O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 6/5 a 12/5, quatro grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 40 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, abordamos temas relativos à Petrobras e três tópicos foram abordados: i) privatização da Petrobras; ii) principais objetivos da empresa; iii) exploração do petróleo na Bacia da Foz do Amazonas.
Ao todo, foram analisadas 143 interações, que totalizaram 4.596 palavras.
Bolsonaristas Convictos | Bolsonaristas Moderados | Eleitores Flutuantes | Lulodescontentes | |
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Privatização da Petrobras | Unanimemente o grupo foi favorável à privatização, argumentando que a estatal era usada como fonte de corrupção pelo governo do PT e também como cabide de empregos com fins eleitorais, prejudicando o desenvolvimento do setor energético no país. | O grupo defendeu a privatização pela perspectiva de que empresas privadas ofertam melhores serviços, preços mais baixos e mais competitivos, além de elevados investimentos em desenvolvimento tecnológico. | O grupo ficou dividido. Entre os favoráveis à privatização, a ideia de que isso modernizaria e baratearia a produção foi defendida. Os contrários defenderam a reestruturação da empresa, com mais transparência, mas não a sua venda. | Houve divisão de opiniões no grupo. Os contrários à privatização, defenderam a necessidade de manter o controle estatal sobre setores essenciais da economia. Os favoráveis argumentaram que a iniciativa privada poderia aumentar a eficiência e a competitividade da empresa. |
Objetivos da Petrobras | Majoritariamente o grupo pontuou que a Petrobras devia atuar em prol do desenvolvimento da nação. Muitas criticas foram feitas, retomando as pautas de desvios de verbas e escândalos de corrupção no passado, durante o governo Lula II e Dilma. | A maioria dos participantes ponderou que a empresa deveria priorizar a lucratividade de seus acionistas, considerando que isso geraria mais e novos investimentos no país e, como consequência, o beneficiamento da nação. | O grupo defendeu que a empresa deveria atuar em prol do desenvolvimento da nação, enfatizando a geração de empregos e redução dos valores praticados. Medidas de investimento por parte do governo (maior acionista) foram cobradas. | Unanimemente o grupo avaliou que a Petrobrás deveria ser administrada com foco no desenvolvimento nacional, geração de empregos, amplos investimentos em pesquisas (unindo ciência e tecnologia) e crescimento econômico do país. |
Exploração do petróleo na Bacia da Foz do Amazonas | A maioria do grupo posicionou-se a favor da exploração da nova área, apontando ser um caminho inevitável e que, se o país não tomasse a frente, em breve seríamos explorados por outros. | Os participantes apontaram os dois lados da exploração, avaliando como positiva pelo desenvolvimento econômico, mas muito preocupados com os impactos ambientais. A maioria foi contrária a iniciativa. | A maioria do grupo foi favorável a exploração da foz do Amazonas, ponderando que traria desenvolvimento econômico, geração de empregos e pioneirismo tecnológico ao país. | A maioria dos participantes foi contrária a proposta de exploração, argumentando se tratar de um local de preservação ambiental e cultural. |
Entre os participantes favoráveis à privatização da Petrobrás, com destaque para a significativa ocorrência entre os integrantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos), a defesa da privatização ocorreu pelo argumento de que a empresa é utilizada para manobras políticas e eleitorais, além de fonte de corrupção.
Entre parte dos defensores da privatização, houve um claro sentimento de desconfiança em relação ao governo e à gestão estatal da empresa, com acusações baseadas nos escândalos passados, participação do PT e possibilidade de que isso voltasse a ocorrer.
A perspectiva de redução (extinção) da corrupção e fim do uso político da empresa foram os principais motivadores dessas opiniões.
