Relatório 32

De 17 a 23/11

Temas:

  • #Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 17 a 23/11 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) avaliação de pronunciamento de Janja Lula da Silva ; ii) medidas e cobranças do governo para redução do preço das passagens aéreas ; iii) medidas e cobranças do governo para redução do preço dos combustíveis.
Ao todo, foram analisadas 121 interações, que totalizaram 4.533 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados
Discurso de Janja O grupo todo rejeitou as falas de Janja. A maioria criticou o conteúdo por não criminalizar o Hamas. Outros criticaram a postura da primeira-dama, considerando que ela não deveria estar envolvidas em assuntos não pertinentes a ela. A maioria do grupo não gostou do pronunciamento, avaliando como falso e cobrando ações em prol das próprias crianças do país. Poucos participantes aprovaram o discurso, vendo-o como uma iniciativa solidária.
Redução das passagens aéreas A maioria do grupo desacreditou na iniciativa, argumentando que o governo não cumpria suas promessas, sendo apenas mais uma mentira de Lula. Outros criticaram a intervenção no mercado, avaliando que a redução de impostos seria a solução. A maioria do grupo aprovou a iniciativa, avaliando como uma defesa de interesses da população. Muitos acrescentaram que outras áreas deveriam também ser atendidas, sobretudo as de energia e alimentação.
Redução do preço dos combustíveis O grupo não validou a iniciativa de Lula, considerando que ele não tinha esse poder de decisão e influencia, julgando que seus atos seriam apenas para enganar a população. Muitos o criticaram por não ter cumprido efetivamente suas promessas de campanha. Mesmo com certo desdém pela iniciativa, tratando-a meramente como obrigação do presidente, todos do grupo aprovaram a postura de Lula, considerando que ele estaria agindo corretamente, defendendo os interesses da população brasileira.
Pergunta 92
A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, postou um vídeo com um pronunciamento sobre as vítimas da guerra do Oriente. O vídeo originalmente foi gravado para ser exibido durante um evento em Istambul, nominado “Todos pela paz na Palestina”. Janja foi convidada para o evento pela primeira-dama da Turquia, mas não pode comparecer. Depois de assistirem ao vídeo (enviado por aqui para vocês), respondam: Como vocês avaliam as falas da primeira-dama? Concordam ou não com ela?
Rejeitam Janja e qualquer ato do governo

A maioria dos participantes criticou o material, rejeitando qualquer inciativa que tenha vínculo com o atual governo.

Para parcela dos participantes, Janja não teria credibilidade para fazer tal pronunciamento.

Novamente os participantes saíram em defesa de Israel, sem dimensionar os danos sofridos pelo povo palestino. A notícia não comprovada sobre a decapitação dos bebês foi bastante rememorada.

Alguns participantes fizeram apontamentos sobre problemas brasileiros, afirmando que a primeira-dama e o governo deveriam se preocupar com nossas questões internas e não com a guerra de outro país.

"Achei ridícula a fala dessa mulher que não tem credibilidade nenhuma, em momento nenhum ela falou para defender Israel, os palestinos sofrem com a praga dos HAMAS, eles próprios querem o fim desse grupo terrorista, essa aí não está defendendo os palestinos honestos, está falando em favor do grupo terrorista que massacrou 40 bebês decapitados, mulheres torturadas e estupradas, fuzilamento e sequestro de jovens que curtiam um show, Israel sim, se preocupa com os palestinos, mas a empresa manipula as notícias para que a culpa caia sobre Israel, esse vídeo passa muita falta de empatia e soa muito falso." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"No mínimo faltou conhecimento de causa, em momento algum essa 1a dama do descondenado falou sobre Israel, ou ela esqueceu que quem teve crianças mortas, degoladas, queimadas e mulheres estrupadas e mortas, no primeiro momento e que produziu todo o início dessa foram os Israelences. Outra coisa, o Hammas tem várias israelenses sobre seu domínio domínio sob tortura e ninguém fala disso. Certamente a 1a dama Canja foi duramente criticada ou ficou com medo de ir sem o seu enrolador de 9 dedos." (G1, 57 anos, analista de TI, MA)

