Relatório 94

De 9 a 15/6

Temas:

  • CLT
  • Interregatório de Bolsonaro
  • Audiências de Ministros no Congresso
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 9 a 15/6, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.

Ao longo do período, três temas foram abordados: i) percepções sobre o regime de trabalho CLT; ii) postura de Bolsonaro durante o interrogatório sobre tentativa de golpe; iii) postura dos deputados federais e senadores perante ministros e outras autoridades.
Ao todo, foram analisadas 174 interações, que totalizaram 7.959 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados Eleitores Flutuantes Lulodescontentes Lulistas Evangélicos
CLT O regime CLT foi valorizado pela segurança e benefícios que oferece, mas alguns reconheceram vantagens na autonomia do trabalho informal. Houve críticas às chacotas nas redes sociais. A CLT foi vista como uma forma válida de proteção trabalhista, embora necessitada de melhorias e maior valorização. O grupo defendeu também o estímulo ao empreendedorismo como alternativa viável e produtiva. Houve forte defesa da CLT como garantia de estabilidade e direitos. No entanto, os altos descontos em folha e os baixos salários foram apontados como entraves que exigem reformas no sistema. O grupo destacou a CLT como importante fator de segurança e acesso a benefícios, especialmente no início da carreira. Muitos criticaram a desvalorização simbólica do regime entre os jovens e as limitações do modelo atual. A CLT foi defendida como sinônimo de dignidade e proteção trabalhista. Sua desvalorização entre os jovens gerou críticas. Houve apelo por melhorias salariais e valorização do trabalhador como forma de tornar o regime mais atrativo. Os evangélicos formularam suas respostas de acordo com seus grupos originais de participação.
Interrogatório de Bolsonaro A postura de Bolsonaro foi vista como estratégica, sendo amplamente elogiada por demonstrar controle e inteligência diante de um tribunal considerado hostil. Os participantes reconheceram a cautela como necessária e estratégica, embora alguns tenham apontado limitações em sua comunicação e questionado a autenticidade da mudança de postura. Predominou a visão de que Bolsonaro agiu com medo e interesse próprio, tentando se desvincular das responsabilidades e se proteger juridicamente, mesmo que às custas de seus apoiadores. A audiência foi interpretada como um teatro, e a postura de Bolsonaro foi amplamente ridicularizada e vista como covarde e incoerente com sua retórica pública anterior. A maioria interpretou a atitude de Bolsonaro como covarde e estrategicamente calculada para limpar sua imagem, desresponsabilizar-se e se passar por vítima perante a Justiça e a população. Os participantes formularam suas respostas alinhados a seus grupos de pertencimento.
Postura dos Deputados e Senadores A maioria defendeu o direito dos parlamentares de questionarem ministros, considerando isso uma forma legítima de cobrança. Os ministros foram vistos como incompetentes, vitimistas e despreparados. O grupo reconheceu que os debates são legítimos, mas condenou os excessos e a falta de respeito. Houve equilíbrio entre a defesa da fiscalização e o apelo por mais civilidade e preparo nos embates. Predominou a crítica à postura imatura e desrespeitosa dos políticos durante as audiências. As atitudes foram vistas como vergonhosas, desviando o foco dos problemas reais da população. As respostas condenaram fortemente os ataques como prática antidemocrática, desrespeitosa e merecedora de punição. Houve defesa do decoro parlamentar e crítica à banalização do espaço legislativo. O grupo repudiou os ataques e demonstrou apoio aos ministros, especialmente Marina Silva, ressaltando a falta de respeito, o uso político das audiências e a presença de discursos misóginos e desestabilizadores. Os participantes formularam suas respostas de acordo com seus grupos originais de pertencimento.
Pergunta 36
Antes considerado sinônimo de estabilidade e segurança, ter um emprego com carteira assinada, regido pela CLT, passou a ser alvo de memes e chacotas nas redes sociais, especialmente entre os jovens. No entanto, observa-se um movimento de reação, com vídeos apelidados de “CLT premium”, nos quais pessoas inseridas nesse modelo de trabalho destacam os diversos benefícios possíveis, além da proteção social. O que vocês pensam sobre o regime trabalhista da CLT? Vocês acham que ele deve ser estimulado ou não? Por quê?
Apoiam majoritariamente o modelo

Em todos os grupos, houve um consenso generalizado sobre a importância do regime CLT como forma de garantir direitos mínimos, estabilidade e segurança ao trabalhador. Independentemente da faixa etária, profissão ou região, a maioria dos participantes reconheceu que, apesar das críticas e limitações, o vínculo celetista ainda representa uma conquista significativa, especialmente em comparação com regimes mais precarizados, como o trabalho informal ou a terceirização. Essa valorização esteve fortemente associada à previsibilidade de renda, à proteção em caso de demissão e ao acesso a benefícios como férias, 13º salário e aposentadoria.

