Relatório 78

De 25/11 a 1/12

Temas:

  • Tentativa de Golpe: informações gerais
  • Indiciamento de Jair Bolsonaro
  • Pedido de Anistia
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 25/11 a 1/12 , cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.

Ao longo do período, três temas sobre as investigações sobre a Operação Verde e Amarelo foram abordados: i) percepções iniciais sobre a trama; ii) avaliações sobre o indiciamento de Jair Bolsonaro; iii) pedido de anistia feito por Bolsonaro.
Ao todo, foram analisadas 158 interações, que totalizaram 5.950 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados Eleitores Flutuantes Lulodescontentes Lulistas Evangélicos
Percepções Iniciais Todos desacreditaram dos fatos, afirmando tratar-se de perseguição e de uma armação da esquerda para desviar o foco de problemas do governo. A maioria dos participantes não acreditava nas informações, interpretando como uma tentativa de prejudicar Bolsonaro e seus aliados. Muitos sabiam apenas superficialmente dos fatos. O grupo enfatizou a necessidade apurações, de justiça imparcial e condenação dos responsáveis, rejeitando a violência política. Os participantes apoiavam a punição dos envolvidos nas ações antidemocráticas, frisando a necessidade de que todos fossem punidos, independente de cargos ocupados. Os participantes apoiavam as investigações e a punição rigorosa dos responsáveis, elogiando o trabalho da Polícia Federal. Muitos falaram sobre a defesa da democracia. Os participantes deram suas respostas de acordo com seus grupos originais de participação.
Indiciamento de Bolsonaro Todo o grupo acreditava na inocência de Bolsonaro, interpretando as acusações como perseguição política com o objetivo de enfraquecê-lo e inviabilizar sua carreira política. Os participantes defenderam que as acusações eram infundadas e parte de uma narrativa política. Alguns destacaram a inexistência de provas concretas. O grupo reconheceu o possível envolvimento de Bolsonaro, destacando a gravidade das acusações e a necessidade de responsabilização com base nas provas apresentadas. Entre todos os participantes predominava a convicção de que Bolsonaro estava diretamente envolvido na trama golpista, com confiança no trabalho investigativo e nas evidências apresentadas. O grupo dividiu-se entre a cautela de aguardar a conclusão das investigações e a crença no envolvimento de Bolsonaro, com ênfase na influência negativa de seu comportamento sobre apoiadores. Os participantes responderam alinhados com seus grupos originais de participação.
Pedido de Anistia O grupo defendeu a anistia como forma de corrigir supostas injustiças e excessos nas punições, com críticas às decisões judiciais. Para o grupo, a anistia era necessária devido à falta de investigações justas, mas não deveria ser dada de forma indiscriminada. Houve rejeição majoritária à anistia, vista como enfraquecimento da justiça e tentativa de autoproteção política por parte de Bolsonaro. Predominou a rejeição à anistia, com destaque para a necessidade de punição proporcional e preocupação com a criação de uma cultura de impunidade. O grupo rejeitou a proposta, interpretada como estratégia política de Bolsonaro. Muitos defenderam a responsabilização rigorosa dos envolvidos nos atos antidemocráticos. Os participantes adotaram posicionamentos condizentes aos seus grupos originais de participação.
Pergunta 97
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (19) quatro militares das Forças Especiais e um policial federal, suspeitos de envolvimento num plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022, que incluía ainda assassinar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Superior Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas. O plano seria colocado em prática em dezembro de 2022, segundo a investigação da Polícia Federal. Vocês acompanharam essa notícia? O que pensam sobre o caso?
Perseguição Política

Os participantes dos grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e bolsonaristas moderados) demonstraram ceticismo em relação à veracidade das acusações, interpretando-as como estratégias políticas para desviar a atenção dos problemas do atual governo (como o fracasso do G20) ou ainda como mais um capítulo da perseguição política instaurada para prender Jair Bolsonaro e enfraquecer seus aliados.

