Relatório 10

De 16 a 22/06

Temas:

  • Julgamento, Cid e políticas sociais
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 16 a 22/06, dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi composto de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) a expansão dos programas sociais Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida ; ii) a apreensão do celular de Mauro Cid e informações divulgadas sobre orquestração de um golpe após as eleições; iii) o julgamento de Jair Bolsonaro e sua potencial inelegibilidade.
Ao todos, foram analisadas 130 interações, que totalizaram 5.330 palavras.

G1 (Bolsonaristas Convictos) G2 (Bolsonaristas Moderados)
Expansão dos programas sociais O grupo ficou dividido entre participantes que apoiavam (e elogiavam) as iniciativas, avaliando como boas decisões do atual governo e os que criticaram os programas, sobretudo baseados em notícias falsas quanto as especificações de ambos os programas. Unanimamente o grupo apoiou e avaliou positivamente a implantação dos dois programas. Colocações acerca de boatos sobre fraudes e privilégios no Programa Bolsa Família foram feitas por vários participantes.
Apreensão do celular de Mauro Cid O grupo defendeu ferrenhamente Bolsonaro, retomando a narrativa acerca da eleição ter sido fraudada e argumentando que as provas foram forjadas e, mesmo que fossem verídicas, não eram evidências significativas, sendo "apenas" projetos que não saíram do papel. A maioria do grupo mostrou-se a favor das investigações, para que os fatos fossem melhor apurados. Entre os que se posicionaram, alguns achavam Bolsonaro inocente enquanto outros já admitiam que Bolsonaro estaria sim envolvido, considerando suas atitudes passadas.
Julgamento de Bolsonaro A maioria do grupo acreditava que Bolsonaro será injustamente condenado, fruto da perseguição política que ele sofre. Somado a isso, havia a clara percepção de que Lula, Alexandre de Moraes e o STF estão alinhados, agindo para destruir Bolsonaro e torná-lo inelegível. O grupo avaliou que Bolsonaro sairá mais fraco desse julgamento, por acreditarem que o mesmo será condenado e perderá seus direitos políticos. Alguns participantes já planejavam quem seria seu sucessor.
Pergunta 27
Essa semana foram aprovados a recriação do Programa Mais Médicos e a expansão do Programa Minha Casa Minha Vida (para financiamento de imóveis até 500 mil reais). O que vocês acham desses programas do atual governo?
Considerações Iniciais

Majoritariamente os participantes aprovaram e elogiaram a reformulação de ambos os programas, creditando os méritos ao atual governo e avaliando que era uma forma bastante importante de cumprir as promessas de ajudar as classes mais baixas do país, com políticas de ampliação de atendimento para saúde e moradia.

No grupo 02 (bolsonaristas moderados) muitos participantes sabiam das especificidades do programa Mais Médicos (com a priorização de profissionais brasileiros), informação que não foi reproduzida no outro grupo, gerando críticas a partir desse fator.

Em ambos os grupos houve a reprodução de boatos acerca do programa Minha Casa, Minha Vida, em relação aos beneficiários estarem fora dos padrões exigidos, com participantes expressando anseios de que o mesmo fosse melhor controlado em seu novo formato.

"Eu acho ótimo, pois esses programas beneficiam muito a população brasileira, porque a área da saúde está péssima e precisamos com certeza de mais médicos, e a possibilidade de poder fazer financiamento de imóveis é muito bom pra tirar as pessoas do aluguel!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

"Independente do ranço político que eu tenho com esse governo e de saber que por trás de outros programas tem muito roubo e corrupção, eu acho que os programas são válidos e ajudam mta gente que não tem acesso à saúde e moradia!" (G1, 39 anos, contadora, BA)

"Acho ótimo porque estes programas beneficiam a população. A recriação do programa Mais Médicos é excelente porque precisamos de mais médicos e o programa Minha Casa minha vida é maravilhoso para as pessoas conseguirem financiar o imóvel e sair do aluguel." (G1, 18 anos, aprendiz, SP)