"Na minha opinião tem que ser privatizada, deixar de ser cabide eleitoreiro de políticos corruptos, que só sabe roubar e depois vem com desculpa dizendo que a Petrobrás não deu lucro, o que é mentira, pois no governo do presidente Bolsonaro a Petrobrás deu lucro como também os correios." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos, RJ)
"Na minha opinião tem que ser privatizada, pois vai ter mais lucros, menor número de funcionários, menos corrupção, porque com esse governo não dá para confiar em mais nada! Tudo de mau a pior." (G1, 64 anos, empresário, PR)
"Minha opinião ... A Petrobras foi envolvida no maior esquema de corrupção do mundo durante o governo Lula/Dilma. E adivinhem quem é contra a privatização🤔? Lula , que (pasmem)está de volta ao poder. Dito isso!!! #privatizemja" (G1, 54 anos, músico, RS)
"Privatizar nesse caso e o melhor jeito pois uma empresa privada vai ser visto a competência do cargo e não uma troca de cargos por fins eleitores." (G1, 39 anos, administradora, RJ)
"Eu concordo plenamente em privatizar pois não mão dessa turminha discarada e corruptas só dar prejuízo, o único lucro que dá é aos bolsos dos bonitos pilantras" (G1, 41 anos, motorista de aplicativo , BA)
Entre os demais participantes favoráveis à privatização (participantes dos grupos dos bolsonaristas moderados, eleitores flutuantes e lulodescontentes), os argumentos utilizados foram embasados nas premissas de que empresas privadas são mais eficientes, investem mais em desenvolvimento e tecnologia e ainda barateiam os preços pela competitividade do mercado.
Para esses, uma empresa sob controle privado seria mais capaz de tomar decisões com base em critérios de competência e rentabilidade do que sob as onerosas e burocráticas estruturas governamentais.
"Na minha opinião deve ser privatizada. Pois a empresa terá melhores lucros e os serviços prestados passam a ter uma melhoria na qualidade." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)
"Acho que a privatização seria uma boa,por que geralmente os preços e qualidades melhoram,temos vários outros exemplos de privatizações que deram certo." (G2, 54 anos, aposentado, PB)
"Alguns pontos importantes da privatização : a iniciativa privada é associada a maior produtividade e geralmente investem mais em pesquisas obtendo assim produtos com maior tecnologia" (G2, 43 anos, professora , SP)
"Na minha opinião a privatização da Petrobras oferece diversas vantagens, empresa opere de forma mais eficiente e competitiva no mercado, e ainda aumentar a transparência e reduzir a interferência política," (G2, 43 anos, administradora, GO)
"Eu creio que seja o caminho ideal, empresas governamentais focam especializadamente em fazer dinheiro para gerar mais impostos para arrecadação de verbas, uma empresa privada segue outra missão, intensificar os lucros mas investindo em todos os públicos e inovando sempre para não ficar atrás de outros concorrentes." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)
"Eu sou a favor da privatização pois faria com que o preço do combustível não fosse tão alto, teria muito mais pesquisa e tecnologia de ponta, atrairia investimentos ao país e geraria empregos" (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)
"Tem muito prós e contra a privatização mais por tudo o que já aconteceu com a Petrobrás os escândalos de tempo atrás acho que seria bom sim privatizar uma que teria mais investimento e modernização dos serviços porque nem tanto o governo Brasileiro investi na Petrobrás, acho que poderia explorar melhor o petróleo pra não ficarmos tão dependente de outros países" (G3, 40 anos, auxiliar de classe , SP)
"Privatizar gera eficiência e eficácia, pois acaba a "proteção estatal" que é cheia de privilégios e de regras privilegiadas que não existe para as demais empresas. O problema será a questão do real preço dos combustíveis que muitas vezes é mantido abaixo do preço de mercado de forma artificial pelo Governo (com o nosso dinheiro). O Governo interfere demais nas estratégias da Petrobras e isso é muito ruim." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)
Nos grupos 3 e 4 (eleitores flutuantes e lulodescontentes) alguns participantes adotaram posicionamentos contrários à privatização.
Para eles, a capacidade de regulação e intervenção estatal seria fundamental, especialmente em relação aos impostos e à proteção de um setor vital para o desenvolvimento do país. A própria regulação de preços foi vista como uma medida que visava a maior igualdade social.
Alguns participantes sugeriram que mudanças internas na gestão e na estrutura da Petrobras seriam mais adequadas do que uma privatização completa, garantindo medidas de maior transparência e participação dos cidadãos nas decisões e na administração dos recursos nacionais.
