Relatório 75

De 4 a 10/11

Temas:

  • Retirada de livros com conteúdo homofóbico.
  • Vitória de Trump.
  • Programa Pé de Meia.
Realização:
Apoio:
Metodologia

O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:

G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.

G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.

G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.

G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.

G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.

Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.

Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.

É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.

O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.

Síntese dos Principais Resultados

Entre os dias 4 a 10/11, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.

Ao longo do período, três temas foram abordados: i) decisão de Flávio Dino sobre retirada de circulação de livros com conteúdos homofóbicos; ii) vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas; iii) avaliação dos resultados apresentados pelo programa Pé de Meia.
Ao todo, foram analisadas 168 interações, que totalizaram 7.161 palavras.

Bolsonaristas Convictos Bolsonaristas Moderados Eleitores Flutuantes Lulodescontentes Lulistas Evangélicos
Retirada de Livros Unanimemente o grupo criticou a decisão, considerando-a uma ameaça à liberdade de expressão e enxergando uma seletividade que favoreceria apenas pautas da esquerda. Houve apoio moderado à decisão, mas com preocupações sobre o excesso de poder do STF e com os gastos de recursos com pautas irrelevantes. O grupo apoiou amplamente a medida como forma de combate à discriminação, embora alguns destacassem que a proibição pode aumentar a percepção de censura. Todos expressaram forte apoio à decisão, vista como necessária para promover igualdade e punir discriminação. Alguns defenderam ainda a penalização dos autores. Os participantes expressaram apoio à decisão de retirada dos livros, com ênfase na proteção das minorias e limites de expressão. Somente os bolsonaristas convictos foram contrários à iniciativa. Os demais, mostraram preocupação com os princípios de igualdade e respeito.
Vitória de Trump O grupo celebrou a vitória de Trump. A maioria acreditava em futuras dificuldades diplomáticas, devido às diferenças ideológicas. Os participantes demonstraram uma visão pessimista, considerando que a diferença ideológica entre Trump e Lula limitaria avanços nas relações bilaterais. A maioria lamentou a vitória de Trump. Alguns avaliavam que as relações econômicas entre os países seriam mantidas. A maioria avaliou que as relações seriam mantidas pela diplomacia, mas temiam que Trump pudesse boicotar o país, devido Lula ter apoiado Kamala. Os participantes avaliaram que as relações poderiam piorar, devido à postura intransigente de Trump. Os evangélicos deram suas respostas de acordo com seus grupos originais de participação.
Pé de Meia Os participantes reprovaram a iniciativa, considerando uma estratégia política para aumentar a presença escolar sem garantir qualidade educacional. O grupo avaliou negativamente o programa. O incentivo financeiro foi criticado como uma motivação superficial, que não resolve a baixa qualidade do ensino público. A maioria desaprovou o programa, enfatizando que a oferta de incentivos financeiros sem critérios de desempenho apenas distorceriam o propósito da educação. A maioria reconhecia a importância do programa para reduzir a evasão escolar, mas o grupo ressaltou a necessidade mais emergencial de melhorias na qualidade do ensino ofertado. O programa foi amplamente apoiado pelos participantes, sendo valorizado como uma medida que ajuda a evitar a evasão. Os participantes responderam de acordo com seus grupos de pertencimento.
Pergunta 88
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (1/11), a retirada de circulação de quatro livros com conteúdo discriminatório contra mulheres e pessoas LGBTQIA+. As obras em questão são esses: Curso Avançado de Biodireito, Teoria e Prática do Direito Penal, Curso Avançado de Direito do Consumidor e Manual de Prática Trabalhista. Entre alguns dos trechos de um dos livros, está a caracterização da causa gay como “prática doentia”. O que vocês acham dessa decisão do ministro?
Censura

Os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) expressaram total descontentamento com a medida, considerando-a uma forma de censura, com ameaça à liberdade de opinião. Alguns mencionaram preocupações com o que percebiam como seletividade na defesa de causas e expressaram que a ação do ministro refletiria uma agenda ideológica. Muitos exemplificaram essa seletividade a partir do programa "Portas dos Fundos", que no passado foi acusado de agredir princípios religiosos, mas não foi censurado.