"A fala da primeira dama talvez não represente o pensamento de toda a nação. Além disso, ela não foi eleita para nos representar e falar por nossa nação. Lamentável!" (G1, 35 anos, autônoma , MA)

"A esquerda não sente empatia por Israel. Tenho visto muitas pessoas falarem que a fala dela explicitou uma empatia seletiva. O que é total verdade. Israel foi atacado covardemente, morreram 1200, e ainda há muitas crianças sequestradas. A verdade é que essa mulher sempre se ocupa de assuntos que não lhe cabem, só tivemos uma verdadeira primeira dama nos últimos anos. Michele, sim, uma mulher e esposa de presidente que sabia se portar, o que calar, quando calar e o que fazer."" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"Pura hipocrisia,no Brasil estamos em queria civil a décadas com traficantes e milicianos e em 15anos desse desgoverno nada foi feito para acabar e agora mo país dos outros aparece essa senhora que discurso de bla bla bla? Me dê paciência...."" (G2, 58 anos, administrador, MA)

"Não tenho nem palavras para falar sobre essa senhora, ela só está preocupada em esbanjar o dinheiro do povo."" (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Não sou valor nenhum a pronunciamento desta pessoa. Se fosse pra alguém fazer pronunciamento era o presidente ou o vice. Mas pelo que vejo essa aí já está fazendo do cargo palanque eleitoral." (G2, 43 anos, comerciante, TO)

"Um discurso com palavras bem colocadas, bem elaborado, até pareceu uma pessoa solidária e inteligente, pena que esses discursos ficam só na fala e no papel, a ação na verdade é outra, porque nem daqui do Brasil ela se preocupa com as crianças." (G2, 42 anos, professora, PR)

"Discurso hipócrita tendo em vista que essa senhora não tem a mínima capacidade. Discurso apenas para militância dos ""TODES"". Cheio de problemas econômicos e sociais no Brasil, e essas pessoas que gastam dinheiro público de forma desordenada vem com papo de defender vidas. Me poupe"" (G2, 53 anos, administrador, ES)

Aprovam o material

Poucos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) aprovaram o vídeo, avaliando-o como empático e pertinente ao papel de primeira-dama que ela representa.

"Em contraste da fala do Lula totalmente anti Israel colocando Israel em igualdade com os terroristas do Hamas que coloca o centro das operações dentro do maior hospital de faixa de gaza , achei bastante coerente o discurso da primeira dama." (G2, 35 anos, engenheiro TI, SP)

"Na minha opinião toda e qualquer manifestação e apoio pela paz , não importa se for políticos ou social tudo é válido , acho importante bom pronunciamento dela " (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"Acho normal, como qualquer pessoa diplomática, não aceitamos guerras. Ela falou bem e foi solidária." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)

"Também achei que foi um bom discurso porém não deixa muito claro o posicionamento do governo diante da guerra, devemos usar mais do que palavras, o posicionamento do governo é fraco, mas ela não é o governo né. Ela foi empática, está falando dos prejuízos da guerra, pensando nas pessoas que sofrem, acho que fez o papel dela de primeira-dama" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

Pergunta 93
Na semana passada, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, em reunião com as companhias aéreas, deu até dez dias para que elas apresentem um plano para reduzir o preço das passagens de avião no Brasil. Segundo o ministro, as companhias cobram preços que não são condizentes com a realidade brasileira. Ele disse ainda que o governo não vai permitir “aumentos abusivos”. Segundo Costa Filho, há a necessidade de uma resposta das empresas aéreas no preço das passagens, já que houve uma redução no custo do querosene de aviação em 2023. O que acham dessa iniciativa do governo federal?
Não acreditam na eficiência da iniciativa

A maioria dos participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) não acreditava na eficiência da medida, afirmando que seria apenas mais uma promessa que Lula não cumpriria.