Esse ceticismo foi marcado por dúvidas quanto à plausibilidade do plano descrito, considerado absurdo e desacreditada também pela "demora" em que o crime foi descoberto.

"Semana passada, só se falava nas redes sociais sobre essa armação para distrair o povo e ofuscar os micos da dona Janja no G20. Isso é mais uma estratégia do Lula, como ele mesmo já disse: criar uma narrativa falsa e repetir até que ela pareça “verdadeira”. Eu, sinceramente, jamais acreditaria nessa história." (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Não acredito nesta história. Com certeza uma narrativa. Quero saber na verdade quem mandou matar Bolsonaro? Porque esse sim tentaram de fato matar." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)

"Interessante que quase 2 anos passaram e só agora vem a tona este suposto planejamento de assassinato e golpe. mais interessante ainda é que diferente da tentativa real de morte a Bolsonaro em 2018, onde declararam que Adélio era um lobo solitário, agora tem executores e mandante. para surpresa de zero pessoas quem é o principal suspeito de planejar o golpe? BOLSONARO. Mais uma tentativa óbvia de querer indiciar, prender e fazer com que a população não apoie mais o ex presidente. Eu falo, ou alguém aqui no grupo quer falar ? 🤣🤣🤣🤣 NÃO COLOU ... A FAKE NEWS DE LULA E SEUS MINISTROS DE ESTIMAÇÃO, VIROU PASTEL DE VENTO.

🤣🤣🤣🤣😂😂😂😂😂😂 O povo não é mais influenciado por narrativas de gente sem caráter e escrúpulos.."" (G1, 54 anos, músico, RS)

"Acompanhei sim e acho isso sem pé e sem cabeça,no fundo a intenção é prejudicar Bolsonaro de todo jeito, já tentaram de outras formas e não conseguiram provar nada e agora não vai ser diferente,isso se for julgado seriamente."" (G2, 54 anos, aposentado, PB)

"Isso é uma farsa, não sei porque ainda insistem em colocar o Bolsonaro nessa tramóia, claro que não falam o nome dele mas fica subentendido. Isso tudo é uma armação, acredito que não vá dar em nada." (G2, 43 anos, professora , SP)

"estou acompanhando as notícias, desde q o Lula venceu as eleições o Bolsonaro continua no centro de várias denúncias mas nda comprovado... Teve o caso das joias, as acusações sobre interferência na PF e as investigações de notícias falsas. Esse caso em especifco envolve um suposto plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022, q incluia ataques contra Lula, Alckmin e Moraes, a PF prendeu militares e 1 policial federal e 37 pessoas foram indiciadas. Particularmente não acredita, a intenção do Lula é prender o Bolsonaro desde o início e até o final do seu mandato ele não vai desistir." (G2, 43 anos, administradora, GO)

Investigados e punidos

Os demais participantes - eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas - revelaram uma maior preocupação com a seriedade das acusações e a necessidade de que as investigações e punições sejam conduzidas com imparcialidade e rigor jurídico. A maioria dos participantes manifestou apoio às prisões dos envolvidos, ressaltando a importância de combater ações antidemocráticas e extremismos políticos. Muitos participantes elogiaram o trabalho das instituições responsáveis, sobretudo a Polícia Federal, e apontaram para a gravidade das acusações, vendo o caso como um reflexo das tensões políticas no Brasil.