"Lá se vai a liberdade de expressão. Dino é uma piada, comunista de que se a farinha é pouca o pirao dele primeiro. Essa decisão é pura lacração. Fui ler os trechos e não concordo com a forma escrita, achei vulgar, mas foi assim que o autor se expressou. Anomalia é o que vemos nas paradas lgbtqjajjcjkcjshiakl quando não respeitam a religião é culturas."" (G1, 35 anos, artesã , SC)

"Decisões como essa parecem uma limitação à liberdade de expressão, semelhante a um regime autoritário, pois restringem o direito de manifestar opiniões livremente. Com essa e outras notícias que tenho visto, percebo que aos poucos, infelizmente o comunismo pode estar ganhando espaço no nosso Brasil. 🙁" (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Será que ele vai agir da mesma forma contra quem debocha e faz piada com a religião cristã? Exe: porta dos fundos .. ou a defesa dos direitos será seletiva? Sabemos bem a resposta é tbm qual o plano desta ação.."" (G1, 54 anos, músico, RS)

"O país tem problemas maiores para resolver, se ele for restringir este tipo de conteúdo programas de " Humor" como o porta dos fundos deve ser retirado do ar. Mais vindo deste governo sabemos que não vai acontecer." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)

"Esse Flávio Dino, está querendo aparecer, lacrar com chave de ouro, e ditar regras. Então, essa é a ditadura! Cadê o respeito com as famílias do bem, honesta, cristã? Tanta coisa para se fazer, estão pensando mais na causa lgbt++++ sei lá o que! E também concordo, tirar o porta dos fundos do ar. Duvido! Esse desgoverno está acabando com o Brasil!"" (G1, 64 anos, empresário, PR)

Causa irrisória

Os participantes do grupo 2 (bolsonaristas moderados) apoiavam a adoção de medidas de combate à intolerância. No entanto, predominou uma sensação de que o foco do governo em temas relacionados à defesa de minorias estaria negligenciando problemas que, na visão desses, seriam mais relevantes e urgentes para o país. Esses participantes expressaram uma visão crítica, questionando o papel dos ministros do STF e a relevância de tal decisão.

"Acho corretíssima vamos acabar com o preconceito, e lembrar que cada um têm o direito de ir e vim, independente da sua orientação sexual, ninguém e pior e nem melhor do que ninguém por causa das suas preferências sexuais." (G2, 26 anos, vendedora , AL)

"É sério que estão verificando o conteúdo de livros? Eu, particularmente sou a favor de igualdade, somos seres humanos em primeiro lugar. Agora se isso vai ser útil em alguma instância, eu aprovo." (G2, 43 anos, professora , SP)

"Eu acho que tem tantas outras coisas que precisam ser revisadas, analisadas etc .. Mas enfim, não sei onde tudo isso é relevante ou muda em alguma coisa ."" (G2, 50 anos, auxiliar , SP)

"É um tema de muita complexidade , mas o que posso dizer , é que os ministros do STF ultimamente, tem ultrapassado um pouco do bom senso, fazendo um papel que no geral não é deles" (G2, 26 anos, autônomo, DF)

Apoiam completamente

Os demais grupos (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) apoiaram unanimemente a decisão. Muitos dos participantes expressaram concordância com a necessidade de combater a discriminação e valorizar o respeito aos direitos fundamentais, vendo a ação como um passo importante para reduzir o preconceito. Houve também uma percepção de que, sendo obras da área jurídica, esses livros deveriam ser ainda mais cuidadosos em relação ao conteúdo, considerando-se que o Direito deveria ser uma área dedicada à justiça e igualdade. Alguns participantes mencionaram a necessidade de atualizar as obras para refletir valores mais inclusivos e respeitosos.

"No meu vê acho uma boa decisão. Por mais que não concorde com uma orientação sexual, religião,etc não temos o direito de insetivar discriminação ou atos que possam levar a violência" (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)

"Foi uma decisão ótima. Mas o que mais me espanta é serem livros de conteúdo de direito kkk como em um próprio livro de direitos existe discriminação? Que loucura rs." (G3, 36 anos, autônoma, SP)

"Achei ótimo, medida importantissima que muito mais seja feito pela igualdade de direitos, dignidade e respeito a todos a todas." (G4, 25 anos, babá, RS)

"Acho importantíssimo, esse é um pequeno passo que acredito que vá melhorar bastante ainda, pois todos merecemos direitos iguais, que muito mais seja feito, não só por essa causa maa por muitas outras também ." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)

"Eu acho que a decisão foi muito ajustada foi uma decisão certa pois nenhum material didático que incentive influencia a discriminação contra minorias LGBT mulheres crianças idosos pessoas afrodescendentes não pode ser aceito e não deve ser distribuído