Muitos exemplos foram dados, inclusive citando falas de Lula sobre "o pobre voltar a andar de avião", para demonstrar que nada disso estaria ocorrendo. A atual gestão foi bastante criticada por suas pautas na economia e acusada de não atender justamente as necessidades da classe que eles mais dizem representar: os pobres.

Cobranças por políticas que visassem a redução de preços em outras áreas foram recorrentes, com comentários sobre os elevados preços da gasolina (supostamente outra promessa de campanha não cumprida), gás, energia, etc.

"Eu achei isso ótimo para quem usa muito viajar como os políticos para eles estão amando essa proposta porque adam pra cima e pra baixo de avião."" (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)

"Não vi nada sobre isso, mas não acredito que vai melhorar, na campanha falava que o pobre ia voltar a viajar de avião e as passagens dobraram de preço, não tenho esperança em nada de positivo nesse desgoverno!"" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Não vi nada sobre , mais é tão difícil acreditar nesse governo que o que eles tentam fazer algo bom é de desconfiar porque sempre tem alguma coisa por trás." (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Se acontecer mesmo vai ser muito bom, mas duvido muito, esse governo não tem interesse em melhorar nada para o povo." (G1, 47 anos, secretária, MG)

"Eu não vi falar sobre este plano. Mas e quem vai pagar? Com certeza a diferença vem de algum imposto aí, porque a esquerda não joga para perder, sempre tem algo a mais por trás. Além disso, para viajar precisa ter grana, com o salário que hoje em dia está sendo pago e do jeito que as coisas estão ainda caras impossível pensar em viajar, afinal não é somente de passagens aéreas que se gasta em viagens. A gente precisa é de aumento de salários, cadê? Nada."" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

"É eu vi algo falando sobre isso. E sinceramente o que eu penso é que vai ser mais uma promessa que vai ficar no papel, abaixar preço por decreto, já vimos esse filme e acaba muito mal! Deveria reduzir primeiro as filas nos atendimentos nos postos de saúde, ele deveria era incentivar a educação. Do que adianta baixar os preços das passagens e com esse salário baixo quem é que vai poder viajar!? Tudo o que esse descondenado faz não presta, quem quiser que acredite." (G1, 39 anos, cabeleireira, PE)

"Não fiquei sabendo mas lendo essa notícia acho ótimo .. algo honesto nesse País ( milagre ) Achei uma ótima iniciativa , vamos ver tomara que realmente baixe os preços e isso tudo seja verdade ."" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Acho uma ótima iniciativa por parte do governo isso se colocar em prática porque de papel já estamos cheios. Espero que se resolva e dissolva um pouco desses impostos que cobrado sobre os combustíveis principalmente do querosene que é o campeão" (G1, 47 anos, administrador, GO)

Aprovam a iniciativa

A maioria dos participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) aprovou a iniciativa do governo, considerando que os valores atuais estavam, de fato, bastante inacessíveis.

Muitos debateram acerca da necessidade do governo baixar os impostos, considerando que essa medida seria mais efetiva e poderia se estender a muitas outras áreas, mais essenciais, como no valor da cesta básica ou do gás.