Outro ponto de convergência entre os grupos foi a defesa da dignidade do trabalho formal. Mesmo aqueles que atuam como autônomos ou empreendedores destacaram que o emprego com carteira assinada deveria ser respeitado e não alvo de chacotas. A CLT foi entendida como uma base de sustentação para grande parte da população brasileira, especialmente para os que não têm condições de empreender ou acessar cargos públicos. Os diferentes perfis demonstraram uma compreensão comum de que o regime celetista deve ser protegido e incentivado como um pilar fundamental das relações de trabalho.

Por outro lado, também foram feitas críticas à rigidez e às limitações do sistema atual, com destaque para os salários baixos, a carga horária excessiva e a alta carga tributária que recai tanto sobre os trabalhadores quanto sobre os empregadores. Alguns participantes defenderam que o modelo precisa ser modernizado e com revisão de regras.

O grupo 5 (lulistas), destacou ainda o papel do regime CLT na promoção da inclusão social e da diversidade no mercado de trabalho. Ao garantir vínculos formais, o modelo celetista impõe às empresas o cumprimento de cotas e diretrizes que favorecem a contratação de pessoas historicamente marginalizadas, como pessoas com deficiência (PCDs), mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+.

"A CLT ainda é uma das formas mais seguras de estar assegurado, mesmo após tantas perdas com a reforma da Previdência, ainda continua sendo atrativo, porém, é evidente que precisa de muitas melhorias, entre elas, a revisão da escala 6x1, que sobrecarrega os trabalhadores, e quem faz chacota ou meme de quem trabalha sob o regime da CLT, muitas vezes, desconhece como funciona e seus benefícios, ter um emprego formal ainda representa estabilidade, direitos e uma certa proteção em tempos de tanta incerteza!"" (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Eu acho o regime CLT muito bom e seguro para o trabalhador, se agora há um CLT Premium então é sensacional. Esse é um regime que deveria ser estimulado pois dá todas as garantias, se as pessoas querem ter seus negócios, parabéns aos corajosos, eu já tive as duas opções e ter seu negócio custa muito caro." (G2, 43 anos, professora, SP)

"O regime da CLT é uma conquista do trabalhador, uma proteção salarial direito ao seguro desemprego, direito previdenciário,ao contrário do trabalho formal que não tem nenhum direito assegurado. Lógico que esse regime hoje precisa de mudanças pois as que foram feitas não são suficientes para melhorar a vida do trabalhador como as cargas horárias são grandes e o salários oferecidos para o trabalhador são insuficientes pra sustentar suas famílias. Ele deve ser estimulado sim, mas precisa ser revista a carga horária de trabalho que é longa e o salário é baixo, por isso estão optando por trabalho formal, por poder fazer menos horas com salário mais atrativos." (G3, 41 anos, funcionária pública, GO)

"Vejo o modelo CLT muito importante, principalmente pra quem está em início de carreira. A maior vantagem em si são os benefícios e a questão do INSS, mas quem tem uma visão de futuro mais apurada e quer ter uma flexibilidade maior almeja ser PJ e com planejamento e muuuito empenho consegue ter sucesso e estabilidade." (G4, 32 anos, engenheiro mecânico, BA)

"Eu acho mais do que necessário esse tipo de regime porque protege os trabalhadores e lhe garante direitos que quem é PJ não possui. Além disso, também dá uma estabilidade maior, inclusive quando o empregador decide demitir o empregado, garantindo com que ele saia com os seus direitos garantidos! Outro ponto é sobre o piso salarial que é garantido nesses regimes, diferente do PJ, o qual, muitas vezes não garante um pagamento mínimo para o trabalhador. Por fim, ainda há a questão da diversidade que as empresas são obrigadas a seguir nesse regime, contratando um número mínimo de mulheres, pretos, lgbt qi+ e também PCD." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

Empreendedorismo e informalidade como escolha viável

Nos grupos 2 e 3 (bolsonaristas moderados e eleitores flutuantes), especialmente entre participantes que atuam como autônomos ou empresários, o empreendedorismo e a informalidade foram defendidos como caminhos legítimos e, em alguns casos, mais vantajosos do que o regime CLT. Entre esses, houve a valorização da liberdade de horários, o controle sobre os próprios rendimentos e a possibilidade de ganhos superiores, especialmente para quem atua em nichos específicos ou possui experiência acumulada. Ainda que reconhecessem os riscos e a ausência de garantias, muitos enxergaram nessas formas de trabalho uma alternativa viável diante das limitações da CLT, como baixos salários e sobrecarga. Essa visão foi associada à ideia de autonomia e iniciativa individual como formas de alcançar sucesso fora das estruturas tradicionais.

