O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 04 a 10/03 dois grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões do momento. Compõem esses grupos 36 participantes, todos eleitores de Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, divididos entre bolsonaristas convictos (G1) e bolsonaristas moderados (G2) – o critério de seleção é o apoio aos atos de 8 de janeiro.
Cada grupo foi montado de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, com 18 participantes, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo da semana, três temas foram abordados: i) o diário de General Heleno e as evidências sobre a tentativa de golpe; ii) avaliação da economia no último ano; iii) avaliação das políticas de gênero do atual governo.
Ao todo, foram analisadas106 interações, que totalizaram 4.125 palavras.
Bolsonaristas Convictos | Bolsonaristas Moderados | |
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Diário de Gal. Heleno | Unanimemente o grupo afirmou que o fato era mais uma perseguição da esquerda a aliados de Bolsonaro, visando atingi-lo. Para eles, não houve golpe e escrever sobre isso não era crime. Muitos ainda afirmaram que as evidências eram forjadas. | Todos do grupo avaliaram o ato como mais uma tentativa de incriminar Bolsonaro. A esquerda, a mídia e o STF estariam agindo juntos, perseguindo o ex-presidente e abafando os erros do atual governo. A prova apresentada não foi considerada uma evidência. |
Economia | Todos do grupo avaliaram que a situação do país piorou, citando como exemplos o elevado preço dos itens de alimentação, o aumento dos preços dos combustíveis e o aumento da dívida pública durante o atual governo. | Para todos a economia do país havia piorado no último ano. A inflação desregulada foi citada como responsável pela constante elevação dos preços, sobretudo dos alimentos, do gás de cozinha e dos combustíveis. |
Políticas de Gênero | O grupo ficou dividido. Alguns apoiaram e celebraram as iniciativas, avaliando-as como necessárias no combate à desigualdade de gênero. Outros, criticaram as ações do governo, avaliando-as como demasiadamente burocráticas e não tão necessárias, quando comparadas a outras pautas. | A maioria do grupo criticou as falas da ministra. Alguns por avaliarem que eram exageradas, exemplificando com os índices crescentes de feminicídio no país, outros por considerarem a temática desnecessária. Algumas mulheres apoiaram e celebraram as iniciativas. |
Os participantes, de ambos os grupos, expressaram ceticismo em relação à existência de provas "concretas", indicando que a narrativa seria mais uma estratégia da oposição - juntamente com a mídia e o STF - para incriminar Bolsonaro.
No grupo 01 (bolsonaristas convictos) foi defendida a ideia de que, mesmo que houvesse esse diário, seria apenas com anotações, que não foram executadas e, portanto, não haveria nenhum crime. Para eles, o golpe não existiu, logo, não poderia ser julgado. A noção de ser crime a mera tentativa de atentar contra a democracia não foi considerada.
A idoneidade de Bolsonaro e do General Augusto Heleno foi defendida.
"Não acredito nesse golpe. Até porque não aconteceu nada do que está sendo relatado. O presidente Lula assumiu a presidência e está atuando com toda a liberdade." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)
"Mas não teve Golpe e não ocorreu fato nenhum que comprove isso. Se de fato teve algo escrito e normal escrever, agora na prática não teve nada. Toda hora voltam nesse assunto." (G1, 38 anos, administradora, RJ)
"Não houve nenhum golpe, todos nós esperavam e alguns ansiavam por isso !!! Porém, não houve .. tudo isso foi apenas especulações..." (G1, 38 anos, administradora, SP)
"Acredito que não houve nenhum tentativa de golpe, o suposto diário é mais uma artimanha da esquerda para incriminar Bolsonaro. Nada do que está escrito aconteceu de fato. E o presidente Lula segue tranquilamente viajando." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)
"Esse diário é apenas uma especulação, aliás estão tentando incriminar Bolsonaro de todo jeito. Não procede, pois não teve golpe nenhum. Não tem provas que condenem Bolsonaro. Eu já planejei num papel sequestrar o Tom Cruise, serei presa então?" (G1, 58 anos, empresária , PR)
" O General Heleno é um militar digno e nao um traidor." (G1, 51 anos, eletrotécnico, RN)
No grupo 02 (bolsonaristas moderados) muitos se expressaram a partir de um sentimento de cansaço e desconfiança, devido às constantes acusações contra o ex-presidente.
