O Monitor da Extrema Direita (MED) se transformou no Monitor do Debate Público (MDP). Na verdade, foi uma expansão do projeto original, que contemplava somente grupos focais contínuos de bolsonaristas convictos e moderados. Tornamos mais complexa a combinação dos critérios de seleção de participantes para produzir quatro categorias de grupos:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 – Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 – Lulistas: votaram em Lula no segundo turno e aprovam sua gestão. Os demais critérios são diversos.
Dessa maneira, o novo Monitor do Debate Público (MDP) será capaz de captar um escopo bem mais amplo da opinião pública e dos fenômenos que regem o comportamento político no Brasil de hoje.
Nossa metodologia permite que os participantes respondam aos temas colocados no tempo que lhes for mais conveniente, liberdade essa inexistente nos grupos focais tradicionais, que são presos à sincronia do roteiro de temas e questões colocados pelo mediador. O instrumento de pesquisa, assim, se acomoda às circunstâncias e comodidades da vida de cada um, reduzindo a artificialidade do processo de coleta de dados e, portanto, produzindo resultados mais próximos das interações reais que os participantes têm na sua vida cotidiana.
É importante salientar que os resultados apresentados são provenientes de metodologia qualitativa, que tem por objetivo avaliar posicionamentos e opiniões. Mesmo quando quantificados, tais resultados não podem ser tomados como dados estatísticos provenientes de amostragem aleatória, ou seja, as totalizações dos posicionamentos de grupos específicos não devem ser entendidas como dotadas de validade estatística mas como dado indicial.
O sigilo dos dados pessoais dos participantes é total e garantido, assim como sua anuência com a divulgação dos resultados da pesquisa.
Entre os dias 11 a 17/11, cinco grupos foram monitorados a partir de suas opiniões sobre questões candentes do debate público. Compõem esses grupos 50 participantes. Todos os grupos foram montados de modo a combinar variáveis como sexo, idade, etnia, renda, escolaridade, região de moradia e religião em proporções similares às da população brasileira.
Cada grupo possui características únicas. São elas:
G1 – Bolsonaristas Convictos: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, aprovam as invasões de 08/01, acreditam que o ex-presidente é perseguido pelas instituições e não assistem à Rede Globo.
G2 - Bolsonaristas Moderados: votaram em Bolsonaro no segundo turno, desaprovam o atual governo, desaprovam as invasões de 08/01, não há consenso sobre o ex-presidente ser perseguido pelas instituições e não rejeitam a Rede Globo.
G3 – Preferências Flutuantes: votaram Branco/Nulo no segundo turno, mas em outros candidatos no primeiro turno. Os demais critérios são diversos.
G4 – Lulodescontentes: votaram em Lula no segundo turno, mas reprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
G5 - Lulistas - votaram em Lula no segundo turno e aprovam a atual gestão. Os demais critérios são diversos.
Evangélicos - Compusemos também um "grupo virtual" formado pela agregação das falas dos participantes evangélicos, a fim de capturar tendências específicas da opinião desse contingente demográfico.
Ao longo do período, três temas foram abordados: i) presença de símbolos religiosos em órgãos públicos; ii) proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala de trabalho 6x1; iii) atentado com bombas em Brasília.
Ao todo, foram analisadas 182 interações, que totalizaram 7.963 palavras.