"O trabalho deve sempre ser incentivado, independente de ser por CLT ou não. Porém é óbvio que o empreendedorismo deve ser mais incentivado pois, além de mais rentável para o trabalhador, traz crescimento ao país através da produção real de riqueza." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Acho que deveria estimular as empresas a darem mais benefícios em trocas de menos imposto, o CLT com salário mínimo e VT e VR abaixo de 15 reais passa muita dificuldade comparado com o CLT que tem kit de benefícios como dental, saúde, VR acima de 30. A valorização é sentida de longe, uma vez que as pessoas querem se sentirem valorizadas e a grande maioria vive com o mínimo, assim sendo uma das grandes partes que faz chacota dela." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)

"Antigamente CLT era garantia de estabilidade, hoje nenhuma mais, pois existem empresas que mesmo o funcionário trabalhando correto e honesto seus direitos que são garantidos por lei hoje não são cumpridos e ainda formam jeito de burlar. Hoje no meu ver a CLT está uma vergonha, exigem cargas horárias extensas e quando falamos de salário passa um pouco de 1 salário mínimo, uma vergonha. Hoje no meu ver empreender não é fácil, porém você que faz seu salário, o seu suor, seu horário, seu salário e cada um sabe o que precisa." (G3, 39 anos, analista financeiro, SP)

"Acho que cada um precisa saber o que é melhor pra si. Pra alguns CLT é bom, pra outros ter CNPJ e trabalhar para empresas, para outros ser empreendedor. A nossa lei trabalhista tem muitas 'proteções' ao trabalhador. O que é bom em alguns aspectos e ruim em outros, por exemplo, um funcionário custa muito caro para a empresa (acho que 3 vezes mais do que ganha), isso faz com que os salários sejam sempre baixos. Consequentemente nosso poder de compras é pequeno." (G3, 45 anos, turismóloga, RJ)

Crítica direta à geração atual

De modo paralelo, também em comum entre os grupos, diversos participantes manifestaram críticas à postura dos jovens em relação ao trabalho formal, interpretando os memes e chacotas sobre a CLT como sinais de desinteresse, comodismo ou ilusões quanto à ascensão fácil por meio das redes sociais. A juventude foi frequentemente retratada como menos disposta a enfrentar rotinas rígidas ou salários baixos, o que, para alguns, comprometeria valores como disciplina, esforço e responsabilidade. Essa crítica também revelou uma tensão geracional mais ampla, em que o modelo tradicional de valorização do emprego formal parece não se sustentar frente às novas aspirações e comportamentos contemporâneos, gerando frustração entre os que ainda associam a carteira assinada à dignidade e ao sucesso profissional.

"Acredito que o regime CLT é válido sim. No momento estou trabalhando de forma autônoma mas quero voltar ao regime CLT. Vejo mesmo muitos jovens fazendo memes sobre o regime CLT, simplesmente pq querem ser Youtubers. Mas esquecem que é bem difícil conseguir seguidores nas redes sociais e ganhar dinheiro com isso. É 1 em 1 milhão." (G1, 38 anos, assistente administrativo, AM)

"Bom dia, os jovens de hoje acham que a vida é fácil, por causa de todo esses movimentos atuais, e também pelo surgimento das profissões modernas, como influenciar e tudo mais. Trabalhar é importante e ser CLT não é tão ruim assim, mas tem uns empregos que são um pouco abusivos, mas trabalhar CLT não é o fim do mundo, as pessoas hoje em dia querem só viver de forma confortável, sem trabalhar e suar." (G2, 26 anos, autônomo, DF)