Para eles, Lula deveria se ocupar dos reais problemas do país ao invés de utilizar a constante perseguição ao ex-presidente como uma estratégia de nuvem de fumaça para sua má gestão.
"Tais afirmações não passam se Narrativas criadas pelos esquerdistas sem escrúpulos e que não têm nenhum embasamento realístico,, na verdade estão querendo encontrar ou imputar algum crime em Bolsonaro e sua equipe de Ministros." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)
"Sinceramente, estou cansada dessas ''evidências'' que vão e voltam, muitas delas sem fundamento ou com discrepâncias e articuladas para prejudicar a imagem de seu mandato..." (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)
"Acho que isso não passa de invenção da esquerda. Fazem tantas acusações e nunca mostram as provas e vem tanta informação divergente que a gente se perde nisso tudo."" (G2, 30 anos, dona de casa, PA)
"Depois que Bolsonaro foi intimado a depor sobre o incômodo da baleia e o jornalista português foi detido pela PF por dar a opinião sobre o atual presidente, com toda certeza a esquerda está inventando histórias. Acredito que essas informações citadas sobre o Gal. Heleno são invenções." (G2, 48 anos, empresário, MS)
"Tanta coisa para se preocupar e continuam dando trela para besteiras. A Dengue matando e só estão vacinando crianças de 11 a 14 anos. Isso ninguém fala. O povo morrendo de fome, desabrigado pelas enchentes e o governo mandando dinheiro para Cuba. AFF" (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)
"Esta historia de golpe tao usando como cortina de fumaça pra esconder o caos em que este descoverno ta transformando o pais. Com ajuda da imprensa vendida estao mantendo esta narrativa de tentativa de golpe. Alguem ja viu um ditador dar golpe e ter a populaçao a seu favor ?" (G2, 54 anos, músico, RS)
Unanimemente os participantes, de ambos os grupos, avaliaram que a economia do país havia piorado. Os participantes expressaram preocupações semelhantes, como o aumento dos preços, especialmente nos setores de alimentos e combustíveis, o aumento da dívida pública, a falta de investimentos em setores essenciais (saúde e educação) e a sensação de que a situação econômica piorou de maneira geral, em todos os setores.
Muitos participantes fizeram comparações com o governo anterior, afirmando que Bolsonaro havia encerrado a sua gestão com todas as dívidas do país pagas.
"Piorou sem dúvidas primeiro que a dívida do Brasil só aumentou com o ex presidente Jair Messias Bolsonaro tinha entregue o cargo com o Brasil no azul e com o atual está no vermelho só afundando O Brasil em dividas e salário aumento mas as coisas aumentou o dobro aí não adianta nada se esse governo te dá dois reais ele te cobra 6 em outras coisas" (G1, 24 anos, do lar, GO)
"Piorou com certeza, último presidente deixou a economia boa,mas esse lua aí,nossa ficou pior ainda,não tá tendo dinheiro pra nada,as coisas aumentando no mercado,tá muito difícil,as contas aumentando,Brasil ficou no prejuízo" (G1, 32 anos, pipoqueiro, MG)
"A economia piorou na minha opinião. É só ir ao supermercado e ver os preços exorbitantes dos alimentos. Aqui na minha cidade está difícil sobreviver com um salário mínimo." (G1, 38 anos, assistente administrativa , AM)
"Na minha opinião piorou, pois o desgoverno é grande, por exemplo, a Inflamação disparou, os combustíveis dispararam, a balança comercial só tem fechado em baixa e ressalta-se que o Governo anterior deixou de Caixa um Superávit de mais de 50 bilhões é o atual já acumula um Déficit de mais de 170 bilhões. Esse indivíduo tem que cair...." (G2, 62 anos, corretor de imóveis, MA)
"Com certeza não vi nada positivo nisso. Tudo está muito caro. Cesta básica, combustível, gás, energia elétrica etc. Tudo piorou." (G2, 47 anos, professora, AL)
"Com certeza piorou. Resultado disso é o preço elevado do combustível, alimentos... reflexo da alta inflação, aumento de impostos e o desemprego em determinadas regiões do país. Sem contar o rombo e a dívida nos cofres públicos." (G2, 35 anos, estudante de pós-graduação , SE)
"A economia do Brasil piorou. É perceptível o aumento de preço dos combustíveis, do gás de cozinha e principalmente dos alimentos. O nosso dinheiro já não rende mais. Enfim, piorou!" (G2, 48 anos, empresário, MS)
Muitos participantes do grupo 01 (bolsonaristas convictos) e alguns do grupo 02 (bolsonaristas moderados), criticaram os gastos governamentais com política externa, considerados excessivos e desenfreados, citando as viagens internacionais de Lula e Janja como exemplos e mencionando que isso resultou em um rombo nos cofres públicos.