"Vi poucas informações sobre o caso mas,acho uma coisa pavorosa. É o exemplo de como as coisas estão sendo direcionadas no Brasil; a base da violência , fraude e picaretagem." (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)

"Estou acompanhando, e não concordo com nenhum tipo de crime ou planejamento para comete-lo. Espero que os fatos sejam investigados até o fim, e que realmente os envolvidos sejam responsabilizados e condenados." (G3, 45 anos, professora , MT)

"Não acompanhei essa notícia,mas acho que uma estupidez tão grande a forma que as pessoas não aceitam a democracia. E depois dizem que os outros que são comunistas." (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Achei esse plano um absurdo e todos os envolvidos devem ser presos, TODOS. Também não me surpreende o ex presidente que estava ciente de tudo, ridículo." (G4, 27 anos, autônoma, PA)

"ASSISTI PARCIALMENTE E FIQUEI CHOCADA,ESPERO QUE A INVESTIGAÇAO SEJA FEITA CORRETAMENTE E OS CULPADOS SEJAM PUNIDOS CO O RIGOR DA LEI" (G4, 51 anos, professora , RS)

"Acompanhei essa informação e será necessário maiores investigações, pois não foram identificados todos os alvos da tentativa de assassinato nem todos os envolvidos tanto como mentores quanto os possíveis executores deste plano sórdido. Acredito que aqueles que não sabem viver num Estado Democrático de Direito e usam de força para tomar o poder terão que ser punidos, pois são criminosos." (G5, 46 anos, vendedora, AL)

"Chega a dar medo esses doentes que não aceitam a derrota. Acho correto dar continuidade às investigações e punir de forma justa os envolvidos."" (G5, 26 anos, fisioterapeuta , PE)

Pergunta 98
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta segunda-feira, 25, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília (DF), que pode ser preso após ser indiciado pela PF (Polícia Federal) nas investigações da suposta trama golpista. O político é acusado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa. Durante a coletiva, Bolsonaro negou ter conhecimento de um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). No entanto, muitos depoimentos e outras provas demonstram que ele participou da trama. Vocês acham que ele está envolvido nessa trama?
Inocente

Os participantes dos dos grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e bolsonaristas moderados) demonstraram uma clara predominância de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado unanimemente inocente, manifestando descrença nas acusações feitas contra ele. A maioria apontou para uma narrativa de perseguição política, onde as investigações e acusações seriam vistas como tentativas deliberadas de enfraquecer sua imagem e inviabilizar sua atuação política futura. Foi recorrente a alegação de que as provas apresentadas até o momento seriam insuficientes ou inexistentes, refletindo a resistência em aceitar a possibilidade de envolvimento do ex-presidente.

"Bolsonaro não participou de nada disso. Não existe trama para matar ninguém. Tudo isso é uma tentativa de acabar de vez com a possibilidade de ele se candidatar à presidência nas próximas eleições. O que podemos ver é o desespero da esquerda em tentar, de todas as formas, torná-lo inelegível por tempo indeterminado." (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Não acredito em nada disso, eles acudam o presidente Bolsonaro daquilo que eles fizeram, deram o golpe soltaram um ladrão e estão descondenando a quadrilha toda na maior cara de pau. O verdadeiro golpe foi dado pelo STF, o presidente Bolsonaro sofre perseguição política implacável, estão iguais aves de rapina atrás dele, mas não acredito que vão conseguir prender porque toda narrativa até agora caiu não se firmou e ainda provou que o capitão é honesto e confiável."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Baseado nos fatos amplamente divulgados pela mídia ( que diga-se de passagem é muito isenta🤔 ) não existe nenhuma prova de que Bolsonaro participou desta suposta trama golpista. Dito isso ... Bolsonaro para mim é inocente."" (G1, 54 anos, músico, RS)

"Neste domingo o Fantástico divulgou os áudios trocados pelos supostos envolvidos, e nestes áudios ficaram bem claro a revolta dos envolvidos porque o presidente resistia a apoiar qualquer atividade fora das 4 linhas (fora da lei). Então acredito sim que Bolsonaro seja preso pela vontade de se prender e não por terem provas concretas contra ele." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"No meu ver tudo isso não passa de calúnias para prender Bolsonaro ,mas para que ele seja preso tem que se provar todas as acusações."" (G2, 54 anos, aposentado, PB)