"Na teoria é ótimo, vamos ver na prática acho que o governo tem que se posicionar também dando alternativas para a diminuição dos custos, porque sempre que há um tipo de diminuição aumenta em alguma outra parte por exemplo no despacho de bagagens e acaba desviando apenas os custos e não melhorando nada" (G2, 28 anos, autônoma, DF)

"Excelente,trabalho com turismo a 40anos,os custos das cias aéreas diminuíram drasticamente pous hj não tem mais lanches ;almoço e bebidas e os preços das passagens nunca abaixaram,os serviços sso de péssima qualidade ,o lucro da Azul foi algo astronômico e a população que paga essa mordomia,está certo em orecionar para baixar os preços." (G2, 58 anos, administrador, MA)

"Eu acho certo o governo pedir p/ as companhias aéreas baixarem os preços das passagens. Deram 10 dias para as empresas explicarem como vão fazer isso. As vezes na teoria tudo parece ótimo. Agora, vamos aguardar para ver como isso se desenrola na prática."" (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Acho válido o pedido do governo. Ao mesmo tempo acho que o governo deve fazer o tema de casa, baixar as suas contas, baixar os impostos. É facil cobrar empresas que são administradas para dar lucro, enquanto o governo gera um déficit extraordinário."" (G2, 41 anos, empresário, RS)

"Deveria ter esta iniciativa em todos os produtos que os preços estão elevados, principalmente alimentos onde verduras, frutas, leite que no mercado está super elevado quanto para o produtor o valor só diminui." (G2, 42 anos, professora, PR)

"Acho certo porém a cesta básica também não condiz com a realidade brasileira, acredito que teria que interferir nisso também, salário mínimo sobe pouco, mais todos os produtos também sobe" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Pergunta 94
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou pessoalmente o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre a demora na redução de preços dos combustíveis, na reunião que ocorreu nesta terça-feira (21) no Palácio do Planalto. Lula não esconde sua contrariedade com a demora para a queda dos preços do diesel e da gasolina depois da redução do preço internacional do barril de petróleo e da queda do dólar. O que vocês acham dessa cobrança?
Encantador de Serpentes

O grupo 01 (bolsonaristas convictos) avaliou a cobrança de Lula como um ato populista, feito apenas para enganar a todos, fingindo que estaria lutando contra medidas desfavoráveis à população.

Para muitos, Lula não teria esse poder e não caberia a ele impor a redução dos preços à Petrobrás. Alguns o acusaram de tentar interferir nas decisões da empresa, relembrando as críticas recebidas por Bolsonaro, em sua gestão.

"Só mostra a mais completa falta de conhecimento do sistema. Não é tão simples assim e não vai ser numa canetada que o preço vai diminuir. Tem muitas variantes nessa conta e uma delas é custo, importação, impostos, etc. Muito provavel que a baixa do preço só serviu p repor perdas existentes. " (G1, 57 anos, analista de TI, MA)

"Trata-se de total falta de conhecimento do atual presidente em relação a como funciona o sistema ou de má fé mesmo, faz esse tipo de cobrança somente pra iludir aqueles que votam nele, pra parecer que está realmente preocupada em realizar melhorias para a população." (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Até parece que as coisas são fáceis assim, ele na verdade sabe e se faz de burro pra enganar o povo , porque tudo isso demanda muitas coisas."" (G1, 51 anos, pensionista, GO)

"Estratégia. Fez a cobrança pra que quem votou nele acredite que ele se importa e que realmente vai baixar."" (G1, 34 anos, artesã , SC)

"É o mínimo que ele poderia fazer é essa cobrança! Porque não está chegando a redução nos postos de gasolina ⛽️ tem que cobrar e finalizar e até mesmo aplicar multa se não houver o repasse!! Se ele quisesse, ele resolvia, mas fica fazendo isso só pra se promover" (G1, 41 anos, promotor de vendas , RS)

"Eles acusaram o presidente Bolsonaro de interferência na Petrobras, e ele está fazendo o que o acusava, pensa que somos burros e não estamos vendo esse desgoverno. Eu acho que quanto mais eles tentam fazer algo pior fica, nada nesses 11 meses de desgoverno beneficiou o povo, é só ladeira a baixo!"" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Acredito que seja só uma estratégia, para dizer que o sistema esteja contra ele , mais ele tenho certeza que não se importa com nada que seja bom pra população brasileiro. Principalmente os pobres!!" (G1, 44 anos, desempregada , PR)