"Sou contra a privatização o governo olha muito pelo lado dos trilhões que serão arrecadados com as vendas de ações, mas isso a longo prazo pode causar problemas em outros setores como transporte e energia." (G3, 29 anos, vendedora , GO)
"Eu sou contra a privatização da Petrobras. Ela deve continuar sendo controlada pelo governo federal com mudanças em toda sua estrutura e a forma como é administrada, e nós cidadãos temos que ter mais acesso aos relatórios de extração, lucros e investimentos que são feitos em favor do nosso país." (G3, 45 anos, professora , MT)
"Pode ser prejudicial ao interesse público e aumentar a desigualdade social. Vejo também um interesse unilateral apenas visando lucro, sem retorno à sociedade." (G3, 36 anos, autônoma, SP)
"O que eu consigo entender é que a Petrobrás é mal administrada,pois poderia ajudar mais os brasileiros e pelo que parece isso não acontece." (G4, 49 anos, artesã , CE)
"Sou contra a privatização da Petrobras pois o petróleo é um recurso fundamental para o Brasil, sua exploração e produção são consideradas estratégicas para o país e ser houver a privatização isso poderá ser colocado nas mãos de empresas privadas e até mesmo estrangeiras, com isso o combustível pode aumentar, o que pode ter um impacto negativo na economia e na população de mais baixa renda." (G4, 27 anos, autônoma, PA)
"Na minha opinião, o Brasil perderia o controle do seu principal patrimônio e o mais lucrativo. Seria interessante se houvesse um controle melhor da petrobras, mas privatizar não seria a solução." (G4, 36 anos, empreendedor, PE)
"Não concordo com a privatização pois o recurso pertence ao país e uma vez privatizando, o "poder" pode ficar nas mãos de empresas estrangeiras. Acredito que o desafio a ser enfrentado é manter a Petrobrás como uma empresa do governo Federal, com alto nível de eficiência e ajudando a economia nacional." (G4, 37 anos, analista de RH, ES)
Majoritariamente os participantes dos grupos 1, 3 e 4 (bolsonaristas convictos, eleitores flutuantes e lulodescontentes) avaliaram que a empresa deveria atuar em prol do desenvolvimento do país, defendendo a realização de investimentos estratégicos, criação de empregos, valorização da ciência e pesquisa e apoio à indústria nacional.
Houve uma forte ênfase na importância de utilizar os recursos da empresa para beneficiar a população brasileira como um todo, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica, como destacado por alguns participantes que mencionaram a necessidade de investimentos em áreas como educação, saúde e geração de renda .
"deveria ser privatizada, pois ja ficou provado que enquanto estatal sempre será usada para fins de instrumentalização da corrupção." (G1, 54 anos, músico, RS)
"Deve funcionar como instrumento de desenvolvimento Nacional, por meios de investimentos estratégicos, para ter muito mais emprego, incentivar os funcionários a trabalhar com mais benefícios, tendo um salário correto e digno. A indústria Nacional deve ser valorizada, sem ter corrupção dentro dela, como vimos no governo da Dilma, Lula." (G1, 64 anos, empresário, PR)
"Acredito que deva ter um certo equilíbrio entre os dois pontos, dado que muitas pessoas comuns tem ações da Petrobras, mas atuar no desenvolvimento nacional, gerando empregos, modernizando a indústria é demasiadamente essencial. Essa é uma empresa significativamente envolvida socialmente e isso não deveria mudar, na verdade deveria melhorar." (G3, 45 anos, turismóloga , RJ)
"A Petrobras deve ser administrada com o objetivo de promover o desenvolvimento nacional, abrangendo todos os setores que fazem a economia crescer, como investimentos em empregos, educação, nas indústrias e na sustentabilidade, tendo foco também nos microempreendedores, e comunidades que geram renda através da coleta de recursos naturais que são fundamentais para a produção nacional." (G3, 45 anos, professora , MT)
"Com certeza eu acho que a principal finalidade era pra ser funcionar como instrumento de desenvolvimento nacional, iria abrir várias portas e infinitas oportunidades para uma grande parte da população." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)
"Acredito que a melhor finalidade da Petrobrás é trazer mais dinheiro para o Brasil,alavancar empregos e tudo ser voltado para o bem do povo brasileiro" (G4, 49 anos, artesã , CE)
"DEFINITIVAMENTE DEVERIA FUNCIONAR COMO INSTRUMENTO NACIONAL,INVESTINDO EM MELHORES CONDIÇOES NA EDUCAÇAO,SAUDE GERAÇAO DE RENDA MELHORIAS NAS ESTRADAS E CESTAS BASICAS PARA A POPULAÇAO CARENTE PRINCIPALMENTE O POVO SOFREDOR DO NORDESTE." (G4, 51 anos, professora , RS)
De modo recorrente no grupo 2 (bolsonaristas moderados) e irrisórios nos demais grupos, os participantes defenderam que a empresa deveria buscar o aumento do lucro dos acionistas. Além de atender aos interesses de seus investidores, eles apontaram que isso contribuiria também para o desenvolvimento nacional, por meio da geração de empregos e reinvestimentos estratégicos, aumentando a rentabilidade da empresa, que cresceria, gerando um círculo virtuoso de desenvolvimento.