"Essas acusações são infundadas. Tudo um teatro, quero ver até onde vai porque esses atores não passam nenhuma credibilidade. Se tivessem que viver da arte morreriam de fome. O que é incrível é que o Brasil tem tantos problemas sérios a serem resolvidos, e essas pessoas continuam a receber mensalmente sem trabalhar, por que isso não é trabalho." (G2, 43 anos, professora , SP)

Envolvido

Os demais participantes - eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas - trouxeram um tom mais crítico e direto em relação ao ex-presidente, com alguns descrevendo-o como polarizador e envolvido em controvérsias frequentes. Entre esses, houve um destaque para a relevância das provas apresentadas, com muitos participantes afirmando que, se as evidências forem consistentes, devem resultar em responsabilização e punição. A confiança nas investigações e no papel da Polícia Federal foi expressa em várias respostas, que reforçaram a necessidade de justiça para preservar a democracia e punir atos que a ameacem. Alguns participantes destacaram que, mesmo sem envolvimento direto, o incentivo a ações antidemocráticas seria suficiente para justificar penalidades e culpar Bolsonaro.

Além disso, o grupo

"Tem que que haver punição, pois é a nossa democracia que está em jogo." (G3, 45 anos, turismóloga , RJ)

"Serei sucinta: Contra provas não há argumentos! Se tem provas, ele pode fale o que quiser; as provas dirão sempre o contrário"" (G3, 50 anos, pedagoga, RJ)

"Com toda certeza até a raiz dos cabelos dele. Só não deu apoio no dia que realmente aconteceram as coisas,pois é um covarde. Se aproveita dos que estão cegos."" (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Com certeza ele está envolvido, até pq a PF não é brincadeira e tem provas, ele tem que ser preso assim como todos que participaram disso, esse homem nunca me enganou e precisa pagar por todas as coisas que ele fez." (G4, 27 anos, autônoma, PA)

"Eu tenho total certeza de que ele está envolvido, assim como também esteve envolvido nos atentados de oito de janeiro, mesmo que isso ainda não tenha sido comprovado. Eu li parte da investigação e fica claro como ele coordenava as ações e também mantinha contato com a aeronáutica tentando angariar novos integrantes para essa ação criminosa. Por fim, a delação do seu ex cumplice deixa clara a ligação do Bolsonaro com os marechais." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

"Prefiro aguardar o final das investigações, apesar de não ser a favor do ex-presidente."" (G5, 26 anos, fisioterapeuta , PE)

"Acho sim que ele está envolvido. E espero que a justiça seja feita"" (G5, 27 anos, enfermeira, PE)

Pergunta 99
Após ser indiciado, Jair Bolsonaro voltou a defender a aprovação de uma ""anistia"" para investigados por tentativa de golpe, sem especificar a quais casos se referia, durante uma entrevista na noite desta quinta-feira. Em outras ocasiões, ele já afirmou que seu objetivo seria o de anistiar pessoas presas pela invasão à sede dos três Poderes no 8 de Janeiro. O ex-presidente argumentou que "se quiserem pacificar" o país, o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, poderiam se posicionar a favor de uma anistia e "zerar o jogo daqui para frente". — Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes sobre anistia estava tudo resolvido — afirmou Bolsonaro ao programa ""Oeste sem filtro"", da Revista Oeste. Vocês concordam com essa proposta de anistia?
Concordam

Entre a maioria dos participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) houve apoio à ideia, com justificativas que destacavam percepções de injustiça no tratamento dado aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Esses defensores frequentemente mencionaram desconfiança em relação às decisões judiciais e críticas direcionadas a figuras do atual governo, além de apontarem excessos e arbitrariedades no manejo das prisões. Esse grupo argumentou que a anistia poderia servir como um gesto de pacificação, devolvendo liberdade a indivíduos considerados inocentes ou desproporcionadamente penalizados.