"É ótimo, tudo que o governo criar para favorecer a população mais carente é sempre bem vinda" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"O programa mais médicos do jeito que está no projeto com prioridade para médicos formados no Brasil é excelente. O programa minha casa minha vida eu acredito que deveria existir uma fiscalização independente para apurar fraudes mas distribuições das casas. Já vi pessoas com casa própria serem beneficiar com o programa. Mas são dois ótimos programas ótimos." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"É uma ótima notícia para o país ,depois de tantas falhas em um curto período na presidência. Gostei bastante quando eu li que vão dá prioridades para médicos formados no Brasil. Já o programa minha casa minha vida ,deveria ser de uma forma mais transparente evitando assim as fraudes." (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)

"Achei super válido os dois programas, principalmente o novo mais médicos que vai priorizar os profissionais de todo o Brasil, visto a pandemia que tivemos e a escassez desses profissionais. E a volta do programa minha casa minha vida, bem como o seu nome de origem e essa MP ampliando o valor de financiamento para famílias de classe média, o que vai valorizar ainda mais o mercado imobiliário e consequentemente a economia do Brasil." (G2, 26 anos, administrador , GO)

"Esses programas do governo são ótimos na minha opinião pois ajudam a população mais carente ou até mesmo nao tao carentes muitas pessoas conseguiram moradia própria por esses governos outra fator importante e na parte do programa mais médicos pois beneficia a população em geral pois somos muitos necessitados na parte da saúde" (G2, 38 anos, vendedor, RS)

"São bons programas criados, para as pessoas conquistarem seus sonhos, porém tem que ter um cuidado maior pois existe muita fraude no meio, no papel o programa é muito bom, a dificuldade é quando sai dele" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Reprodução de notícias falsas

Além dos questionamentos já mencionados acerca da seleção de beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida, participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) criticaram o programa por avaliarem que o mesmo seria uma forma de lavagem de dinheiro para o governo, que seria controlado por milícias do Rio de Janeiro, ou ainda que os inadimplentes e beneficiários do programa Bolsa Família estariam burlando o programa, ao atrasar prestações a espera de perdão financeiro.

Quanto ao programa Mais Médicos, também no grupo 01, muitos participantes retomaram os discursos acerca da capacitação profissional dos médicos estrangeiros (com algumas referências aos cubanos), sem manifestar conhecimento asobre as cláusulas de priorização de médicos brasileiros.

"O Brasileiro precisa do básico para viver que é saúde e moradia se chegar para as pessoas que precisam vai ser muito bom, mas não acredito em nada de bom vindo desse governo, isso deve ser uma forma de lavar o dinheiro e ir para o bolso deles." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Mais médicos já sabemos que esses médicos não estão habilitados para clinicar com segurança porque não fizeram o revalida e os que fizeram não foram aprovados, imagina se consultar com um médico desse. Já o minha casa minha vida aqui no RJ virou negócio imobiliário controlado pelo tráfico de drogas dependendo do lugar, eu não vejo nada vindo desse governo como positivo para os brasileiros, se alguém tem intenções de adquirir uma casa ou se consultar com algum desses médicos fiquem espertos e se informem bem para não entrar em uma furada." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"O Programa Mais Médicos, só é bom para esses profissionais cubanos na minha opinião! A bolsa que eles ganham é em média de 12.000 o que garante o aperfeiçoamento na área que eles se formaram! Mais com a saúde deficitária, com poucos recursos será mesmo que as pessoas têm vantagem? Creio que não, deve é faltar medicação e leitos adequados para o atendimento!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Já o Programa Minha Casa Minha Vida, é uma bola de neve! Se atrasarem as prestações, certamente perdem o bem financiado! É uma alegria temporária que o brasileiro têm!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"No ano do desenvolvimento do programa gerou problemas com a convocação de médicos estrangeiros que ou não se entendia ou não tinha conhecimento das doenças do Brasil. Espero que seja bem criteriosa quanto isto. E em relação do financiamento de imóveis acho um valor alto para as pessoas que buscam este programa, ai eles não pagam e perdem o imovel, gerando so dinheiro pro governo. É lavagem de dinheiro puro" (G1, 25 anos, estudante, ES)