Bolsonaristas Convictos | Bolsonaristas Moderados | Eleitores Flutuantes | Lulodescontentes | Lulistas | Evangélicos | |
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Símbolos Religiosos | O grupo ficou dividido quanto aos posicionamentos em relação à retirada dos símbolos, mas unanimemente os participantes avaliaram a pauta como um debate desnecessário. | A maioria dos participantes foi contrária à retirada, defendendo a preservação de símbolos como parte da cultura brasileira. | Os participantes apoiavam a causa e a retirada desses símbolos, enfatizando a neutralidade do Estado e a necessidade de respeito à diversidade. | O grupo expressou apoio significativo à retirada desses símbolos, enfatizando a neutralidade do Estado e o respeito à diversidade. | Unanimemente houve apoio à retirada, com destaque para a necessidade de igualdade e neutralidade do Estado, além de críticas ao favorecimento histórico do cristianismo. | Não houve consenso, alguns participantes posicionaram-se a favor da proposição enquanto outros criticaram a iniciativa. |
Fim da Escala 6x1 | Majoritariamente os participantes criticaram a proposta e também Érica Hilton, avaliando que a deputada desconhecia os fundamentos da própria proposição e que tal alteração seria totalmente prejudicial para a economia. | A maioria do grupo aprovou a ideia, apontando maior qualidade de vida para os trabalhadores. Entre os contrários, houve cautela quanto ao aumento de custos para as empresas. | Houve forte apoio à proposta, com destaque para a necessidade de aliviar o desgaste físico e mental dos trabalhadores. Alguns temiam pela potencial redução salarial e impactos no mercado. | O grupo apoiou amplamente o PEC como um avanço social e trabalhista, mas destacou os desafios para preservar a mão de obra dos trabalhadores e amparar as pequenas empresas. | Os participantes defenderam a PEC, vista como essencial para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Alguns se preocupavam com os impactos sobre pequenas empresas e desemprego. | Os participantes responderam à questão emitindo suas opiniões de acordo com seus grupos originais de pertencimento. |
Atentado em Brasília | Os participantes mantiveram-se neutros no tema, afirmando apenas que Francisco tinha problemas mentais e justificando que, por ele também estar insatisfeito com o governo, acabou adotando uma postura radical. | O grupo classificou o episódio como um ato isolado de desequilíbrio psicológico e fanatismo, com ênfase na importância de investigações para compreender as motivações. | Os participantes atribuíram o ato ao extremismo político do país, lamentando a fatalidade do caso. Para alguns, Francisco não teria agido sozinho. | O incidente foi associado ao fanatismo político e aos transtornos psicológicos, com muitos participantes reforçando a importância de investigações e protocolos de segurança mais rígidos. | O grupo destacou o fanatismo político como um fator crescente e perigoso, exigindo punições firmes e melhorias na segurança pública para prevenir novos ataques. | Os evangélicos deram suas respostas de acordo com seus grupos originais de participação. |
Os participantes dos grupos 1 e 2 (bolsonaristas convictos e bolsonaristas moderados) adotaram postura contrária à pauta em debate.
Embora alguns bolsonaristas convictos tenham defendido a laicidade do Estado, o que predominou no grupo foram as críticas ao que foi visto como a irrelevância da pauta em comparação com questões mais urgentes que o poder judiciário deveria priorizar. Entre os contrários ao teor da ação em si, houve descontentamento com o que consideraram uma perseguição à fé cristã, frequentemente associando a discussão a motivações políticas e ideológicas e a uma etapa para a instauração do comunismo.
Entre os bolsonaristas moderados, os participantes justificaram suas opiniões com base no argumento de preservação das tradições culturais e religiosas, destacando a presença histórica desses símbolos nos espaços públicos e argumentando que sua remoção poderia ser uma ofensa à maioria da população. Também houve críticas ao papel do STF, com a percepção de que a pauta estaria desviando o foco de questões mais urgentes para a sociedade.
"Sou contra, porque nosso país é laico, mas a maioria são de católicos e evangélicos. Eles querem tirar qualquer referência religiosa porque no país comunista qualquer símbolo religioso é vetado. E esses ministros do STF com tanta coisa importante para resolver vai atrás de símbolos religiosos, ganham muito para ficar de picuinha com a fé da maioria." (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Sou a favor. O estado é laico e a fé é individual. Só acho que tem coisa muito mais importante a se julgar. É incrível com o STF se submete a questões tão pequenas enquanto o país se afunda." (G1, 35 anos, artesã , SC)
"Sou contra porque a maioria da população brasileira é cristã. Não entendo porque essa perseguição contra a fé das pessoas. Isso só pode vim de um governo de esquerda. Acredito que existem outros problemas mais importantes para serem resolvidos no nosso país. Do que ficar perseguindo a fé dos brasileiros." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)
"Eu sou contra, pois sempre teve essas imagens e nunca atrapalhou, penso que a principal que está nesses lugares é a cruz e Jesus Cristo, então não entendo porque agora tudo vira assunto pra discussão em se ter a liberdade das coisas." (G2, 35 anos, contadora, RS)
"Sou contra; porque esse governo atual resolveu que não quer mais ver crucifixos e imagens em prédios do governo tem a ver com o PT, que quer que todos deixem de ser religiosos, logo vão estar questionando as igrejas e outros locais. Os prédios públicos fazem parte do patrimônio histórico da cidade. Por que será que isto está incomodando o governo com tantos problemas mais sérios para se preocupar. Será que o STF está sem serviço?" (G2, 43 anos, professora , SP)
As respostas dos demais grupos (eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) demonstraram uma predominância de apoio à retirada de símbolos religiosos de órgãos públicos, com os participantes frequentemente mencionando o princípio do Estado laico e a necessidade de neutralidade do poder público diante da diversidade religiosa. Muitos consideraram a pluralidade de foco no Brasil e destacaram que a presença desses símbolos poderia ser interpretada como favorecimento a uma religião específica, o que não seria condizente com a imparcialidade esperada de instituições públicas.