"Eu concordo com Bolsonaro, já ficou mais que provado que houve excessos nas decisões de Alexandre de Morais. Sem contar que o atual governo teve participação ativa no suposto golpe. escondeu imagens, infiltrou invasores e facilitou a entrada dos baderneiros."" (G1, 54 anos, músico, RS)

"Concordo com Bolsonaro. Os infiltrados estão livres enquanto pessoas idosas que não apresentam perigo para sociedade continuam presas, sem contar as multas milionárias" (G1, 35 anos, artesã , SC)

"Sou totalmente a favor do nosso ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Todos sabemos que tudo isso foi armado para incriminar pessoas de bem e também o nosso ex-presidente. As pessoas presentes na ocasião de um possível golpe não portavam armas, mas sim bíblias, bandeiras e vestimentas simbolizando a nossa pátria , acredito que essas pessoas merecem, sim, o perdão, no entanto, também sei que isso dificilmente acontecerá, pois o objetivo deles é eliminar qualquer oposição e acabar com aqueles que tentem fazer algo pelo nosso Brasil. Eles desejam que todos se tornem totalmente dependentes do Lula, o chamado “pai dos pobres”." (G1, 45 anos, padeiro , PB)

Concordam parcialmente

Alguns participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) e a maioria do grupo 2 (bolsonaristas moderados) manifestaram preocupações quanto à possibilidade de criar precedentes negativos com a oferta indiscriminada da anistia. Esses temiam que perdoar ações passadas pudesse incentivar novos episódios semelhantes, enfraquecendo a ideia de responsabilização pelos atos. Essas visões ressaltaram a importância de investigações detalhadas e justas, indicando que a verdade sobre os eventos deveria ser o principal norteador das decisões judiciais.

"Eu acho a proposta de anistia é um paliativo para um mal q nem deveria ter acontecido q foi a prisão e condenação desproporcional de pessoas que estavam em frente aos quarteis. Não concordo que fosse estendida a todos, mas q pelo menos aos q não participaram da depredação dos prédios público, aos q depredaram que as penas sejam proporcionais aos seus crimes. Como aparentemente a justiça se coloca como incompetente pra separar quem quebrou uma vidraça de alguém q simplesmente escreveu na estatua com batom ou se quer estava lá, então acho que a anistia se faz necessária." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Eu concordo porque muitos indiciados não tiveram participação, e todo mundo que estava lá foi preso. Não fizeram uma investigação séria e deu nisso." (G2, 43 anos, professora , SP)

"Isso é um pouco complexo, acho que se fazem uma coisa que não é permitida devem pagar, anistia pode abrir brecha , para fazerem novamente." (G2, 26 anos, autônomo, DF)

"Não concordo não, acredito que quem cometeu crimes que pague pelo crimes cometidos, a anistia não seria justo. Se fosse no governo dele será que ele estaria com essa proposta ?! Acredito que não. Talvez as investigações tivessem que ser refeitas" (G1, 26 anos, recepcionista , SP)

"Vivendo no país que vivemos nos sabemos que isso serviria para beneficiar pessoas que devem e merecem continuar presas, aqui a justiça não é feita pra quem precisa. Então quem cometeu crimes políticos que responda pelos seus atos." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

Discordam

Os participantes dos grupos 3, 4 e 5 (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) mostraram um posicionamento amplamente contrário à proposta de anistia defendida por Jair Bolsonaro. Os participantes manifestaram descrença na legitimidade da proposta, interpretando-a como uma estratégia de autopreservação política e proteção de seus aliados. Muitos criticaram a ideia de "zerar o jogo", apontando que isso implicaria em uma falta de responsabilização por atos graves, como os danos à história e às instituições do país. O sentimento predominante foi o de que a justiça deve ser rigorosa e imparcial, analisando cada caso para garantir que os culpados sejam devidamente punidos.