"Minha casa, minha vida é uma fraude. Outro dia ouvir uma reportagem que dizia que a inadimplência de contemplados com o programa Minha Casa, Minha Vida aumentou absurdamente, há pessoas com mais de um ano sem pagar parcelas, destacando que o programa tem escancarado uma crise social. Ou seja, há uma parte da população carente que trabalha e cumpre suas obrigações e há outra que quer viver eternamente só de benefícios, não gosta de pagar os compromissos, acha que dívidas com o governo têm que ser perdoadas. Não pagam o que devem, mas, bebem cerveja cara todos os finais de semanas. E sobre o Mais médicos outra fraude, porque ao invés de capacitar os brasileiros trazem os estrangeiros,sobretudo cubanos, que nem se sabe se são médicos de verdade." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

Pergunta 28
O celular apreendido do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, tinha mensagens e documentos que revelam uma trama para dar um golpe de estado, após a vitória de Lula nas eleições, prevendo afastar ministros STF e colocar o país sob intervenção militar. O documento intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, era uma minuta com uma espécie de "passo a passo" do golpe. O que vocês acham dessas novas informações? Vocês acham que Bolsonaro estava envolvido?
Bolsonaristas convictos

Entre os participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) houve uma comoção tem torno da ideia de que Bolsonaro estaria sendo perseguido por Lula, Alexandre de Moraes e demais ministros, com diversas alegações categóricas de que a fraude havia existido nas eleições, com a virada "inesperada" de Lula sendo a prova cabal disso, ou ainda que as provas haviam sido plantadas e falsificadas, a fim de incriminar Jair Bolsonaro.

Outro argumento foi o de que nada havia acontecido, logo, mesmo que o plano tivesse existido, ele "não saiu do papel" e não haveria motivos para criminalização dos atos.

"Tivemos problemas nas urnas, como panes e ao meu ver Bolsonaro estava na frente e como um passe de mágica Lula virou... Bolsonaro, é vítima de armação da esquerda o tempo todo...essa que é a verdade!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Creio que a população vai fica em alerta porque tem muito escândalo,pra mim era pro Lula ter pedido acho que fizeram fraudes nas urnas porque o Jair bolsonario ia ganha de cara teve muito fraude aí bolsonario e vítima não tem nada ver com esse negócio nao" (G1, 26 anos, especialista em TI, PR)

"Mais uma mentira do PT como todas as outras, fazem de tudo para descredibilizar o nosso Presidente Bolsonaro. O Outro lá roubou, tomou a presidência, invasão tudo orquestrado pela quadrilha do PT. Que Deus guarde a vida do nosso Presidente Bolsonaro 🙌🏻" (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Acho tudo armação da esquerda pra incriminar o presidente Bolsonaro, eles são capazes de qualquer artimanha pra deixá- lo inelegível. A justiça no Brasil acabou, estamos vivendo uma ditadura do judiciário, não sei onde vamos parar com esse desgoverno, acredito na inocência do presidente Bolsonaro." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Qual parte do " vou me vingar" vocês não entenderam? O cachaceiro quer de qualquer forma, ver o JMB na prisão. Com ou sem motivo. Como não existe motivo, estão tentando fabricar um que cole. Assim como fabricaram votos na eleição." (G1, 48 anos, do lar, SP)

"Sou defensora do bolsonaro até que se prove o contrário, e acho isso bem difícil. Todas pessoas que estavam nas manifestações, inclusive eu, fomos por livre e espontânea vontade. O atual governo, ao invés de trabalhar pro país, só perde tempo atacando o Bolsonaro. Falam tanto em golpe militar mas nada aconteceu, então não houve golpe. Que eles voltem a trabalhar no q realmente importa pro Brasil." (G1, 34 anos, artesã , SC)

"No meu celular pode-se encontrar um roteiro de compras em Paris, para gastar milhões. Sonhar é uma coisa, fazer é outra. Existe crime sem tentativa, ao menos? Sei de políticos que concretizaram seus crimes e, pasmem, estão todos soltos!!!