"Esse descondenado é mesmo um encantador de serpente. Para mim é só conversa para boi dormir, qualquer mudança deve ser estruturada e planejada. Sem falar que essa ação dele é interferir na Petrobras. Quer baixa de preços? Baixa os impostos!" (G1, 39 anos, dona de salão de beleza, BA)

Cumprindo suas obrigações

Os participantes do grupo 02 (bolsonaristas moderados) avaliaram a iniciativa de modo positivo. Para alguns, Lula estaria apenas cumprindo com suas obrigações de chefe de governo, cobrando que medidas favoráveis à população fossem adotadas. Porém, muito participantes elogiaram a iniciativa e reconheceram a postura como exemplar.

Novamente, pedidos pela redução dos impostos foram feitos, como uma medida que traria muitos benefícios à população.

"Eu acho muito bom , essa é a postura de um presidente arrochado e preocupado com a população , muito bem" (G2, 53 anos, fiscal, CE)

"Bom dia, normal como qualquer presidente deveria fazer isso nada demais ,tem que cobrar mesmo afinal é o atual presidente." (G2, 50 anos, dona de casa , DF)

"É o que esperamos de um presidente do brasil melhorias para população e baixar juros e impostos" (G2, 54 anos, do lar, PR)

"Posição do governo que poderia ter feito muito antes, antes tarde do que nunca. Certamente a cobrança deve ser enérgica e imediata, tal feito é normal para um presidente da República. Minha opinião" (G2, 54 anos, nutricionista , AM)

"Eu acho muito importante essa cobrança, não deve continuar enchendo a barriga de empresários, cessar imediatamente esse corte de impostos sobre os combustíveis. Baixar os lucros e não os impostos." (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Acho certo a cobrança. E enquanto não houver concorrência, ficamos nas mãos da Petrobrás, e da boa vontade dos "administradores"." (G2, 41 anos, empresário, RS)

"Tem que cobrar mesmo passamos uma vida pagando impostos essa função dele mesmo melhorar as condições pro povo viver." (G2, 32 anos, vendedor, MA)

"Apesar de não confiar em nda no que ele diz, acredito que é certo cobrar, mas acho que ele deveria agir com mais firmeza." (G2, 42 anos, administradora, GO)

"Fez o certo, porem isso deveria ser normal, e não algo espetacular se tratando de alguem que comanda uma nação" (G2, 24 anos, eletrotécnico , GO)

Percepções dos Evangélicos

O subgrupo dos evangélicos se destacou na semana por suas críticas a Janja, mais severas, em comparação aos demais participantes. Embora quase todos os painelistas tenham criticado o vídeo da primeira-dama, os evangélicos foram mais ríspidos, inclusive com falas com teor de intolerância religiosa.

Nos demais temas os participantes agiram mais de acordo com as características de seus grupos. Os moderados até conseguem validar como positivas algumas ações do presidente, enquanto os convictos não.

"Um texto criado escrito por alguém .. na teoria é tudo muito bonito mas e na prática ? Não consigo ler e ouvir nada do PT .. discordo totalmente, não suporto a cara e a voz dessa mulher, foi péssimo ter que assistir isso" (G1, 33 anos, assistente administrativa , SP)

"Como sempre essa infeliz usando poder de fala pra ser ridícula. Porque não falar do Hamas? porque não falar que eles começaram tudo? porque não sair em defesa de Israel? Uma vergonha tem o Brasil governado por um ladrão e uma iludida que é papagaio de pirata. Triste!" (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Não tenho nem palavras para falar sobre essa senhora, desocupada, ela só está preocupada em esbanjar o dinheiro do povo." (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Lobo em pele de cordeiro, vem com mansidão na fala enquanto seu próprio país se afunda, não traz paz a própria nação quer trazer aos terroristas me poupe, querem o que que os soldados de Israel entrem com rosas, e Gaza com armas e metralhadoras. Qualquer nação que se ama se for atacada vai reagir. Que o nosso Deus tenha misericórdia de todos nós, porque essa nem nisso acredita. Paz em Israel" (G2, 32 anos, vendedor, MA)