"Antigamente era segurança e estabilidade o CLT pois não havia Internet (eu sempre digo Internet veio para melhorar, mas estragar também) enfim naquela época mão havia opções digamos assim ... a galera tinha que ralar para conseguir uma carteira assinada e fazia de tudo para não perder o emprego após conseguir. Hoje em dia tem empresa juro tem empresa pedindo indicação de funcionários que já estão lá dentro porque simplesmente a molecada não quer trabalhar. E porque? Oras tudo fácil não! Um vira influencer, o outro ganha mais no tigrinho, o outro vive na mordomia dos pais. E sinceramente nem jogo toda a culpa neles não, pois quem vai querer ganhar um salário mínimo que hoje em dia com a inflação altíssima não se compra nada no mercado, quem dirá sair da casa dos pais e bancar um aluguel piorou neh. Se o salário continuar baixo ninguém vai querer mais ser CLT trabalhar escala enorme com carga de trabalho pesada porque na carteira só vem uma função, mas na realidade ele acaba tendo várias experiências na empresa. Então para os jovens será que compensa? Não! Aí junta já essa geração que não quer nada da vida com um salário que não da para nada. Agora o CLT premium foi o mais espertinho que se esforçou um pouco mais e conseguiu um cargo melhor. Enfim os tempos mudaram demais, algumas coisas não acompanham para estimular os jovens de hoje a querer o CLT, e eu acho sim que deve ser estimulado, pois cada vez mais teremos menos jovens querendo uma carteira assinada. Um comentário sobre é que essa semana estava conversando com meu marido que antigamente nós tínhamos vergonhas de chegar atrasados no trabalho, e que hoje em dia eles abandonam o trabalho sem dar nem sequer satisfação."

(G3, 36 anos, autônoma, SP)

"Bom dia! Os jovens não querem mais trabalhar de carteira assinada, culpa disso é as redes sociais que passam que ser influenciador ficam ricos, na minha época ter uma assinatura na carteira era orgulho, hoje não. Acho que eles devem ser estimulados a ter esse amor, seja com salários melhores." (G5, 38 anos, chefe de RH, BA)

"Bom dia! Acho que essa nova geração que ganha dinheiro com curtidas e visualização na Internet não quer ser CLT, e para eles ser carteira assinada é motivo de vergonha e chacota nas redes sociais. Tem muitos que fazem vídeos passando vergonha, se expondo ao ridículo com a esperança de viralizar e virar uma subcelebridade. Eu estou criando meus filhos para acreditarem no estudo e no trabalho, independente do regime trabalhista." (G5, 28 anos, auxiliar administrativo, AM)

Pergunta 37
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na segunda-feira (09), a fase de interrogatório dos oito réus do chamado "núcleo principal", considerado responsável pelas tentativas de golpe de Estado em 2022. Entre eles, estava o ex-presidente Jair Bolsonaro. Diante das câmeras da TV Justiça e da maior parte da imprensa, Bolsonaro adotou um tom mais ameno com a Corte e com o ministro Alexandre de Moraes do que aquele observado em seus comícios públicos. Em um momento, ele classificou como "pobres coitados" e "malucos" os bolsonaristas radicais que depredaram prédios públicos em Brasília. O que acharam da postura de Bolsonaro?
Estratégico e inocente

Entre os participantes dos grupos 1 e 2 (bolsinaristas convictos e moderados) predominou uma avaliação altamente favorável à postura adotada por Jair Bolsonaro durante o interrogatório no STF. Os participantes enxergaram sua conduta como estratégica, elogiando o controle emocional, a serenidade e a forma como se portou diante de um ambiente considerado hostil. A maioria interpretou sua calma como resultado de orientação jurídica e de uma postura calculada para evitar prejuízos judiciais.

Além disso, muitos participantes reforçaram a imagem de Bolsonaro como vítima de perseguição política e destacaram sua postura como um sinal de inocência ou coragem.

A oposição ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, foi um pano de fundo recorrente nas falas, revelando forte desconfiança em relação à imparcialidade da Corte. Em algumas opiniões, a figura do ex-presidente foi elevada a um status quase heroico, sendo visto como alguém injustiçado que ainda representa esperança para seus apoiadores. Prevaleceu a torcida por um desfecho positivo para Bolsonaro, reforçando o apoio político ao ex-presidente.

"Eu acho que ele estava sendo bem orientado pelo seu adv,pois o careca estava doido para prender o pr Bolsonaro,então ele tinha que ser estrategista" (G1, 57 anos, confeiteira, PE)