Se estava tudo detalhado, porque não ocorreu? Porque se percebe que tudo isso é mais uma história de um jornalismo sem credibilidade, o que mais se tem neste Brasil. Querem ainda hoje manter uma perseguição real contra nosso ex. presidente e tudo que puderem fazer não tenho duvidas que irão tentar fazer para denegrir a sua imagem, mas a realidade é que quem viveu seus 4 anos como presidente sabe quem ele é." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Mentira gente, pelo amor de Deus. O que houve de fato, foram planos, projetos, etc. Nada aconteceu e nunca houve uma ação nesse sentido. Havia anseio popular em razão das eleições pedindo intervenção (não golpe). Não houve intervenção e nem qualquer ação impedindo a posse de quem foi diplomado presidente. Tudo conversa fiada, essa conversa fiada de novo. Bolsonaro fazia tudo dentro das quatro linhas, jornalismo não se faz com militâncias e sim com verdades." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Se houve um plano pra golpe de estado que não foi realizado o porque desse barulho? Houve sim golpe nas urnas minha opinião." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)

À espera das investigações

Entre os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados), novamente a tendência foi de passividade, de aguardar pela conclusão das investigações, mas com a premissa da inocência de Bolsonaro sempre presente. Caso o envolvimento do ex-presidente seja comprovado, o grupo indicou que a justiça deveria prevalecer, sendo o mesmo condenado de acordo com seus crimes.

"O sr presidente Lula foi eleito pelo povo , se o povo quer pra que contrariar o povo , em relação se o ex presidente está envolvido nisso , eu creio que não , essa é minha opinião, mas vamos esperar as investigações serem concluídas" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"O que temos são matérias de jornais buscando audiência. Uns jornais dizem que existem provas pra inocentar Bolsonaro outros dizem que existem provas para prende-lo. Acho que ele não tem nada a ver com essa teoria senão já teria feito durante seu mandato. Porém deve ser investigado imparcialmente" (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Quanto à possível participação do presidente Jair Bolsonaro na trama, é preciso aguardar as investigações e apurações dos fatos pelas autoridades competentes, para que se possa avaliar se ele tinha conhecimento ou envolvimento na suposta conspiração. Porém, é importante ressaltar que o presidente tem o dever de preservar a integridade das instituições democráticas e não incentivar ou apoiar qualquer ação que ameace a estabilidade democrática do país." (G2, 38 anos, gerente de imobiliária , SP)

"Acho que deve ser investigado mais acho também que tem mais coisas por vim e creio que estão fazendo de tudo para incriminar o ex presidente Jair bolsonaro. Mais tbm não acredito em político mais e vai vim mais coisas por aí e outra até agora não vi provando nada de incorreto no mandato de bolsonaro tem que ser investigado" (G2, 43 anos, motorista de aplicativo , GO)

"Precisa ser investigado, precisamos saber se realmente existe essas provas. Se realmente existir essas provas, precisa ser punido." (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Tem que ser investigado sim caso a PRF expõe o conteúdo encontrado, porém ainda não foi exposto, até o momento é só midia tentando fazer uma intriga pra ver se consegue chamar atenção!" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Novos olhares para Bolsonaro

O elevado número de acusações contra o ex-presidente tem sido motivo para seus eleitores mudarem suas percepções acerca da idoneidade do mesmo, com alguns participantes (em ambos os grupos) revendo seus posicionamentos e avaliando Bolsonaro como alguém que enganou a população e esteve envolvido em esquemas para atacar a democracia.