"o lula fica se gabando que o pib do brasil aumentou tantos por cento mais isso foi o agro como senpre mais a economia do brasil não vai bem é só vc ir no supermercado e vais ver os preços tudo muito caro,ele fala em desigualdade social pai dos pobres mais como se a mulher dele e ele mesmo gasta milhões em viagens fora, ajuda quem é de fora mas não ajuda o brasileiro, a dilma que ganha mais de $ 200.000.00 por mes sem falar nos seus ministros e emendas parlamentares o brasil esta um caos" (G1, 63 anos, autônomo, DF)
"Piorou, na verdade está estagnada e parada. 1 - Governo tendo gastos absudos com países estrangeiros, sobrando pro Brasil arcar, quebra de alianças com outros países. 2 - um absurdo de preço nas mercadorias, o aumento de insatisfação da população em decorrência de um desgoverno que mais prejudica do que ajuda."" (G1, 27 anos, professor, AM)
"O gagá viajando com a "primeira dama" que só sabe desfilar roupa e bolsa de grife. Na gestão anterior a Primeira Dama fazia projetos sociais para pessoas deficientes...essa aí nem visitar os pobres vai" (G1, 37 anos, agente administrativo, RJ)
"Piorou, uma economia dessa aonde nao se ver melhora nem perspectiva para que isso ocorra já que existe um déficit de bilhões nas contas públicas e um governo que não para de gastar. Inflação subindo, aumento dos impostos, preço dos produtos cada vez mais caros e mesmo com todos esses exemplos o governo tende a estimular ainda mais os gastos, gastanças com viagens, investindo em outros países." (G2, 27 anos, analista de sistemas , PA)
"So nao ha cortes nas viagens internacionais do presidente e da sua mulher, essa gosta de passear em Paris, e na cultura, essa ultima, alicerce da maquina corruptiva deste governo. Uma economia onde o proprio ministro da economia, so estudou dois meses na faculdade, se tem o exemplo de onde vamos parar." (G2, 51 anos, eletrotécnico, RN)
Houve bastante diversidade de argumentos nos debates sobre a questão.
A postura foi predominantemente de crítica. Muitos participantes expressaram desconfiança em relação ao governo e afirmam não visualizar melhorias significativas para as mulheres, inclusive falando em piora de muitos aspectos.
Os dados de feminicídio, a desigualdade predominante no mercado de trabalho e até a "inutilidade" de muitas propostas foram citados como exemplos para validar a tese de que a situação da mulher continuava ruim no país e que os dados estavam sendo superestimados.
Alguns afirmaram que as pautas de gênero eram utilizadas para fins políticos, pelo atual governo.