"Achei o presidente Bolsonaro calmo e de bom humor, até fez a piada chamando o Moraes pra ser seu vice em 2026. Gostei da postura dele, que várias vezes desarmou o Gonet e o iluministro Moraes, ele disse bastante coisa que aconteceu nas eleições que tirou dele a reeleição, como foi impedido pelo STF de mostrar Lula com ditadores, Lula apoiando o aborto, e usar imagens do 7 de setembro em sua campanha, achei a postura dele bem segura e só falou verdades." (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Bom dia, discordo,o presidente Bolsonaro é um estrategista, chegou calmo e não se alterou hora nenhuma, se esperassem que ele fosse se alterar , que é o que a extrema esquerda queria, se decepcionaram, ele fora das eleições de 2026 não poderá fazer nada pelos presos políticos que já foram condenados, agora se ele se tornar elegível e voltar a ser nosso presidente vai anular essas condenações, não vejo o presidente Bolsonaro como um egoísta que só pensa nele, e não o defendemos por ser político de estimação, ele foi o único capaz de abrir nossos olhos pra ver a realidade da nossa situação política, antes dele eu não sabia o que era direita e esquerda na política. E vejo o presidente Bolsonaro como uma tábua de salvação, ele não é corrupto porque se fosse já o teriam prendido a muito tempo, por isso estão nessa narrativa de golpe que não se sustenta, a verdade está vindo a tona é só observar os acontecimentos." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Acredito que Bolsonaro esteja sendo cauteloso e bastante instruído,porque ele sabe que não pode errar diante do juiz Alexandre de Moraes,esse Juiz tem complicado a vida de todos bolsonaristas, mandando prender,pagar punições etc... Na minha opinião , Bolsonaro está correto em tomar essa postura,tem agido com eloquência diante do tribunal de Alexandre de Moraes,e acredito que talvez não agrade a alguns dos seus eleitores,bom tenho esperança que Bolsonaro seja absorvido de culpa e possa voltar o mais rápido a cena política,para disputar as eleições do próximo ano e ganhar tranquilamente de Lula." (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)

"Acho que Bolsonaro está certo aqueles que entraram e vandalizaram são malucos mesmo, o que não inclui a grande maioria que foram lá pelo efeito manada e não cometeram nenhum crime" (G2, 43 anos, administradora, GO)

Covarde e falso

Nos demais grupos (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) predominou uma visão crítica em relação à postura de Jair Bolsonaro durante seu depoimento no STF. A maioria interpretou sua atitude calma e respeitosa como uma estratégia defensiva, motivada pelo receio de punições mais severas. Houve forte desconfiança sobre a sinceridade de seu comportamento, sendo lido como um ato de conveniência política ou jurídica. Os participantes expressaram ceticismo diante do que consideraram uma encenação, avaliando que Bolsonaro teria se colocado como vítima para se proteger de eventuais condenações, enquanto deixaria seus apoiadores mais radicais assumirem as consequências dos atos. Entre os eleitores de Lula, sua atitude foi vista também como uma demonstração de fraqueza e covardia, contrastando com sua retórica combativa habitual. O tom das falas foi marcado por descrédito e sarcasmo, muitas vezes apontando a diferença entre o Bolsonaro dos palanques e o que apareceu diante da Justiça. A rejeição à figura de Bolsonaro e à sua conduta foi quase unânime nesses dois grupos, com críticas contundentes tanto ao seu histórico político quanto à sua atuação recente.

"Bolsonaro é hipócrita que age por conveniência, agora que sabe do risco de mais uma condenação; pula fora de toda e qualquer situação que o leve a represálias. Sempre usou da mente de pessoas fracas manipuláveis para fazerem o que ele queria, agora que o problema estourou como bomba relógio ele vai morrer negando que incentivava esses (pobres coitados e malucos) como ele mesmo se referiu, a fazer o que fizeram. Porque eles sim são os bolsonaristas radicais." (G3, 41 anos, funcionária pública , GO)

"Pela primeira vez eu vi ele com tom de humilde e coitado. Está tirando o dele da reta pois viu que tem muitas provas contra ele de participação e incentivo a tentativa de golpe, e no final das contas quem vai acabar sofrendo as consequências é só os apoiadores da base."" (G3, 45 anos, professora , MT)

"Ele é muito é do frouxo....Longe do Xandão falava horrores e na frente miou feito um gatinho! Ele devia ter era vergonha desse papel ridículo que fez!"" (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Achei a postura do ex presidente uma piada cadê o tal mito o que se dizia não ter medo de nada parecia um cão perdido uma pouca vergonha amei assistir e ri muito com a postura dele de covarde" (G4, 53 anos, dona de casa, BA)

"ele quer simplesmente tirar o dele da reta, se fazer de coitado pra ver se alguém tem pena, mal sabe ele que isso não funciona na justiça🤣 tenho certeza que essa postura dos “seguidores” dele, surgiu do proprio comportamento que ele tem. essa postura aí é de medo!"" (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)