"Não concordo. O senhor Bolsonaro e tantos outros a querem porque são mais sujos que chiqueiro." (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)

""De gênero nem hipótese alguma. Pimenta nos olhos dos outros é refresco; na dizia minha avó. Antes não precisaria de anistia, hj que a grama dele tá queimada precisa?! Não mesmo. Disse que fazia e acontecia enquanto estava no governo, agora é a hora de mostrar para os eleitores dele. Ta na hora de colocar a cara pra bater"" (G3, 50 anos, pedagoga, RJ)

"Discordo totalmente,pois foi um absurdo que fizeram,destruindo obras centenárias. Devem pagar como manda a lei! Ele quer anistia pra poder se valer dela também. Totalmente egoísta se passando de bonzinho!"" (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Acho uma palhaça, esse homem só falar merda, todos os que participaram disso devem cumprir a pena e pagar pelo que fizeram, uma verdadeira vergonha esse senhor." (G4, 27 anos, autônoma, PA)

"Não eu não concordo e vejo que o Bolsonaro através deste discurso de pedir anistia ele quer também se beneficiar. Essa conversa de pacificação infelizmente não cola vinda dele. Só acho quem errou deve ser julgado e condenado independente de quem seja."" (G4, 53 anos, artesã , SP)

"Eu discordo completamente, a gente já ouviu esse papo de pacificar o país na redemocratização, de colocar a história para debaixo do tapete e vimos o que deu, novas tentativas de didaturas e atendados ao Congresso e a Brasília! É preciso que haja uma punição exemplar de todos os envolvidos do 8 de janeiro e também dos planos de assinanar o Presidente Lula, o Alckim e o Alexandre de Moraes. É preciso passar a história a limpo, para que ela não volte para nos assombrar no futuro. Essa tentativa de dizer que no dia 8 de janeiro só tinham velhinhos desinformados não cola mais, já foi comprovado que houve muito incentivo financeiro para essa invasão ao Congresso, por tudo isso, #anistia não!" (G5, 33 anos, tradutor, SP)

"não concordo. muita concidencia justamente quando ele está sendo investigado ele propor uma dessa, não acham? crimes cometidos tem que cumprimir pena, sim! cada um que arque com as suas atitudes"" (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)

Considerações finais

O tema central da semana mostrou claramente as clivagens existentes entre os grupos, separando nitidamente os apoiadores de Bolsonaro dos demais participantes.

Novamente os discursos sobre perseguição política, viés das instituições da justiça e criação de fatos falsos para criminalizar e inviabilizar a carreira política de Jair Bolsonaro foram feitos pelos participantes bolsonaristas – tanto convictos quanto moderados – que não acreditavam nas informações veiculadas sobre os planos para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, argumentando que era mais uma narrativa distorcida pela esquerda para caçar o ex-presidente. Nos demais grupos, esses planos foram tomados como verdadeiros e veementemente repudiados.

Nessa mesma direção, para os dois grupos bolsonaristas, o ex-presidente foi avaliado como inocente frente as acusações enfrentadas, com questionamentos quanto a imparcialidade das investigações, novamente destacando perseguição política como motivo central. Já os grupos 3, 4 e 5 (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) veem o ex-presidente como diretamente envolvido, com base em provas e investigações divulgadas, e pedem as punições cabíveis. Esses grupos também demonstraram em comum uma maior confiança nas instituições a cargo das investigações e respeito aos princípios democráticos.

Coerentemente, os bolsonaristas foram os únicos que apoiaram a ideia da anistia, também retomando as narrativas constantes de que ocorreram injustiças e excessos nas punições aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, especialmente para aqueles que não participaram diretamente de atos de violência ou depredação. Por outro lado, os demais grupos destacaram a importância da responsabilização rigorosa, apontando a anistia como uma tentativa de autoproteção política e uma ameaça às instituições democráticas e ao combate à impunidade. Para esses, os crimes contra a democracia exigiriam respostas firmes e exemplares.

Distribuição da Participação
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Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula

Bolsa família, Laicidade do Estado e MST

Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma

Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola

Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula

Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista

Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro

Julgamento, Cid e políticas sociais

Valores: Marcha, Parada e Aborto

Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro

Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.