Porque obras discriminatórias podem muito bem influenciar pessoas a cometer atos de violência contra essas minorias

Pois o Brasil já tem muita violência contra minorias sem precisar de uma obra discriminatória sendo distribuída com uma obra dessas com certeza a violência dobraria triplicaria então eu acredito que a decisão de tirar de circulação esses livros foi uma decisão ajustada uma decisão correta e uma decisão visando a segurança dessas minorias"" (G5, 28 anos, auxiliar administrativa, RS)

"Acho ótima essa decisão e concordo 100% com ela! Não existe questão de opinião e de direito de ofender a integridade do outro, mesmo que seja por meio de obra escrita! É necessário ser firme e tomar decisões que garantam a proteção e a dignidade de todas as pessoas, independentemente da crença, raça, orientação sexual, identidade sexual ou qualquer outro aspecto que seja apenas uma decisão pessoal de cada cidadão." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

Pergunta 89
O republicano Donald Trump foi eleito o novo presidente dos EUA. Vocês acham que as relações entre Brasil e Estados Unidos pode melhorar, piorar ou ficará igual? Por que?
Celebraram a vitória

Os participantes dos grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e moderados) celebraram a vitória de Trump, já prospectando o crescimento da direita e a retomada de Bolsonaro no próximo pleito.

Em relação à questão, houve uma certa percepção de que as relações bilaterais poderiam permanecer estáveis ou até se deteriorar, considerando o alinhamento do atual governo brasileiro com uma postura mais à esquerda. Grande parte dos participantes acreditava que a diferença ideológica entre os dois líderes seria um fator de impedimento para uma relação mais próxima e produtiva. A postura mais conservadora de Trump, sua proximidade com Bolsonaro e o apoio de Lula a Kamala Harris foram citados como exemplos de potenciais atritos.

"Qque felicidade em saber que ele ganhou ,olha acho que lula só vai querer fama, mas acho que Trump não irá aceitar ..até pq ele tem o mesmo pensamento que Bolsonaro!!!!! Mas fiquei feliz que ele ganhou"" (G1, 37 anos, professora de educação infantil , SP)

"Fiquei feliz com a Vitória do trump. Acredito que a relação entre os países irá piorar. Trump não vai baixar a guarda para comunistas. Nosso atual governo deve estar no desespero total."" (G1, 35 anos, artesã , SC)

"Com a eleição de Donald Trump, acredito que as relações entre os EUA e o Brasil permanecerão estáveis, sem mudanças significativas. Donald tem uma visão crítica ao estilo de governo de Lula, e isso pode limitar avanços ou aproximações mais profundas entre o Brasil e os EUA, no entanto, essa vitória trouxe muito entusiasmo a nós brasileiros, pois Donald compartilha ideologias semelhantes às defendidas pelo nosso ex-presidente Bolsonaro. Com certeza aqui a direita também vai voltar" (G1, 45 anos, padeiro , PB)

"Fiquei muiito feliz com essa vitória do Donald Trump, se a esquerda brasileira está furiosa é sinal que vai dá bom pro Brasil. Acredito que muita sujeira vai vir a tona, principalmente sobre como o descondenado ganhou a eleição. Muita justiça será feita é só ver como reagiu a militância mundial que não aprovou essa vitória, portanto acredito que tudo vai melhorar a partir de 2025., com o retorno de Bolsonaro"" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu acho q é difícil a relação entre Brasil e EUA melhorar com Trump na presidência. As visões dos dois governos são bem diferentes. Lula tá focado em políticas sociais, ambientais e direitos humanos, já Trump tende a seguir uma linha mais conservadora, com menos foco nessas áreas e mais ênfase em proteger interesses econômicos dos EUA. Acho q Isso pode criar barreiras, principalmente em temas como preservação ambiental e acordos sobre o clima. Penso que a cooperação será limitada, especialmente nesses temas mais sensíveis." (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Com certeza vai piorar, não por causa do Donald,mas por causa do nosso presidente que tem ideais contrário aos dele."" (G2, 54 anos, aposentado, PB)

"Creio que ficará pior. O STF com essa disputa com o "X",.do Elon Musk, que é bem ligado no Trump, não vai ajudar em nada as relações com o Brasil." (G2, 43 anos, professora , SP)

Preocupados com a vitória

Os participantes dos grupos 3, 4 e 5 (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) lamentaram a vitória de Trump e demonstraram preocupação com as posturas políticas por ele adotadas. Muitos destacaram as diferenças ideológicas e pessoais entre Trump e Lula, sugerindo que essa incompatibilidade poderia dificultar a cooperação entre os países.