"Puro marketing e mentira pra enganar a população! Isso daí é estratégia pra mídia circular notícia bonita, pra parecer que estão fazendo algo em favor da população, sabemos que a realidade não é essa!" (G1, 35 anos, administradora, MT)

"Não li e não vi nada sobre, mas acho difícil os preços caírem. Falaram que a gasolina com o lula ia ser mais baixa, até agora estamos esperando."" (G1, 35 anos, autônoma , MA)

"Se funcionar ótimo .as como já sabemos como funcionam esse sistema tira de um lugar aumenta no outro." (G2, 32 anos, vendedor, MA)

"Acho ótimo o governo pedir para baixar as passagens aéreas, que por sinal estão caríssimas, espero que dê certo." (G2, 39 anos, administradora, BA)

"Lula finge não se lembrar que a Petrobrás tbm é empresa privada e está na Bolsa de Valores e visa o lucro. Ilusão acreditar que os acionistas vão querer a queda de arrecadação." (G1, 35 anos, autônoma , MA)

"E uma falta de conhecimento do presidente ele mesmo não sabe como funciona o sistema fazem esse tipo de cobrança pro pessoal vota nele e para obter o voto da população." (G1, 44 anos, técnico de informática, SP)

"É o que esperamos de um presidente do brasil melhorias para população e baixar juros e impostos" (G2, 54 anos, do lar, PR)

"Lula expressando sua preocupação sobre a demora na redução dos preços dos combustíveis não é algo incomum na posição de presidente da república. Os preços dos combustíveis são uma questão crucial para a economia e o cotidiano das pessoas, e é natural que os líderes políticos questionem quando não há uma correspondência imediata entre as reduções internacionais e os preços locais." (G2, 42 anos, professora, PR)

Considerações finais

Os temas da semana evidenciaram como a rejeição dos bolsonaristas, ao atual governo, segue presente, porém em níveis diferentes entre os grupos.

Até então não havíamos testado diretamente o nome da primeira-dama e ficou manifesto que a mesma é bastante rejeitada. Suas falas, atos e ações foram desautorizados e não geraram nenhuma comoção, em ambos os grupos. Muitos participantes responderam com ofensas pessoais a ela (sobretudo por parte dos evangélicos), questionando sua atuação e sua credibilidade. Resta saber se o tema vinculado na pergunta - a Guerra do Oriente - foi condutor para a intensidade da reprovação a Janja ou se ambos os grupos repudiam sua figura, independente de outros fatos.

Os próximos assuntos, relativos às ações de Lula para a economia, com cobranças por redução de preços, das passagens aéreas e dos combustíveis, dividiram os participantes.

Enquanto os moderados conseguem avaliar positivamente algumas ações do atual governo, reconhecendo a eficiência de Lula em algumas pautas, os convictos não aceitam nenhuma evidência de sucesso da atual gestão, sempre criticando as posturas de Lula e desacreditando os potenciais resultados de suas ações.

A instabilidade do preço dos combustíveis e a alta do preço das passagens foram usados pelos convictos como munição, para acusar Lula de não estar cumprido suas promessas de campanha.

Para os moderados, a redução dos impostos segue sendo o principal desejo para a economia do país. Mesmo aprovando as ações adotadas por Lula, eles avaliam que essa seria a solução correta a ser tomada, reforçando a defesa de princípios liberais.

Por fim, cobranças para a redução do preço de itens básicos, como gás, energia elétrica e cesta básica foram feitas em ambos os grupos, que avaliam a economia como extremamente ruim e geram lembretes sobre Lula não estar cumprindo a principal promessa de sua campanha: ajudar os pobres.

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As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.