos por leis. Acredito que devido as provas cabais o ex-presidente Bolsonaro se tornara inelegível." (G2, 54 anos, gerente senior, PA)
"Sim estou acompanhando, o ministro acho que ele deu seu parecer e tá certíssimo alegando que bolsonaro é responsável pelo seus atos até mesmo alegando a reunião que bolsonaro participou antes das eleições e fora tudo mais foi justo sua afirmação de inelegibilidade." (G2, 38 anos, vendedor, RS)
"Acho que a frase fala mais sobre os atos que aconteceram, acho que a democracia deve ser sim respeitada e vista então acho que é coerente o posicionamento dele, caso comprovado deve ser sim apurado" (G2, 28 anos, autônoma, DF)
"Acredito que vai ser muito difícil bolsonaro sair ileso dessa, foram muitos falas sem provas de que realmente tem fraude na justiça eleitoral, foi irresponsável no calor do momento." (G2, 31 anos, contadora, BA)
A pergunta sobre o início do julgamento mostrou que os convictos estavam muito mais sintonizados nos acontecimentos que os moderados, que provavelmente não dão tanta importância para Bolsonaro, particularmente agora que já não é mais presidente. Ou seja, chamá-los a todos de “bolsonaristas” pode ser um exagero retórico, pois o fato de terem votado em Bolsonaro no segundo turno não significa todos emprestam adesão continuada ao ex-capitão.
Essa interpretação é confirmada pelas respostas à pergunta sobre a campanha de arrecadação via PIX. Enquanto os convictos aderem com fervor, os moderados repelem com igual energia, mostrando-se avessos a conferir a políticos, inclusive a Bolsonaro, esse privilégio. Ou seja, a excepcionalidade que marca o carisma de Bolsonaro só funciona com os convictos, para os moderados ele é mais um político.
Contudo, os moderados se dividiram quando confrontados com o parecer do relator, alguns preferindo ainda desconfiar das urnas eletrônicas e das instituições, enquanto outros concordavam com a condenação do ex-presidente.
A concepção do papel da grande imprensa também dividiu os grupos, pois os convictos atacaram-na como partícipe da conspiração para condenar Bolsonaro, enquanto os moderados viram a repercussão como normal, por se tratar de um ex-presidente. Mais uma vez detectamos a circulação de notícias falsas contra Lula entre os convictos.
É impressionante, contudo, notar que mesmo entre os moderados a fake news da fraude eleitoral está muito disseminada, dado que pede a corroboração de outras pesquisas para ser confirmado, pois é importante e preocupante.
Retirada de livros com conteúdo homofóbico.; Vitória de Trump.; Programa Pé de Meia.
Fragmentação da Direita; Anulação de condenações da Lava-Jato; Reunião de Lula com governadores
Participação do Brasil no BRICS; Mudanças de candidato no 2T; Caso Gustavo Gayer
Privatização de estatais; Fake News nas eleições; Eleição de policiais e militares
CPI das apostas online; Aumento da pena para crimes contra a mulher
Decisão do voto: Direita x Esquerda; Voto no PT; Campanha 2024 e expectativas; Avaliação dos Resultados
Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam
Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto
Manifestação convocada por Bolsonaro; Atuação de Marina Silva; Prisão de Deolane
Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida
Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais
Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas
Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais
ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro
Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal
Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet
Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula
Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista
Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro
Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia
Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar
Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904
Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; Escolas Cívico-Militares
Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News
Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações
Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas
SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente
Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas
Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes
Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura
Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid
Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura
#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres
Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos
Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró
#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula
Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM
Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa
Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal
Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos
#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF
#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.