"Muito bem, agora estamos conhecendo realmente quem é bolsonaro👏🏽 eu creio que sim que ele ta envolvido, tudo trama" (G1, 16 anos, técnica em computação, SE)

"Eu não sabia disso . Mas se realmente foi isso tem que pagar pelo o que fez , sobre o Jari Bolsonaro não creio que esteja envolvido diretamente pode ser que indiretamente sim e então ele tem que pagarem pelo oq fez" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Já era de se esperar que essas provas iam aparecer. Esse Mauro Cid sabe de muita coisa. E com certeza Bolsonaro sabia de tudo. E claro deve ser investigado. Pois com certeza tem mais gente por trás de tudo isso. Ele e apenas a ponta do iceberg." (G2, 54 anos, gerente senior, PA)

"Na minha opiniao isso já estava arquitetado antes com certeza bolsonaro estava e esteve envolvido o tempo todo só que seu nome era sigiloso fazendo com o que parecesse não saber de nada mas com certeza ele estava por traz dessa tentativa de golpe com todo os seus aliados" (G2, 38 anos, vendedor, RS)

"Eu na minha opinião, acredito que sim Bolsonaro sabia de tudo e estava envolvido." (G2, 34 anos, técnica de enfermagem , AP)

"Acredito q deve ser investigado a fundo...e também acredito no envolvimento do Bolsonaro também" (G2, 43 anos, agente de turismo , GO)

"Nos 4 anos de governo do Bolsonaro ele sempre dava sinais através de suas falas que planejava um golpe de estado, principalmente durante a pandemia e logo mais quando Lula foi elegível novamente, o que trouxe perigo a sua reeleição. Sempre enfatizou nos seus discursos a população a ir contra o STF, não teria como Mauro Cid ter planejado essa minuta sozinho, por isso acredito no envolvimento do Ex-presidente. Sendo comprovado, ele deverá ser punido!" (G2, 26 anos, administrador , GO)

Pergunta 29
Amanhã, o ex-presidente Jair Bolsonaro começa a ser julgado pelo TSE, onde é acusado de cometer crime ao levantar suspeitas sobre urnas em um evento com embaixadores, e ele poderá ficar inelegível. O que vocês acham que irá acontecer? 1) Bolsonaro sairá mais forte, igual ou mais fraco desse julgamento? 2) Ele conseguirá reverter a situação caso seja condenado pelo TSE?
Força de Bolsonaro

Embora muitos participantes tenham respondido que Bolsonaro sairia mais forte, foi notório entre os argumentos utilizados a impressão de que ele será condenado pelo TSE e ficará inelegível, o que irá enfraquecê-lo.

Novamente foram citados motivos baseados na certeza pré-concebida de que existe um plano orquestrado entre os ministros dos tribunais superiores e o atual presidente Lula para a condenação de Bolsonaro, que seria uma vítima do sistema aparelhado pela esquerda.

"Todos sabem que Alexandre de Moraes é aliado de Lula, tudo isso praticamente é uma perseguição política para evitar que Bolsonaro venha na próxima eleição e vença!" (G1, 42 anos, técnica administrativa, PA)

"Eu acho que infelizmente sairá mais fraco, porque o PT está no poder e estão fazendo vingança contra Bolsonaro!" (G1, 40 anos, pedagoga, RS)

" Até agora todos os planos malignos da esquerda contra o presidente Bolsonaro não deram certo, todas as vezes que levantaram narrativas negativas sob ele foram desmascarados e ele voltou mais forte, depois de amanhã ele sairá muito mais forte, independente do resultado que já sabemos, porque não vai ter imparcialidade porque estão muito bem aparelhado$." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Acredito que sairá condenado e não vai conseguir reverter a situação. Hoje o poder judiciário está preenchido com 90% de ministros declarados de esquerda e isso pesa muito no julgamento. Como hoje o judiciário está mandando no executivo e legislativo se condenado acho improvável sua elegibilidade mesmo recorrendo a corte internacional como corre boatos na mídia." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Eu acredito que Bolsonaro será condenado neste julgamento. Mas a verdade é que esse TSE dificilmente não vai perder a oportunidade de cassar os direitos políticos do Bolsonaro, assim como aconteceu com o Dallagnol, e assim como vai acontecer com Moro. Não alimento esperanças. Já está tudo orquestrado, mesmo eu não acreditando eu tenho certeza que ele terá seus direitos políticos cassado." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Acho que ele sairá mais forte, com certeza vai ser inelegível Lula não é besta, mas Bolsonaro não vai deixar de lutar, esse TSE não merece nem um pouco de confiança , são vingadores vermelhos parciais. Tenho certeza que Bolsonaro vai conseguir reverter a situação. (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Acho que é perseguições, tem pessoas que faz coisas pior e não falam nada, acho que ele vai da a volta por cima. Vai ser complicado mais vai da a volta por cima." (G2, 44 anos, autônomo , AL)