"Boa tarde! Pelas palavras e atitudes do ex presidente pude sentir que ele se acovardou, agora está tentando passar uma imagem de vítima de uma pessoa que estava alheia a toda essa situação e todo essa plano orquestrado contra o nosso país sendo assim saindo pela tangente diante de toda essa situação." (G5, 28 anos, gerente comercial , AM)

Pergunta 38
A audiência na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (11), foi marcada por um debate acalorado, com bate-boca e troca de acusações entre o ministro Fernando Haddad e deputados bolsonaristas. O ministro foi questionado por Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), mas os parlamentares deixaram a reunião antes de ouvir suas respostas. Diante da situação, Haddad reagiu e classificou a atitude dos deputados como "molecagem". O presidente da comissão, Rogério Correia, tentou conter os ânimos e manter a ordem, mas, diante do tumulto, foi obrigado a encerrar a sessão. Recentemente, a ministra Marina Silva participou de uma audiência no Senado, mas deixou a sessão após ser alvo de acusações agressivas por parte de alguns senadores. O que pensam sobre essa prática de deputados e senadores de convidarem ministros com intenção de atacá-los?
Embate político legítimo

O grupo 1 (bolsonaristas convictos) considerou aceitável — e até necessária — a pressão exercida por parlamentares da oposição, mesmo que isso resultasse em embates mais acalorados, pois entendiam esse confronto como reflexo do desgaste do governo. Prevaleceu a ideia de que figuras públicas devem prestar contas à população e que o Parlamento tem o dever de fiscalizar suas ações. A maioria avaliou negativamente o desempenho dos ministros, associando-os a incompetência, falta de preparo ou ausência de resultados concretos. Nesse contexto, o tom mais crítico adotado pelos deputados e senadores se justificava, como uma resposta legítima diante do cenário político e econômico considerado insatisfatório. Entre esses, o comportamento dos ministros ao serem confrontados foi visto, de modo geral, como defensivo ou vitimista, reforçando a percepção de que não estariam dispostos ao diálogo verdadeiro. Dessa forma, as ações dos deputados seriam corretas.

“Boa tarde. Eu acho correto, já que só temos eles para nos representar, deveria ter uma fiscalização ainda mais forte, para que eles explicassem melhor o que estão fazendo , o Haddad só sabe criar taxas para o brasileiro, e a ministra não faz nada para conter as queimadas e o desmatamento, e o Brasil a mercê desses inúteis!”

(G1, 45 anos, padeiro , PB)

“Boa tarde! Eu acho muito bom chamar os ministros incompetentes para prestar contas das burradas que estão fazendo, e colocando o país na situação terrível que estamos vivendo, e por mais educação que se tenha é difícil manter a linha diante de tanta gente corrupta e despreparada, que se fazem de vítimas quando são pressionados a prestar contas do péssimo trabalho que vem fazendo. Eles acusam a direita daquilo que eles são, não aceitam críticas e cobranças, aí ofendem e se fazem de coitadinhos.”

(G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

“Bom dia! Por se tratarem de pessoas públicas tem que ser questionadas sim! Se não estão fazendo seu trabalho direito tem que haver críticas. Para que seu trabalho venha a melhorar. O Hadad vem fazendo um péssimo trabalho e não procura melhorar, tem que ouvir mesmo. A Marina Silva sempre se faz de vítima quando é questionada. Não aguenta e não tem competência pede pra sair.”

(G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)

“Boa noite!!! Tem que ser questionado e responder! Independente de quem seja o que houve com a Marina foi outra situação que eu achei desnecessária, mais o papel deles é prestar esclarecimentos quando solicitados.”

(G1, 50 anos, engenheiro, SP)

Ambos estão errados

As opiniões dos grupos 2 e 3 (bolsonaristas moderados e eleitores flutuantes) revelaram uma visão mais moderada e crítica tanto em relação aos parlamentares quanto aos ministros. Houve a compreensão de que o papel da audiência deve ser o de cobrança e fiscalização legítima, mas muitos participantes apontaram que os conflitos frequentemente extrapolam os limites do debate democrático. A maioria avaliou que, embora as tensões possam surgir naturalmente em discussões acaloradas, a ausência de argumentos sólidos de ambas as partes contribui para o descontrole, resultando em ofensas e agressões verbais. Muitos participantes criticaram a postura dos políticos envolvidos, classificando-a como imatura, desrespeitosa e incompatível com o cargo público. A prática de transformar audiências em arenas de ataques foi vista como perda de tempo e de foco nas reais demandas da população. Também surgiram críticas à falta de preparo emocional e à ausência de protocolos mais claros para conduzir essas audiências com civilidade.