Houve uma percepção de que temas sensíveis, como meio ambiente e diplomacia, poderiam ser particularmente desafiadores, dada a postura de Trump, vista como menos aberta ao diálogo e às questões ambientais. Porém, em relação aos acordos comercias, a maioria acreditava que esses seriam mantidos.

"Acho que a vitória dele foi péssima para muitos países, incluindo o nosso. O Trump é um maluco, em minha opinião, então vai ter muita briga por aqui" (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)

"A vitória dele vai prejudicar as relações internacionais. Ele é egocêntrico e considera os americanos uma raça ariana , não é adepto ao nosso atual presidente, então vejo que isso afetará as relações entre nosso país e o EUA. Sim, temos relações internacionais com eles, em varios aspectos e isso, com toda certeza irá nos afetar" (G3, 50 anos, pedagoga, RJ)

"Tenho a opinião que a tendência é que a relação entre Brasil e Estados Unidos tendem a ficar mais difíceis devido à linha ideológica e ideias políticas defendidas por Lula. Espero que essa nova relação não traga grandes prejuízos à economia brasileira." (G4, 44 anos, funcionário público estadual, PR)

"Bom eu vi isso e acho bom para os Estados Unidos pois teve até aumento no dólar de um dia para o outro, agora em relação ao Brasil eu acho que nada vai mudar, Donald Trump tem ideias muito diferente das do senhor Luiz Inácio, ou seja, acho que a melhoria vai ser para os EUA, agora sobre o Brasil a relação deles não vai mudar em nada." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)

"Eu tenho pena dos Brasileiros que acham que a vitoria dele é algo bom, ele fala abertamente sobre o quanto quer por pra fora todos os imigrantes e os brasileiros baba ovo acham que sao imunes a isso." (G5, 25 anos, estudante, AL)

"Acompanhei a apuração com atenção e fiquei triste pelo resultado, não só pelo que irá afetar a relação do Brasil com os Estados Unidos, mas principalmente pelo reflexo que essa acontecimento reflitirá em todo o mundo! Quanto ao Brasil, irá esfriar algumas relações políticas, mas nada muda na questão comercial, pois os dois países tem acordos que indenpendem dos presidentes." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

"Se depender do nosso presidente as relações serão boas porque o nosso presidente ele é um diplomata ele consegue estar nas situações e transformar aquelas situações em boas mas se depender do Trumpo eu não tenho tanta certeza pois além dele ter todo esse tipo de política e ideais que são contra as coisas que o nosso presidente apoia ele também era vamos dizer assim chegado ao presidente anterior ao ex-presidente e na realidade o trump só quer uma boa relação com a gente no Brasil se ele tiver alguma coisa ganhar com isso e pudesse fazer o que ele quiser e o nosso Presidente não vai aceitar que ele tem o comportamento que ele quiser então eu não vejo como uma relação boa eu vejo como uma relação tolerável mas que o nosso Presidente vai fazer se tornar uma situação boa"" (G5, 28 anos, auxiliar administrativa, RS)

Pergunta 90
O governo federal anunciou um aumento de 36% da participação de alunos concluintes do ensino médio público no ENEM 2024. Junto à isso celebrou o fato como um efeito do programa Pé de Meia, que oferta incentivos financeiros para os alunos concluírem o ensino médio. Vocês conhecem esse programa? Como avaliam seu propósito?
Programa eleitoreiro

Os participantes dos grupos , 1, 2 e 3 (bolsonaristas convictos, bolsonaristas moderados e eleitores flutuantes) reprovavam a iniciativa. Muitos participantes expressaram ceticismo quanto ao real propósito do programa, apontando desconfiança sobre suas intenções, associando-o a estratégias políticas e alegando que o governo estaria usando o incentivo financeiro como uma forma de manipulação ou para assegurar apoio eleitoral futuro. Além disso, a baixa qualidade do ensino público foi frequentemente mencionada, sugerindo que o incentivo financeiro sozinho não seria suficiente para melhorar os resultados acadêmicos e o desempenho dos alunos no exame.

