Relatório 38

De 29/01 a 04/02

Temas:

  • Abin e Alexandre Ramagem
  • Carlos Bolsonaro e espionagem
  • Erros no ENEM
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 29/01 a 04/02 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, localidade de residência e religião em proporções similares às da população brasileira.
Também analisamos um terceiro grupo "virtual" formado pelos participantes que se identificaram como evangélicos, com o objetivo de capturar tendências específicas da opinião desse segmento demográfico. Esse grupo virtual é composto de 18 participantes de ambos os grupos.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) investigações sobre a Abin e Alexandre Ramagem; ii) suposto envolvimento de Carlos Bolsonaro com os casos de espionagem; iii) erros cometidos na aplicação e divulgação de resultados do ENEM.
No total, foram analisadas 128 interações, que totalizaram 4.375 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Investigações sobre a Abin O grupo ficou dividido entre os que avaliavam que a investigação era mais um ato de perseguição ao ex-presidente, acusando Alexandre de Morais de abuso de poder, e os que foram favoráveis à investigação, para que os fatos sejam apurados e os culpados punidos. Assim como os convictos, o grupo se dividiu entre os que reproduzem a narrativa de perseguição sofrida por Bolsonaro e aqueles que se dizem favoráveis à apuração dos fatos e punição dos culpados, desde que sem partidarismos no julgamento.
Envolvimento de Carlos Bolsonaro O grupo manteve seu posicionamento. A maioria continuou a avaliar que se tratava de perseguição ao clã Bolsonaro, com interesses em tornar todos inelegíveis. Outros avaliaram a conversa como uma prova, reforçando suas opiniões de que o caso deveria ser investigado mais profundamente e levado a julgamento. Os participantes se dividiram de maneira similar aos convictos, mas a maioria ficou com aqueles que defendem investigação imparcial e punição dos culpados, enquanto a minoria insiste na tese da perseguição.
ENEM O grupo ficou dividido entre os que avaliaram que os erros eram de responsabilidade dos organizadores e fato recorrente em muitas edições do exame e os que argumentaram ser o Governo Federal desinteressado em cuidar da educação no país. O grupo avaliou que a responsabilidade era dividida, entre governo e organizadores, e que se tratava de um grave problema recorrente do processo, que já deveria ter sido resolvido.
Pergunta 04
“O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou uma operação de busca e apreensão contra o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL, e policiais federais envolvidos em um esquema de espionagem ilegal promovido durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Polícia Federal, a Abin monitorou autoridades — entre elas ministros do STF —, jornalistas, advogados e policiais.” Vocês estão acompanhando esse caso? O que acham dessa investigação?
Perseguição Política

A maioria dos participantes, de ambos os grupos, acreditava se tratar de perseguição política, argumentando que Alexandre de Moraes estaria utilizando a estrutura do STF para prejudicar opositores do atual governo e agindo com abuso de autoridade.

Para esses, Bolsonaro seria inocente e não haveria nada de ilegal nas escutas feitas.

O governo foi acusado de dispender energias e recursos para perseguir o ex-presidente e não se preocupar com os verdadeiros problemas do país.

"É perseguição política, o Alexandre de Moraes está usando a instituição STF, bem como a PF, para perseguir oponentes políticos. Não tem nada de esquema de espionagem ilegal. Ramagem era da ABIN e trabalhava dentro dos protocolos corretos, Bolsonaro não tem a ver com isso."" (G1, 58 anos, empresária , PR)

"Minha opinião sobre essas investigações e que já está virando uma palhaçada e que o governo atual deveria ficar no que beneficia o país em melhorias e não com essa brigas de poder e de provar quem manda mais o governo" (G1, 24 anos, do lar, GO)

"Eu acredito que Alexandre de Moraes esta usando as ultimas armas que possui para atacar apoiadores do Ex presidente Jair Bssonaro, nada vai ser provado" (G1, 54 anos, corretora de imoóveis, SP)

"Acredito que essa perguição nao irá acabar tão cedo enquanto esse governo continuar,com provas falsas e etc. Alexandre de Moraes vai conseguir acabar com nosso país apoiando esse governo de mentiras e roubo." (G1, 19 anos, estudante, PA)

"Estou acompanhando sim. Na minha opinião isso é perseguição. Acredito que isso só veio a tona por estarem mexendo em coisas que são passadas. O presente é o que importa. Deveriam focar nos problemas atuais" (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