O futuro do bolsonarismo

A maioria dos participantes acreditava que o ex-presidente não desistirá de lutar por seus direitos políticos, buscando outros caminhos para reverter uma eventual (e potencial) condenação. Bolsonaro segue sendo visto pelos participantes como alguém combativo e que não desistirá da busca pela verdade e da comprovação de sua inocência.

Porém, para alguns, a necessidade de novos nomes já se faz presente, calculando que indicar e apoiar políticos a cargos possa vir a ser a função do ex-presidente no futuro, ou seja, seu modo de se perpetuar na política.

“Eu acho que o STF conseguirá tornar o ex-presidente inelegível sim, eu acho que se o prazer deles é perseguir o Bolsonaro, é tempo de preparar um substituto à altura. Que seja tão bom, honesto e tão dentro da lei quanto nosso presidente foi enquanto era presidente." (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Acho que mais fraco não vai sair pois os apoiadores não vão abandonar, talvez saia igual. Acho bem difícil ele conseguir reverter caso seja condenado, porém a sua indicação para um possível candidato vai ter a sua força tb" (G2, 31 anos, contadora, BA)

"Porém torço pra que consiga reverter, se não for no julgamento, em outra oportunidade com provas de toda essa manipulação no tse e também elegendo seguidores dele, será uma forma de luta" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"Mas, a verdade é que ele irá reverter a situação e seja lá qual candidato ele irá apoiar, ele sairá mais forte, eu bem tenho certeza disso, porque não é possível que um presidente que queria apenas transparência para melhorar as eleições, se tornar réu de uma esquerda criminosa que está fazendo todo esse escarcéu todo para poder incriminá-lo." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Com certeza, ele vai reverter essa situação, porque o mal não vai prevalecer sob o bem, a esquerda vai ser desmascarada mais uma vez!" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

Considerações finais

A expansão das políticas sociais dividiu internamente o grupo de bolsonaristas convictos, o que confirma a hipótese de que não se trata de uma fatia da população monoliticamente conservadora, ou mesmo completamente aderente à doutrina neoliberal do Estado mínimo. Por outro lado, o grupo de convictos mais uma vez deu mostras de estar em contato próximo como fontes de notícias falsas, inclusive no que toca as notícias falsas. É notável o fato de a maioria dos participantes enxergarem essas ações como adequadas ao perfil “ideológico” do Governo, sem ao mesmo tempo rejeitá-las como algo nocivo ao povo brasileiro, muito pelo contrário.

Os moderados foram ainda mais entusiastas em relação aos programas Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida. Por outro lado, também deixaram perceber em seus comentários contato com notícias falsas acerca dessas políticas, algo que confirma o funcionamento da esfera comunicacional bolsonarista no contexto atual.

A apreensão do celular de Mauro Cid foi assunto que mostrou mais uma vez a coerência da divisão dos grupos. Os convictos saíram em defesa de Bolsonaro, seja quando qualificaram as acusações como falsas ou como insuficientes para culpá-lo. Já entre os moderados, dominou a posição da necessidade de investigações que esclarecessem os fatos, inclusive com alguns participantes manifestando a provável culpabilidade do ex-presidente.

O julgamento de Bolsonaro também ensejou divisão. Os convictos atribuem o julgamento a uma conspiração chefiada por Lula, Alexandre de Moraes e o STF, enquanto os moderados já anteveem a condenação de Bolsonaro e a perda de seus direitos políticos.

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Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.