"Eu sou mulher e penso que esse negócio de absorvente, não é necessário. Vejo o enorme corte do Bolsa Família sendo cortado e pessoas que fizeram o L chorando e reclamando, quando quando estava Bolsonaro na Presidência, ajudou muitos e aumentou significativamente o valor, quando chegou o Lula diminuiu e cortou muitos. Não sou favorável as medidas ao combate a desigualdade de gênero atualmente, pois penso que todos devem serem tratados e respeitados igualmente, devido a sua capacidade, vontade e incentivo." (G1, 46 anos, babá, PR)
"Tudo babela. Tem aumentado o feminicídio, não vejo fazendo muita coisa a respeito. Quanto só absorvente gratuito, deveria ter nos pontinhos, e não quem tem bolsa família, e cadastro único. Muitas meninas que não são cadastradas tbm não podem comprar. Falta muita coisa a se fazer pelas mulheres." (G1, 58 anos, empresária, PR)
"Nao assisti. Mas tudo que vem desse governo é piada. É uma ilusao eterna apregoada pelo PT. No STF, o atual mandatario do executivo, noneou im homem para o cargo de ministro pq sera heim? Torco sempre que a mulher conquiste seu espaco em tudo pq ela é capaz de tudo. Nao vejo essa tal politica de combate de desigualdade neste governo infelizmente." (G1, 51 anos, eletrotécnico, RN)
"Não vejo nenhuma melhora em relação a inclusão feminina, os feminicídios nunca estiveram tão altos e o próprio governo está tirando mulheres do cargo e colocando homens...agora vem com ladainha"" (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)
"Não assisti esse pronunciamento. Não vejo nada para comemorar. O todos os dias vimos a violência contra a mulher . Cada dia o indicie aumenta. Sem falar na fome." (G2, 47 anos, professora, AL)
Embora não exclusivo, mas composto majoritariamente por mulheres, alguns participantes aprovaram as iniciativas, reconhecendo a importância da criação de políticas que preservem os direitos das mulheres em um contexto social marcado por desigualdades de gênero.
Muitos falaram da importância de conceder mais direitos às mulheres e elogiaram iniciativas do atual governo, citando o aumento de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, o programa Dignidade Menstrual e o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios.
"Não conheço a fundo esses incentivos. Porém sou a favor de inclusões de todas .. e a favor de trabalho e condições dignas tanto a mulheres, homens e jovens !!!" (G1, 38 anos, administradora, SP)
"Assisti o pronunciamento da Ministra, temos sim muito pra comemorar. O aumento de creches tem beneficiado várias famílias, mas infelizmente temos muitas famílias e mães solos sem vagas nas creches. O incentivo para o estudo também é válido pois muitas crianças saem para trabalhar fora abandonando os estudos. A Lei Maria da Penha avançando é sim algo também para comemorar, mas as leis do feminicidio tinham que ser mais rígidas. Concordo com as políticas de desigualdade de gênero sou favorável a elas. Porque as mulheres ganham menos execendo a mesma função e estão em menor número em diversos setores do trabalho. Precisamos disseminar a fala isso é coisa de mulher ou isso é coisa de homem fazer Concordo com a Ministra que precisamos avançar ainda mais, acredito que estamos no caminho certo." (G1, 40 anos, auxiliar administrativa, PR)
"Não assitir não ! Sou sim, pois o maior público é chefiadas por mulheres e não desmerecendo os homens mais as mulheres são mais vulneráveis e os homens sim tbm tem seu papel não é preconceito mais por mais que lutemos ainda tem desigualdade entre homens e mulheres e o maior público alvo por exemplo no bolsa família é chefiadas por mulheres e sobre absorvente que o governo está dando as mulheres acho super bacana pois tem pessoas.que ainda não tem condições de comprar" (G1, 32 anos, líder de produção, SP)
"Eu apoio sim... Só quem vem da pobreza sabe que um simples absorvente é difícil de as vezes comprar. Temos que ter mesmo essa inserção das mulheres no mercado de trabalho e o combate ao Feminicidio pois os homens acabam tratando a mulher como propriedade."" (G1, 38 anos, administradora, RJ)
"Sim eu assisti, apesar de não gostar desse governo atual, eu concordo nessa questão de política para combater a desigualdade de gênero isso faz com os direitos das mulheres sejam preservados ainda mais hj num País machista, isso mostra que é um grande mérito para muitas mães de família que são de baixa renda." (G2, 27 anos, vendedora autônoma, RO)
"Apesar de tudo eu torço muito para que esses programas der certo, que aja um aprimoramento à prevenção aos feminicidios e violência doméstica em geral, e que essas iniciativas venham pra somar, beneficiar e dá dignidade e com isso combater a desigualdade de gênero e econômica." (G2, 27 anos, analista de sistemas, PA)
"Não sabia deste pronunciamento, não assisti. Mas conheço algumas dessas ações e considero muito boas e importantes para fazer valer a cidadania e o pleno direito de todos." (G2, 35 anos, auxiliar administrativa, RJ)
Muitos participantes evangélicos e alguns de outras religiões, questionaram a temática problematizando-a a partir de um ponto específico: as políticas voltadas para a identidade de gênero.