"Sim, um verdadeiro absurdo, uma decisão monocrática de um Ministro usurpador de poder e que diga-se de passagem, só têm tomado decisão que fere a Constituição, nove desses ministros tem que perder seus cargos, aliás, seria melhor que se fechasse o STF e que fosse aberto um Concurso para Ministros da Suprema Corte. Aí sim, o povo teria mais credibilidade." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)

"Vamos ver no que vai dar isso ,como sempre movimentação política contra o ex-presidente,e sabemos que realmente está no poder deveria está fazendo algo de útil para nosso país." (G2, 33 anos, desempregado , MA)

Favoráveis às investigações

Outros destacam a importância das investigações, apoiando a necessidade de se encontrar os responsáveis, independentemente de sua posição política.

Muitos expressaram sentimentos de descrença com a política brasileira, ao passo que manifestavam esperança de que o sistema judiciário não se corrompesse e agisse de maneira imparcial nas investigações e potencial julgamento.

"Não estou acompanhando o caso, mas acho que tudo deve ser investigado sim, que a verdade seja exposta" (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Ultimamente não acredito em mais nada vindo da politica do nosso pais, tudo deveria ser investigado e ser resolvido, quando não jogam por de baixo dos panos é instigado, ta na nossa cara mas nada muda." (G1, 24 anos, analista de TI, MT)

"Eu achei isso necessaro pois como lula é acusado de muitas coisas erradas o jair bolsonaro nao fica pra tras, entao significa que os dois sao iguais . tai as pessoas que a gente escolheu para ta no comando e a gente ta vende quem realmente sao . estou acompanhando sim esse desfecho iconico" (G1, 21 anos, babá, BA)

"Não acompanho. Mas investigações desse tipo são importantes para garantir a transparência e a legalidade das ações do governo. É fundamental que os órgãos competentes realizem uma investigação completa e imparcial para apurar os fatos e responsabilizar eventuais envolvidos." (G1, 17 anos, estudante, BA)

"Sim vi essa notícia e concordo que tens que ter investigações contra qualquer pessoa não interessa se se for deputado ninguém estar acima da lei." (G2, 45 anos, professor , RS)

"Acredito que a transparência, a imparcialidade e o respeito à lei são princípios fundamentais para garantir a justiça e a integridade das instituições. É importante que todas as partes envolvidas sejam ouvidas e que as investigações sejam conduzidas de forma imparcial e rigorosa." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Vi um pouco sobre o caso, mas não estou acompanhando.. mas acho que sim, tem que ter investigações e não importa se é deputado ou não .." (G2, 21 anos, enfermeira , GO)

Pergunta 05
Na segunda feira, Carlos Bolsonaro foi alvo de operação de policiais federais que cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do vereador, em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na casa de praia da família em Angra dos Reis (RJ). A Polícia Federal investiga se Carlos recebia informações ilegais da Abin, pois foi identificado um print em que uma assessora do vereador pede “uma ajuda” da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) com inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus 3 filhos. Vejam o print abaixo e digam o que pensam sobre essa situação.
Perseguição Política

A apresentação do print não foi suficiente para que os participantes mudassem suas opiniões. A maioria continuou a argumentar que a investigação seria parte de uma agenda de perseguição com o fito de encerrar a vida política de Bolsonaro e enfraquecer seus aliados no pleito futuro.

Alguns participantes expressaram novamente indignação com o que percebiam como uma distração dos problemas mais urgentes do país, com apelos por um foco maior em questões como inflação, projetos de governo e transparência nas contas públicas.

"Sinceramente eu já nem sei mais o que falar desses governantes atuais, deveriam ser Homens e Mulheres com responsabilidade e inteligência para governar esse país mais os atuais parecem mais adolescentes brincando de pega pega , o país tá cada dia pior e eles só na baixaria uma picuinha sem fim a acorrida pelo cancelamento e derrubar o adversário fala mais alto do que comprar seus dívida papéis de governo esse país já e claro pra todo mundo que o atual governo está empenhado em derrubar e acabar coma credibilidade dos apoiadores e aliados do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro agora ataca até às famíliares escandos em cima de escândalos em quanto o país só entra em uma calamidade sem fim eu estou completamente sem esperança em um Brasil novo e bem sucedido" (G1, 24 anos, do lar, GO)