"Deve sim dar mais lucro aos acionistas,afinal eles investem para ter lucros,mas também buscar criação de empregos e também incentivo a setores da indústria nacional,afinal,sendo bem administrada dá para tudo isso e muito mais." (G2, 54 anos, aposentado, PB)
"Entendo que deve sim dar lucro aos acionistas, mas de mas a privatização deve ser focada para que mais pessoas tenham chance de emprego, que a empresa pense, utilizando toda sua grandeza como forma de incentivo a educação e ao emprego. Pois ela bem administrada será um bem para todos, e com certeza vai gerar impacto na vida de muito mais pessoas" (G2, 24 anos, técnica em enfermagem , RJ)
"Com a finalidade de dar lucro, a Petrobrás tem um futuro grande e sustentável, creio que com uma administração focando inovação e maximização de lucros para os acionistas e principais investidores seja o caminho certo." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)
"Com certeza dos acionistas,vamos sair desse círculo vicioso,onde tudo envolve, política,vamos dá oportunidade para todos,ter seus próprios negócios,e poder gerar mais empregos,e incentivos para a população geral." (G2, 26 anos, vendedora , AL)
Em todos os grupos, alguns participantes defenderam a percepção de que o governo, como principal acionista da Petrobras, não estaria investindo corretamente na empresa, para promover o desenvolvimento nacional.
Houve também sugestões para que a gestão da Petrobras fosse independente de influências políticas (mas não necessariamente privatizada), evoluindo para a eficiência financeira e para o direcionamento adequado de recursos, sobretudo em pesquisa científica e desenvolvimento de novas tecnologias energéticas e alternativas.
Ainda na pauta de governo, alguns participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) retomaram a narrativa da corrupção, argumentando que a empresa é roubada e por isso não contribui para o desenvolvimento do país.