Para esse subgrupo, as políticas que enfrentam a dicotomia biológica de sexo e ampliam as perspectivas para a diversidade de identidades de gênero não são amplamente aceitas. Certos segmentos evangélicos, por exemplo, as combatem a partir de discursos conservadores. A rejeição à ideia do uso de linguagem neutra (ex: todes) e a afirmação de que mulher é mulher, independentemente da escolha sexual ou de como se veem, demonstraram uma resistência às abordagens inclusivas de gênero.
"Conheço alguns e sou a favor de alguns tambem,eu acho q as mulheres em algumas áreas são melhores e em algumas áreas os homens são melhores e isso deve ser respeitado,mas as mulheres devem sim ter mais direitos pois elas são biológicas mais diferentes,tem o período mestrual,gravidez entre outras coisas q deveriam ser mais respeitados,pois quem é mulher sabe." (G1, 19 anos, estudante, PA)
"Existem alguns programas na cidade onde eu moro que privilegiam as mulheres, Como: aqui tem todo fim de semana a "Feira delas" mulheres empreendedoras eu vejo a questão como positiva, porém, se queremos igualdade de gênero devemos crer também que a mulher mesmo sendo conhecida como "sexo frágil" pode ocupar lugares da sociedade de privilégios, só não pode ultrapassar os privilégios.. Sou favorável a política de igual de gênero contanto que não privilegie só uma parte, mas sim, cuidadosamente torne igual." (G1, 27 anos, professor, AM)
"Sou a favor da mulher ter direito aos benefícios do governo sim e merecem incentivos e para uma preparação também para o mercado de trabalho. Já para a desigualdade de gênero já muito difícil e não concordo. Mulher é mulher, homem homem. Pra essa classe, deve ter uma política específica."" (G2, 44 anos, radialista, DF)
"Estamos disputando espaço com homens que se intitulam ''mulheres'' por culpa do governo mesmo. Sou favorável ao combate a desigualdade de gênero, mas tem coisas que não são relevantes, mulher é mulher independente da escolha sexual, se tiver um útero é mulher. Não sou favorável ao tal de TODES. Isso não existe." (G2, 37 anos, agente administrativo, RJ)
"Não assisti. E sinceramente não vejo melhoria nenhuma para as mulheres no atual governo. Concordo com as políticas de prevenção e melhoria, mas na prática ela não funciona. Em relação a igualdade de gênero eu discordo porque mulher tem que ser mulher, não somos e não devemos ser igualados a homens, temos nossas limitações e características que devem ou pelo menos deveria ser respeitadas." (G2, 35 anos, estudante de pós-graduação , SE)
O posicionamento dos bolsonaristas convictos continuou sendo previsível essa semana. Seguem defendendo a ideia de que Jair Bolsonaro é perseguido pela tríade esquerda-mídia-STF, e que todas as acusações sofridas foram baseadas em evidências fracas, forjadas para tentar incriminá-lo.
Confirmando seu posicionamento fechado com o bolsonarismo, os convictos também seguem reprovando a gestão da economia por parte do Governo, com percepções disseminadas de elevação dos preços, dispêndio de recursos e má administração.
O dado importante a se notar essa semana é a total adesão do grupo de moderados a essas posições “radicais”, algo que pode sinalizar um movimento dentro do bolsonarismo. De fato, essa tendência já estava se manifestando nos relatórios das últimas semanas, mas agora ela se apresentou com força.
A pauta sobre apoio aos ideais feministas nunca havia sido testada no MED e revelou que há uma pequena disposição entre os bolsonaristas a essa defesa, mas bastante irrisória frente aos argumentos contrários, sobretudo quando pautados em princípios conservadores. Como testamos apenas direcionamentos de ordem econômica, assistencial e de segurança a mulher, pode ser que algumas opiniões tenham ficado mais retraídas, não evidenciando de fato o quão conservadores são. Porém, dentro da defesa por direitos igualitários no mercado de trabalho e combate ao feminicídio, há uma adesão a políticas de enfrentamento, superando até a rejeição ao atual governo.
A tese de que os moderados e convictos parecem estar convergindo para uma posição radical precisa ser testada nas semanas por vir e, se possível, com um número maior de grupos e participantes.
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Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
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Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
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Relatório #19 MED
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Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.