"Não adianta a oposição esperniar, já tentaram várias vezes e não conseguiram nada contra Bolsonaro é melhor seguir governando e tentar fazer alguma coisa de útil para o povo brasileiro." (G1, 54 anos, funcionário publico, PB)

"Perseguição esclarecida, Lula quer derrubar Bolsonaro a todo custo. Daqui a alguns dias vão estar discutindo o porque que o ex presidente ofendeu uma baleia 🐳.. ele já tá com medo porque sabe que todos os prefeitos apoiados pelo nosso VERDADEIRO PRESIDENTE JAIR serão eleitos" (G1, 27 anos, professor, AM)

"A Globo agora está na perseguição do Bolsonaro, e seu filhos, querendo colocar ele na cadeia de qualquer jeito. Está feio o negócio! Esse ano vai ter eleição no rio de janeiro, e o Ramagem, e o Jordi vão concorrer lá no Rio. Então eles querem viabilizar, e colocar todos na cadeira para não participar da eleição lá. Mas não estão achando nada, os caras não são criminosos, né! Estão tentando inventar alguma coisa pra colar, mas não está dando certo." (G2, 58 anos, empresária , PR)

"É notorio e visivel que se quer de alguma forma uma vingança politica, usando da maquina do Estado, isso é fato!" (G2, 51 anos, eletrotécnico, RN)

Favoráveis às investigações

O print foi avaliado como mais um motivo para que as investigações fossem intensificadas.

A maioria defendeu a necessidade de um tratamento imparcial e justo por parte das instituições de Estado, independentemente de posições políticas dos investigados, por avaliarem que, ultimamente, somente políticos da oposição estariam sendo alvo de investigações.

"Eu sou a favor das investigações, e a justiça tem que ser feita independente de quem seja, errou tem que pagar." (G1, 18 anos, eletricista, PR)

"Com essa atitude que ele tomou deixou a desejar a ele mesmo pois ele gerou mais desconfiança e deixou estampado que ele está escondendo alguma coisa pois se essa coisa por acaso for descoberta ele não vai conseguir eleger o presidente bolsonaro e a todo custo eles queriam eleger. e então eu acho que ele estava fazendo algum trabalho irregular fora da lei que iria comprometer na eleição do presidente."" (G1, 21 anos, babá, BA)

"Parece que a situação está bastante complicada. Essas são notícias sérias e preocupantes. A investigação da Polícia Federal vai esclarecer o que realmente aconteceu. É importante aguardar para ver como os fatos serão esclarecidos." (G1, 17 anos, estudante, BA)

"Eu acredito que é fundamental para a democracia que nossos representantes políticos sejam responsáveis de forma transparente Por suas ações essa investigação que está sendo feita contra Carlos bolsonaro É uma parte muito Importante desse processo de responsabilidade transparência E sempre é muito Importante ressaltar que qualquer pessoa independente do seu status ou posição, que violar a deve ser responsabilizada, Isso inclui para qualquer político sendo o não Carlos bolsonaro no entanto, é crucial também Que as investigações sejam conduzidas de maneira justa ou imparcial e que não seja influenciadas por preconceitos políticos." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)

"Continuo com a mesma opinião ninguém está acima da lei, agora se o dito vereador teve algum privilégio tem que ser investigado e cumprir o que está na lei ." (G2, 45 anos, professor , RS)

"Também penso que deve haver sim uma investigação, a lei tem que ser cumprida .." (G2, 21 anos, enfermeira , GO)

"independente de quem for,se estiver errado a lei deve ser cumprida;para isso,quando há suspeitas,deve ser feita a devida e cautelosa apuração das informações para punir alguém caso tenha a certeza de que está errado;deve ser feita uma busca compelta até para não ocorrer erros de condenação mas por outro lado há também a famosa intriga da oposição que pode estar causando uma perseguição política." (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)

"A investigação precisa ocorrer independente de função. Entretanto, vemos tantas coisas passíveis de investigação no nosso país e não o fazem. É interessante ressaltar que só fazem busca e apreensão a políticos e pessoas relacionadas ao antigo presidente Bolsonaro. Acredito que trata-se não de apenas investigação e sim, de perseguição com pessoas ligada a direita. Quanto ao print, precisa ser averiguado a veracidade do fato para que se possa tomar alguma medida." (G2, 35 anos, estudante de pós-graduação , SE)