Para alguns, o aumento da participação no ENEM não foi resultado direto do programa, sendo os dados avaliados como tendenciosos e falsos.

"Eu acho que esse aumento de 36% não tem nada haver com esse pé de meia, e sim alunos querendo aprender, estudar, e país incentivando os filhos. Em vez de ter esse programa, deveriam investir esse dinheiro nas escolas, no ensino da escola pública que é fraco, e falta muita coisa, materiais apropriados para o ensino. Que com esse desgoverno, está difícil de confiar o que nossas crianças estão aprendendo na escola."" (G1, 64 anos, empresário, PR)

"Eu acho isso como uma armadilha pra ganhar eleitores assim que tiver idade pra votar, isso não vai ajudar em nada os jovens, o ensino público é muito ruim, a geração pátria educadora cresceu ignorante não sabe português, matemática, geografia, história e assuntos gerais de política. O único propósito é conseguir o voto de quem vai ficar com 16 anos e vai poder votar só isso."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)

"Eu conheço o programa e avalio como uma coisa muito negativa porque se a gente parar para observar os alunos só foram fazer o Enem e só estão cursando ensino médio por conta do valor que eles estão oferecendo não é um incentivo que passa com que os alunos realmente se interessem pelo estudo iniciação científica ou por um futuro que realmente a classe jovem seja interessada em participar ativamente de novas descobertas especializações graduações. Atualmente a gente vê uma geração muito desinteressada e para mim esse programa ele tem o intuito de fazer com que a grande massa o público menos favorecido se interesse por conta do valor e não por algo que realmente o chamou atenção pro o estudo"" (G2, 24 anos, técnica em enfermagem , RJ)

"Sou totalmente contra esse benefício financeiro do programa pé de meia, o q realmente precisa melhorar é a qualidade da educação na rede publica desde a educação infantil até o ensino medio... O objetivo deve ser preparar o aluno adequadamente para q ao chegar no Enem ele tenha o mesmo nível de preparação dos alunos de escolas particulares... Essa ideia de pagar para estudar é ilógica, o aluno deve ir para a escola para aprender e não pq, se faltar deixará de receber dinheiro. Esse incentivo financeiro pode acabar desviando o objetivo principal da educação, q é o aprendizado. O governo anunciou um aumento de 36% na participação de alunos da rede pública no Enem, mas o q realmente precisamos observar é se esse aumento vai resultar em mais alunos da rede pública conseguindo passar e entrar em faculdades públicas, o q importa não é só a participação, mas tbm o sucesso dos alunos na conquista de vagas nas universidades."" (G2, 43 anos, administradora, GO)

"Eu conheço o programa e não concordo com o propósito do programa, porque ele incentiva quantidade e frequência escolar, mas a aprendizagem é qualidade do ensino ainda deixa muito a desejar."" (G3, 45 anos, professora , MT)

"Conheço o programa sim mais não concordo com o propósito acho que para receber o dinheiro não deveria contar só a presença do aluno mais também deveriam ter notas boas, infelizmente quantos jovens chegam ao ensino médio sem saber o básico ."" (G3, 40 anos, auxiliar de classe , SP)

Aprovam a iniciativa

Os participantes do grupo 4 (lulodescontentes) aprovavam parcialmente o programa, equilibrando pontos de apoio ao incentivo com ressalvas significativas sobre sua execução e propósito. Muitos participantes reconheceram o valor do programa como meio de reduzir a evasão escolar, enquanto outros lançaram críticas quanto à falta de clareza e justiça nos critérios de seleção dos beneficiários e quanto aos efeitos na qualidade da educação.

Os do grupo 5 (lulistas) demonstraram conhecer mais profundamente os objetivos do programa, com diversos participantes destacando seu impacto na permanência de jovens no ensino médio e sua contribuição para evitar a evasão escolar em prol de trabalhos de baixa remuneração.