"A Petrobrás deveria fazer primeiro o seu maior investimento no Brasil. Acredito que temos uma empresa com a cara do Brasil,mas infelizmente nos últimos tempos tem deixado a desejar, talvez por diretorias corruptas, distânciando alguns investidores e politizando decisões estratégicas." (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)
"Na verdade o maior acionista da Petrobras é o próprio governo federal e realmente não acredito que ele invista no que realmente deveria. Então realmente não deveria ser administrada com a finalidade de aumentar lucro deles. Pelo contrário ser sim como instrumento de desenvolvimento que beneficie a todos de uma forma geral." (G3, 36 anos, autônoma, SP)
"A Petrobras deveria servir para pesquisas na área energética e de petróleo, com uma gestão independente e não política; deveriam focar no desenvolvimento de matrizes energéticas e/ou combustíveis alternativos, em especial elétrica. Manter objetivos de continuidade das pesquisas e colocação de objetivos de pesquisas e desenvolvimento obrigatórios (por exemplo, reinvestir uma porcentagem do lucro bruto em pesquisas) e na área de pesquisas deveria ser obrigatória a participação de entidades de estudo/pesquisas públicas de renome e com experiência e com credibilidade, para desenvolver pesquisas sem interferências políticas." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)
"Era pra ser mais infelizmente com essa quadrilha que aí estão por Décadas e se perpetuando no poder , o único instrumento que ela serve é tá servindo é o instrumento de superfaturamentos e devinho de dinheiro e o único investimento só se for na ODEBRECHT, CAMARGO CORREIA , OAS , OS IRMÃO VINHEIRA , e porai vai, tem que privatizar pra tirar das mãos dessa galera aí ." (G1, 41 anos, motorista de aplicativo , BA)
"deveria ser privatizada, pois ja ficou provado que enquanto estatal sempre será usada para fins de instrumentalização da corrupção." (G1, 54 anos, músico, RS)
"Acredito que mesmo sendo administrada para aumentar o lucro dos acionistas se torna um instrumento para desenvolvimento nacional com criação de empregos. O único problema da Petrobrás é o governo." (G1, 35 anos, artesã , SC)
A maioria dos participantes foi contrária à proposta de exploração da nova área, situada no extremo noroeste da margem equatorial brasileira. Para esses, os riscos ofertados ao meio ambiente (fauna e flora) não compensariam os lucros da atividade. Os prejuízos culturais às populações ribeirinhas e de povos originários também foram apontados como argumentos para a recusa da iniciativa.
Muitos exemplos foram dados para corroborar a hipótese de que as empresas não seriam responsáveis, desde embasados em "desastres operacionais", como os casos das mineradoras em Minas Gerais, ou então em catástrofes ambientais, como os mais recentes casos do Rio Grande do Sul.
Alguns participantes debateram a necessidade de se investir em fontes de energia alternativas, sustentáveis e não poluentes.
"Nao deveria. Nem pela petrobras e nem por ninguém. Primeiro que afetaria a fauna e flora local. Geologicamente, é uma área de muita inundação. Traria várias consequências" (G1, 35 anos, artesã , SC)
"Creio que não, com tantos desastres acontecendo esse ano, até mesmo os naturais e o Amazonas sendo um rio de tanta importância se acontecer algo relacionado a ele, não impactaria somente aqui, seríamos manchados mundialmente também muitos setores iriam diminuir a renda é muito arriscado." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)
"Eu entendo que eles vão fazer de tudo pra explorar, até porque o $ é bem importante. Mas eu paro e penso em nosso planeta tão sofrido com tanto desmatamento e exploração, não seria hora de pensar em ideias mais sustentáveis? Hoje vemos que não precisamos como antes do petróleo, temos outras opções mais vantajosas e até mais econômicas. Então minha resposta é não, eu não acho que devam explorar a bacia da foz do Amazonas" (G2, 24 anos, técnica em enfermagem , RJ)
" Nesse momento estamos tentando reduzir as emissões de gases ( a nível mundial) e deveríamos investir em fontes de energia mais limpa e sustentável. Sem contar que a Bacia da Foz do Amazonas é uma área de grande biodiversidade e também tem muitas comunidades indígenas que dependem dos recursos naturais da região para sua subsistência. A exploração de petróleo nesse local vai trazer impactos negativos para esses habitantes locais e causar danos irreversíveis ao meio ambiente, como vazamento de óleo, poluição e destruição de da fauna marinha." (G2, 43 anos, professora , SP)
"Claro que não. Essas petrolíferas,minerados então achando com o país em todos os sentidos e o dinheiro que ganharam não volta pra população ou recuperação ambiental. Teremos muito e muitos mais casos como do sul e minas gerais se isso acontecer." (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)
"Sou contra pois acredito que o impacto ambiental será gigantesco. As coisas não serão feitas seguindo regras para preservação da Bacia, pois quando o dinheiro fala mais alto todos esquecem do meio ambiente." (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)
"DEFINITIVAMENTE NÃO,ISSO TUDO É A GANANCIA DOS PODEROSOS,MEXER NUM LUGAR CRIADO POR DEUS QUE É A NATUREZA,GERANDO CONFLITOS DEGRADANDO O ECO SISTEMA E TIRANDO O SUSTENTO DOS POVOS ORIGINARIOS" (G4, 51 anos, professora , RS)
"Acho que não deveria, pois deveriam investir em combustível que não prejudica o meio ambiente." (G4, 37 anos, analista de RH, ES)
"Não deveria de forma alguma, isso irá causar grandes impactos negativos ao meio ambiente e novamente expulsar uma população que era a dona do país todo e tá confinada agora lá." (G4, 27 anos, autônoma, PA)
A lucratividade gerada, que traria um avanço ao país e à empresa, a ampliação da capacidade energética e de geração de empregos e renda foram os argumentos que balizaram as opiniões dos participantes favoráveis à iniciativa.