Pergunta 06
O ingresso via Enem no Ensino Superior, esse ano, enfrentou alguns problemas: vazamento de questões do ENEM, erro na alocação dos candidatos, enviados para fazer a prova em locais muito distantes de suas residências, atraso na divulgação do SISU e erro na lista dos aprovados, gerando controvérsias quanto a organização do sistema. Vocês acompanharam esses fatos? De quem é a responsabilidade por tais problemas?
Problemas recorrentes de organização

A maioria dos participantes, de ambos os grupos, avaliou que os problemas elencados eram recorrentes, pois em diversas edições anteriores da prova ocorreram falhas e erros em sua realização. Muitos destacaram a necessidade de uma revisão rigorosa nos procedimentos e maior transparência para garantir a integridade do sistema.

Esses erros foram avaliados como prejudiciais para os alunos, sobretudo por serem impeditivos de um acesso mais justo à educação superior.

Alguns participantes narraram casos pessoais ou de pessoas próximas, que enfrentaram contratempos, com maior destaque para os problemas de alocação dos candidatos.

"Sim, esses problemas foram bastante noticiados. A responsabilidade por esses problemas geralmente é atribuída ao órgão responsável pela aplicação do ENEM e pelo processo seletivo, que têm a responsabilidade de garantir a lisura e eficiência do processo, mas infelizmente, falhas aconteceram. Espero que as autoridades competentes possam aprender com essas situações para evitar problemas semelhantes no futuro." (G1, 17 anos, estudante, BA)

"Isso é ima a verdadeira desorganização e falta de respeito com quem iria fazer a prova, pois até Teve gente que perdeu de fazer a prova por situações que eles botaram a pessoa para fazer a prova bem longe de onde ela morava e ela terminou não indo por não saber onde se localizava para ir . então assim fica difícil porque eles atrasam o lado deles e termina atrasando o lado de quem quer alguma coisa." (G1, 21 anos, babá, BA)

"Do responsável pela emissão do concurso. Minha filha mesmo não pode fazer pois foi alocada em um bairro muito distante e perigoso.

Foi mal organizado e elaborado esse ano infelizmente"" (G1, 38 anos, administradora, RJ)

"Falta de organização do governo e da instituição do enem isso já acontece a um bom tempo pessoas tem que vir de muito longe para isso vazamento que dão vantagam para certos alunos passarem e outros não atraso de chegado por conta de onde mora enquanto não se organizarem direito vai continuar assim infelizmente" (G2, 18 anos, T.I, CE)

"A gestão pública do nosso país deixa muito a desejar,sempre está acontecendo essa coisa no Enem e não a primeira vez que algo desse tipo acontece, em 2009 também teve suspeita de fraude e foi cancelado e em 2011 também.No caso e só um djavu,só mas um erro da nossa administração pública." (G2, 33 anos, desempregado , MA)

"sim,acompanhei e a responsabilidade é da organizadora!na verdade temos enfrentado alguns contratempos no enem já tem algum tempo,não é de hoje." (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)

Responsabilidade do Governo

Alguns participantes, principalmente do grupo 01 (bolsonaristas convictos), atribuíram a responsabilidade desses problemas à falta de prioridade do governo em relação à educação.

Alguns mencionaram que o governo não cumpria suas promessas de ajudar os estudantes a ingressar no ensino superior, não tendo estabelecido políticas públicas eficientes para a pasta. Outros utilizaram essa oportunidade para reforçar suas falas anteriores de que o Governo estaria preocupado apenas em perseguir Bolsonaro.

"Acredito que isso é a reflexão de um governo que não se preocupa com a educação, em nosso país. A educação deve ser vista com prioridade. Mas a prioridade desse governo é Bolsonaro e seus filhos." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)

"O INEP é responsável por organizar e aplicar o ENEM, além de realizar outras avaliações e estudos educacionais, o que significa que ele está subordinado à estrutura do governo federal. Dessa forma, atua de acordo com as diretrizes e políticas educacionais estabelecidas pelo governo atual, sendo responsável por executar avaliações, pesquisas e estudos educacionais que contribuam para a formulação e implementação na área da educação, sendo assim os responsáveis por tal desorganização." (G1, 18 anos, eletricista , PR)

"Eu acredito que esse é o reflexo de um governo perdido, sem estrutura para administrar, sem preocupaçao com o ensino, afinal eles acreditam que com menos estudo mais facil será nos manipular…"" (G1, 54 anos, corretora de imóveis, SP)