"Conheço e tenho minhas ressalvas a respeito,pois sei que os alunos precisam de incentivos,mas condicionar isso a dinheiro é que gera minha dúvida,sei que muitos precisam dessa ajuda que podem ser usados na compra de lanches,cadernos e outras coisas mais. Mesmo assim não tenho 100% de certeza se isso contribui para um ensino mais proveitoso." (G4, 49 anos, artesã , CE)

"Eu acho ótimo está iniciativa mesmo achando que estudar deveria ser uma obrigação, mas sabemos que tem vários jovens que param de estudar para trabalhar e ajudar a família, então eu acho ótimo essa iniciativa. Ajuda várias famílias e contribui para um futuro melhor dos jovens hoje." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)

"Conheço e acho o programa importante, porém se não tiver uma efetiva fiscalização, será só mais um programa assistencialista que não tem propósito efetivo." (G4, 37 anos, analista de RH, ES)

"Acho que fui uma boa iniciativa, pois ajuda com passagens , alimentação. Incentivando ainda mais os alunos a estudar ."" (G5, 27 anos, enfermeira, PE)

"Não sabia desses número e fiquei muito feliz ao lê-los! Sobre o Programa "Pé de Meia", o conheço desde que o Lula o lançou, no comecinho do ano! Acho que é uma iniciativa válida para diminuir o número de alunos fora da sala de aula no Ensino Médio, já que muitos realmente precisam trabalhar e ajudar em casa e esse dinheiro vai garantir que eles foquem somente no estudo." (G5, 33 anos, tradutor, SP)

"É muito bom ver esse incentivo na educação, acredito que o programa pe de meia é um dos melhores incentivos para garantir que os jovens nao larguem os estudos para trabalhar e ajudar sua familia." (G5, 25 anos, estudante, AL)

Considerações finais

O tema do combate à homofobia produziu respostas razoavelmente previsíveis dos grupos, com os bolsonaristas convictos assumindo posições mais radicais do que os demais participantes. Enquanto esses viam nos atos de Dino um exemplo de censura e abuso de autoridade, direcionada unilateralmente contra as pautas conservadoras, os demais participantes, incluindo os moderados, viam uma ação necessária ao combate ao preconceito e discriminação. Contudo, mesmo que os bolsonaristas moderados tenham assumido predominantemente essa postura de respeito à diversidade, muitos apontaram que a causa é para eles de pouca relevância, pois preferem que o Ministro se debruçasse sobre questões mais importantes para o desenvolvimento do país.

Por outro lado, o resultado geral demonstra uma ampla aceitação da pauta de combate à homofobia. Inclusive os evangélicos mostraram-se simpáticos a ela, com a exceção daqueles que participam do grupo de bolsonaristas convictos.

A vitória de Trump dividiu as opiniões em relação à satisfação com o resultado, mas a prospecção de futuro foi similar entre os grupos. Embora alguns vissem a vitória de Trump com entusiasmo, especialmente os bolsonaristas convictos, os participantes de todos os grupos expressaram receios quanto a uma possível deterioração nas relações com o Brasil, sobretudo pelas significativas diferenças ideológicas entre Trump e Lula. Os participantes bolsonaristas, dos dois grupos, viam em Lula a incapacidade de se articular para se encaixar nas demandas norte-americanas, enquanto os demais viam o estilo de liderança de Trump com uma preocupação recorrente, com alguns participantes questionando sua diplomacia e interesse em adotar uma postura política global.

Os resultados do programa Pé de Meia não agradaram a maioria dos participantes, por motivos diversos entre os grupos. Os bolsonaristas convictos enxergavam os resultados com preocupações sobre as intenções políticas por trás do programa, avaliado como uma estratégia assistencialista, que visa à obtenção de apoio eleitoral. Os demais (bolsonaristas moderados, eleitores flutuantes e alguns lulodescontentes) expressaram preocupações quanto aos efeitos do programa na qualidade da educação, apontando a falta de incentivo ao aprendizado genuíno, pois um apoio financeiro não solucionaria de fato os problemas estruturais da educação pública brasileira. Somente os lulistas demostraram predisposição para reconhecer os objetivos e bons resultados do programa.

Distribuição da Participação
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Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações

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Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas

Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes

Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura

Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid

Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura

#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres

Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos

Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro

#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró

#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula

Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM

Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa

Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal

Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos

#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana

Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF

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Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro

GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança

Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio

Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar

Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno

Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo

Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS

O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF

Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas

Relatório #19 MED

ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS

Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula

Bolsa família, Laicidade do Estado e MST

Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma

Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola

Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula

Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista

Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro

Julgamento, Cid e políticas sociais

Valores: Marcha, Parada e Aborto

Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro

Monitor da Extrema Direita

As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.

O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.

O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.

Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.

O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.

Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.

O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.

Equipe MDP

Carolina de Paula – Diretora geral

Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.

João Feres Jr. – Diretor científico

Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).

Francieli Manginelli – Coordenadora de recrutamento

Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.

André Felix – Coordenador de TI

Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.