“Boa noite , vejo que essas sessões são pra esclarecer gastos e ações dos ministros, mas é exagero só atacar por atacar, se for pra cobrar melhoras e justificar as decisões, atacar por ponto ou lado político é injustificável” (G2, 26 anos, autônomo, DF)

“Boa noite,acho que eles não convidam com essas intenções,mas quando acontecem o debate,os ânimos se alteram e ocorrem as agressões verbais,algo que deveria ser evitados,já que todos são adultos.” (G2, 26 anos, vendedora , AL)

“Boa tarde, acho bem feia essa postura dos políticos de ficarem brigando que nem adolescentes. Eles deveriam ser um exemplo para a sociedade, mas são uma piada na verdade.” (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)

“Boa tarde também acho ridículo pessoas tão importantes ficarem com essa briga, parecem não respeitar ninguém ali então não gosto dessa postura deles.” (G3, 32 anos, vendedor, MG)

Desrespeito generalizado

As opiniões dos grupos 4 e 5 (lulodescontentes e lulistas) indicaram uma crítica contundente à postura adotada por parlamentares que utilizam audiências públicas como palanque para ataques pessoais e politização excessiva. Muitos participantes expressaram repúdio à falta de respeito demonstrada durante esses eventos, avaliando que esse comportamento atenta contra o decoro parlamentar, desrespeita a Constituição e compromete o funcionamento harmônico entre os poderes. A prática foi vista como sintoma de uma oposição desqualificada, mais preocupada em gerar conflito do que em propor soluções ou debater de forma construtiva. Houve menções à necessidade de punições institucionais, à perda de civilidade e à banalização do espaço legislativo. As falas indicaram indignação com o uso político e midiático desses episódios, muitas vezes explorados em cortes para redes sociais que distorcem o contexto e reforçam narrativas populistas.

Além da defesa do respeito institucional, muitos participantes denunciaram a recorrência de comportamentos misóginos, machistas e antiéticos durante essas audiências, o que foi entendido como sintoma de uma degradação do debate político. O grupo mostrou-se crítico em relação aos parlamentares ofensivos e solidário aos ministros atacados, sobretudo quando o desrespeito envolvia questões de gênero ou tentativa de silenciamento simbólico.

“Acho que essas ações de ataques propositais e intencionados aos Ministros pelos parlamentares é algo lastimável e que deveria ser punido como falta de decoro parlamentar. Esses ataques só demonstram a total desqualificação de parte da direita que ao invés de efetuar uma oposição inteligente e produtiva se focou unicamente em fazer ataques ao Governo Lula sem apresentar propostas realmente úteis. São atitudes de um grupo político que vê diluir sua popularidade e aceitação a nível nacional e apelam a ataques pessoais para tentarem reconquistar parte de seus eleitores.” (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)

“Eu acho um ato de extrema falta de respeito as autoridades em si mas também a constituição brasileira e aos 3 poderes, existe uma hierarquia, essa deve ser respeitada afinal ninguém está acima da lei, me atrevo a dizer que eles deveriam ser penalizados de acordo com a lei por quebra de decoro, já que eles possuem imunidade parlamentar e não podem ser acusados juridicamente pelo comportamento grosseiro e desrespeito aos ministros, mas devem seguir o Regimento Interno da Câmara e do Senado assim como o Código de Ética Parlamentar.” (G4, 36 anos, instrutor de informática , SP)

"para mim, essas audiencias são pura falta de respeito, uma verdadeira baderna. eles se reunem e dão a entender que farão algo util, mas usam do poder para serem machistas, homofobicos, misoginos e tudo de ruim. usam a oportunidade para atacar, desrespeitar e tentar diminuir os outros. falam sobre pessoas que n levam a politica a serio, quando na verdade são eles que agem assim. há muitos anos essas “audiencias” vem acontecendo com o mesmo intuito e é impressionante como ninguém é punido e nada acontecem com eles.” (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)

“Essa situação vexatória feita e reproduzida principalmente por políticos da direita e ridícula, a situação que envolveu a Marina Silva põe exemplo foi deplorável ela tomou a atitude correta quando foi embora porque um debate carregado de falta de respeito não é um debate mas sim um ataque.” (G5, 28 anos, gerente comercial , AM)

Considerações finais

A primeira questão demonstrou que o regime CLT ainda é amplamente reconhecido como um instrumento importante de proteção social e segurança econômica. Independente do grupo de pertencimento, a maioria dos participantes valorizou os benefícios legais e a estabilidade proporcionada pelo modelo formal. Mesmo entre os defensores do empreendedorismo, que se concentraram no grupo de bolsonaristas moderados, houve reconhecimento dos benefícios do regime celetista, mas seguidos de algumas críticas contra o valor dos tributos cobrados. Ao invés de polarização, observamos uma grande dose de consenso em torno da posição de que a CLT deve continuar a ser estimulada, mas aliada a reformas que garantam maior valorização, flexibilidade e adequação às novas realidades laborais.