"o governo não esta nem ai para esse problema porque eles estão mais enteresado em como tirar mais impostos do cidadão e aumentar seus salarios para mim isso é mais um meio de tirar dinheiro do povo na minha epoca vc terminava o segundo grau e fazia vestibular e pronto e ia para faculdade o antigo cientifico agora tem ex ministro do stf que ganha como aposentado e agora vira ministro da justiça imagina quanto esse cara não ganha" (G1, 63 anos, autônomo, DF)

"Eu infelizmente participei da prova esse ano, e achei muito mal executada... teve muitas falhas em todos os quesitos !!! E quando saiu minha nota, msm tendo uma boa colocação.. o curso a qual estou cursando, não abriu nenhuma vaga para o prouni.. que é odontologia !!! O governo que teve como maior promessas em reforçar que eram os tomadores de benéficos.. para mim está sendo o pior de todos !! A cota aumentou muito para fies.. e proune está praticamente como acertar na loteria !!! Estou repensando se vou prestar esse ano!!!" (G1, 38 anos, administradora, SP)

"Acompanhei sim. A responsabilidade é do governo, afinal é ele quem contrata os organizadores do Enem. Cabe a eles se assegurar de que os contratados tenham capacidade de organizar tudo de maneira transparente, coerente, responsável." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)

Considerações finais

Na semana não houve divisão intensa entre os grupos (convictos x moderados), mas sim dentro de cada um, que reagiu de maneira similar, mas não idêntica, aos temas colocados. No geral, enquanto uma parte dos participantes atribuiu o caso da Abin à perseguição política movida pelo STF e governo contra Bolsonaro e aliados, outra parte destacou a importância das investigações, defendendo a responsabilização dos envolvidos, independentemente das posições políticas. É interessante notar que as proporções de cada subgrupo foram inversas, com maioria para a tese da perseguição entre convictos e maioria para a defesa das investigações entre moderados, resultado bastante coerente com o que temos visto ao decorrer do projeto.

É notável que nem mesmo a apresentação de evidências, como o print da assessora de Carlos Bolsonaro, foi suficiente para alterar as percepções, indicando a possibilidade de parte dos participantes estarem fortemente integrados à esfera comunicacional bolsonarista, na qual abundam narrativas sobre a inocência de Bolsonaro e a perseguição política sofrida por ele e familiares.

Essa parcela de participantes, inclusive, critica Lula e sua gestão, por suspostamente deixarem os reais problemas do país sem solução, enquanto se ocupam de tentar incriminar Bolsonaro. Nesse grupo, são recorrentes as falas de que Lula não está cumprindo suas promessas.

Quanto ao caso dos erros no ENEM, ele não foi usado intensamente como oportunidade de criticar o governo petista, mas sim visto como um problema recorrente. Muitos argumentaram que a estrutura precisa ser revista, a fim de contemplar de maneira mais justa a todos os estudantes. Os que culpabilizaram o atual governo por esse problema, usaram tal ocorrido para justificar suas opiniões anteriores, de que Lula só estaria preocupado em incriminar Bolsonaro e não em cuidar do país.

É interessante observar que o Ministro da Educação não foi mencionado em nenhuma resposta, o que indica sua baixa exposição pública, para bem ou para mal, e talvez uma fraca associação de seu nome à figura de Lula.

O subgrupo dos participantes evangélicos não demonstrou diferenciação em suas respostas nos temas abordados essa semana.

É importante notar que essa semana, pela primeira vez na pesquisa, os convictos mostraram sinais de divisão em relação à defesa de Bolsonaro, com uma minoria defendendo a necessidade de investigações. É de se imaginar que um político que apostou tanto na associação de sua figura à lei e à ordem, tenha sua imagem chamuscada ao ser repetidamente associado a delitos e crimes de vários tipos. Contudo, até há pouco os convictos rechaçavam veementemente tais acusações, atribuindo-as todas a maquinações do PT e do STF. Muitos continuam a fazê-lo, mas outros já permitem a dúvida. Seria isso sinal de que a máquina comunicativa do bolsonarismo está mostrando sinais de fadiga? As próximas semanas podem nos ajudar a responder essa pergunta.

Distribuição da Participação
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#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres

Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos

Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro

#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa

Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal

Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos

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Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.