Para alguns, a exploração da região era um caminho inevitável, caso o país não se tornasse pioneiro, outros fariam.
Apesar do apoio à exploração, houve reconhecimento da necessidade de cuidados ambientais e fiscalização rigorosa para minimizar os impactos negativos sobre a natureza e as comunidades locais, sugerindo a necessidade de uma abordagem cautelosa.
"sim deveria pq se ela nao fizer outras farão. visto que tem vários países se dizendo preocupados com meio ambiente ea preservação da amazonia , mas na verdade estão de olho nas riquezas minerais que existe lá." (G1, 54 anos, músico, RS)
"Acredito que deve ser explorado sim, porém com certos cuidados, principalmente em relação a natureza. É uma riqueza brasileira, que se não for explorada por nós, será feita por Países estrangeiros." (G1, 46 anos, cuidadora infantil, PR)
"Na minha opinião se tem petróleo, sim, mas que seja pra benefício dos brasileiros, e não para benefício dos estrangeiros que adoram se meter na Amazônia com desculpa de cuidados com meio ambiente quando que na verdade querem roubar nossa riqueza." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Do ponto de vista econômico, sou a favor, isso poderia gerar empregos e renda a mais famílias" (G2, 26 anos, autônomo, DF)
"Sim, a Petrobras tem que explorar todos os meios e espaços possíveis, afim de aumentar o portfólio e conseguir oferecer um melhor preço no petróleo , sendo assim podendo acarretar numa redução de preço nos seus derivados." (G3, 25 anos, contador, RJ)
"Sim poderá gerar impactos econômicos para a população local,e para os estados, como emprego e renda." (G3, 32 anos, vendedor, MG)
"Eu acredito que deva explorar sim, pois isso iria contribuir para a economia local e fora os novos empregos que isso irá gerar" (G3, 29 anos, vendedora , GO)
"Na minha opinião a Petrobras deve explorar sim o Petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, porque vai gerar empregos e impulsionar a economia. Mas deve ter ampla fiscalização do impacto ambiental e da efetiva aplicação lucros em benefício do nosso país." (G3, 45 anos, professora , MT)
"Tenho a opinião que a Petrobras deveria explorar a Margem Equatorial. É uma nova oportunidade de exploração de novas oportunidades de bacias de petróleo. Mas como é em área delicada precisa-se ter um controle ambiental mais rigoroso, assim como um controle muito mais rígido dos resíduos gerados e da poluição gerada." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)
O apoio à privatização da Petrobrás não é unânime, mas é forte nos grupos. Os bolsonaristas, sejam convictos ou moderados, apoiam consensualmente a medida. É a partir dos eleitores flutuantes que as opiniões se dividem. Mas tanto entre eles como entre os lulodescontentes há quem apoie a privatização. Como a pesquisa não tem grupos de eleitores de Lula que aprovam o governo, que perfazem em torno de um terço do eleitorado, se tomarmos por base os surveys mais recentes, não devemos concluir que a privatização é opinião majoritária dos brasileiros, ainda que seja razoável constatar que é uma ideia forte do ponto de vista do apoio popular.
É possível também concluir que a razão mais forte de apoio à privatização é a corrupção, ou seja, a Petrobrás ainda não se livrou da sombra da Lava Jato, aos olhos de boa parte da população. Há também o argumento de que a privatização melhoraria os serviços e produziria redução dos preços, que foi particularmente forte no grupo de bolsonaristas moderados. Esse grupo, como já notamos, é menos conservador em relação a valores, mas, entre todos, o mais neoliberal.