A segunda questão reorganizou os grupos de acordo com os comportamentos mais comumente observados. As reações à postura de Jair Bolsonaro durante seu depoimento ao STF revelaram divisões claras entre os grupos analisados. De um lado, os participantes bolsonaristas enxergaram sua atitude como prudente, estratégica e necessária diante de um ambiente judicial adverso, destacando controle emocional e orientação jurídica como sinais de inteligência política. Importante salientar que afirmações sobre sua inocência e perseguição política estiveram presentes em quase todas as falas. Do grupo de flutuantes para a esquerda, houve forte percepção de encenação, covardia e tentativa de autopreservação às custas dos apoiadores, com críticas contundentes ao contraste entre sua retórica pública e seu comportamento diante das autoridades. O evento serviu, portanto, como catalisador de discursos já consolidados, tanto de apoio quanto de rejeição ao ex-presidente.

Essa mesma separação esteve presente na última questão da semana. As análises revelaram percepções marcadamente distintas sobre o papel das audiências parlamentares e a conduta dos atores políticos nelas envolvidos. Para uma parte dos participantes, sobretudo os bolsonaristas, os questionamentos aos ministros foram legítimos e até necessários diante de um governo avaliado como ineficaz. Já, nos demais grupos, predominou uma leitura crítica mais dura sobre os parlamentares, considerados desrespeitosos, pouco comprometidos com o interesse público e mais interessados em criar espetáculos do que em exercer seu papel fiscalizador de forma responsável. Entre esses, também ficou evidente a preocupação com o nível do debate político no país, visto como degradado, polarizado e improdutivo. Além disso, a falta de argumentos técnicos, o uso estratégico das redes sociais para difusão de ataques e a presença de condutas machistas e desqualificadoras nas audiências foram apontadas como sintomas de uma crise mais ampla de representação e institucionalidade. Embora todos os grupos tenham reconhecido o direito de cobrança e fiscalização, a forma como essa cobrança tem sido conduzida foi amplamente reprovada, por reforçar o desgaste da confiança pública nas instituições democráticas e alimentar conflitos ideológicos em detrimento de soluções concretas.

Essa semana mais uma vez observamos que diferentes questões dividem de forma diferente os grupos ideológicos, num gradiente que vai do consenso à polarização. Mas é interessante notar que nas questões mais divisivas, como o depoimento de Bolsonaro e as audiências de ministros no Congresso, os flutuantes se alinham bem mais com os grupos da esquerda do que com os bolsonaristas. Ademais, os bolsonaristas moderados mostram menos entusiasmo pelas posições de defesa da direita do que seus pares convictos, o que era de se esperar. Seria esse um sinal de isolamento do bolsonarismo?

Distribuição da Participação
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Imagem de Janja; Ataques a Marina Silva; Programa Mais Especialistas

Responsabilidade pela Segurança Pública; Programa SuperAção SP; Anistia a Dilma Rousseff

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Fraude no INSS; Papa Francisco; Viagem de Lula à Rússia

Prisão de Collor; Terapias hormonais em adolescentes; Camisa vermelha da seleção

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CPI das apostas online; Aumento da pena para crimes contra a mulher

Decisão do voto: Direita x Esquerda; Voto no PT; Campanha 2024 e expectativas; Avaliação dos Resultados

Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam

Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto

Manifestação convocada por Bolsonaro; Atuação de Marina Silva; Prisão de Deolane

Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida

Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais

Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas

Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais

ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro

Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal

Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet

Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula

Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista

Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro

Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia

Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar

Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904

Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; Escolas Cívico-Militares

Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News

Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações

Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas

SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente

Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas

Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes

Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura

Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid

Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura

#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres

Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos

Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro

#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM

Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa

Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal

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#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana

Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF

#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis

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#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM

Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro

Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro

GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança

Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio

Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar

Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno

Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo

Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS

O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF

Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas

Relatório #19 MED

ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS

Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula

Bolsa família, Laicidade do Estado e MST

Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma

Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola

Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula

Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista

Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro

Julgamento, Cid e políticas sociais

Valores: Marcha, Parada e Aborto

Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro

Monitor da Extrema Direita

Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.