Irônica e paradoxalmente, os mesmos bolsonaristas convictos que defendem ardorosamente a privatização, pensam que o objetivo maior da Petrobrás é promover o desenvolvimento do país. Nisso concordam com os dois outros grupos não bolsonaristas. Ou seja, há uma maioria em prol da função desenvolvimentista da empresa. Somente os bolsonaristas moderados, confirmando suas preferências neoliberais, que enxergam como objetivo maior da empresa o lucro de seus acionistas.
Por fim, a exploração de petróleo na Foz do Amazonas dividiu os grupos de maneira interessante. Bolsonaristas convictos foram totalmente a favor da medida, definindo a exploração dessa área como algo inevitável. Já os moderados, pelo contrário, mostraram mais preocupados com os potenciais impactos ambientas do que com o aspecto do desenvolvimento econômico. Os eleitores flutuantes, por seu turno, apoiaram com força a exploração, com expectativas de desenvolvimento econômico, tecnológico e geração de empregos. Já os lulodescontentes foram contrários, em sua maioria, esgrimindo argumentos de defesa do meio ambiente.
A semana teve como foco temático a Petrobrás, decisão tomada por nós uma semana antes de a empresa virar manchete de jornal, devido à demissão de seu presidente. Os resultados obtidos mostram diferentes clivagens da população frente a assuntos que afetam a empresa. A extrema direita, representada pelos bolsonaristas convictos, não é neoliberal, mas, ao mesmo tempo, é extremamente mobilizada pelo argumento da corrupção e pelo antipetismo. Assim, dizem preferir a privatização ao risco de corrupção na empresa. Os bolsonaristas moderados diferiram bastante dos flutuantes, o que é contraintuitivo, pois entre eles há uma maioria de eleitores de outros candidatos no primeiro turno, que não Lula ou Bolsonaro. Os moderados apoiaram a privatização e se opuseram à exploração da bacia do Amazonas, enquanto os flutuantes adotaram posturas diametralmente opostas. Ou seja, os flutuantes, muitos deles indecisos ou absenteístas do voto, apesar de não terem votado em Lula, tendem a ser desenvolvimentistas e não muito afeitos à questão ambiental. É claro que precisamos de mais dados para ratificar tais hipóteses.
Os lulodescontentes, isto é, aqueles mais fracamente lulistas, mostram-se defensores de causas ambientais, preferência que os aproxima dos bolsonaristas moderados e os afasta dos flutuantes. Por outro lado, partilham com os flutuantes do apoio ao desenvolvimentismo. Uma possível explicação desse estado de coisas é que a questão ambiental foram um eixo de alinhamento da população que não coincide com o eixo econômico. Lulodescontentes e parte dos bolsonaristas moderados comungam da adesão à defesa do meio ambiente frente aos riscos postos pelo desenvolvimento, enquanto na seara da economia, divergem profundamente sobre o papel do estado e do mercado.
Retirada de livros com conteúdo homofóbico.; Vitória de Trump.; Programa Pé de Meia.
Fragmentação da Direita; Anulação de condenações da Lava-Jato; Reunião de Lula com governadores
Participação do Brasil no BRICS; Mudanças de candidato no 2T; Caso Gustavo Gayer
Privatização de estatais; Fake News nas eleições; Eleição de policiais e militares
CPI das apostas online; Aumento da pena para crimes contra a mulher
Decisão do voto: Direita x Esquerda; Voto no PT; Campanha 2024 e expectativas; Avaliação dos Resultados
Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam
Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto
Manifestação convocada por Bolsonaro; Atuação de Marina Silva; Prisão de Deolane
Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida
Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais
Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas
Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais
ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro
Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal
Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet
Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula
Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista
Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro
Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia
Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar
Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904
Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; Escolas Cívico-Militares
Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News
Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações
Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas
Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas
Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes
Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura
Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid
Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura
#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres
Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos
Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró
#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula
Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM
Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa
Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal
Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos
#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF
#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.