"Eu sou a favor dessa ação. Existem muitas religiões e as pessoas tem liberdade de seguirem o que quiserem, então acho correto uma neutralidade por parte do poder público, pois nenhuma religião é melhor do que a outra." (G3, 37 anos, médica veterinária , PR)
"Acho corretíssimo, se o estado é laico não deve ter exposição de símbolos de qualquer religião nos seus recintos." (G3, 45 anos, turismóloga , RJ)
"Sou evangélica e acredito que não é necessário termos imagens nesses locais, quem quiser professar sua fé, irá fazer sem necessidades de imagens. Foi algo cultural de muitos anos, mas chegou a hora de haver uma atitude mais atual sobre isso."" (G4, 49 anos, artesã , CE)
"Eu não tenho religião, porém acho que não é necessário, temos que respeitar a religião alheia porém não vou em uma cinagóga levar a imagem de jesus por exemplo. Acho que tudo tem seu lugar ." (G4, 27 anos, analista de sistemas , SP)
"Sou completamente a favor!! não tem lógica alguma o brasil ser um estado laico e tudo envolvem o cristianismo, se não me engano, até na constituição possui falas cristãs. o brasil possui muitas culturas e com isso muitas religioes, e a maioria delas são desrespeitas pelos crentes, e essa quantidade de imagens, simbolos e falas em todos os lugares também é uma falta de respeito com os demais." (G5, 21 anos, auxiliar administrativa, RO)
"Sou a favor. O estado deve manter sempre a neutralidade por motivos éticos. O Brasil possui diversas culturas e não seria justo pôr um símbolo e não colocar o outro" (G5, 26 anos, fisioterapeuta , PE)
Os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) e alguns do grupo 2 (bolsonaristas moderados) demonstraram desaprovar a proposta da PEC. Em comum, muitos temiam que a economia fosse abalada por tal mudança, prevendo prejuízo aos empregadores e demissões em massa e/ou aumento de preços como medidas compensatórias, adotadas por esses.
Entres os bolsonaristas convictos a proposta foi refutada também por ser uma iniciativa de uma deputada do PSOL, com fortes críticas às falas de Érica Hilton e envio de materiais que indicariam que a deputada não tinha conhecimento profundo sobre o tema.
"Não pesquisei muito sobre essa Pec. Mas vindo de uma deputada do PSOL, acredito que não será bom nem pro empresário nem pro trabalhador." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)
"Acompanhei o deputado Gayer falando a respeito dessa Pec 6x1, e pelo que entendi não será uma boa opção porque vai ter muita demissão, pois o empregador terá dificuldades de suprir essa mudança de imediato, tem que estudar os dois lados pra saber se vale a pena ou não, olhar só o lado dos trabalhadores pra ganhar votos sem conhecer o lado dos empresários é uma temeridade, porque ficar em casa desempregado e sem salário pra sustentar a família é terrível, acredito que tem que ter muita cautela com o que prometeram em campanha."" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Que coisa mais ridícula, cria uma PEC que saiu do miolo mole e não sabe nem explicar, ainda diz que não fez estudo 🤦🏻♀️" (G1, 55 anos, gerente de serviços elétricos , RJ)
"Vi algumas notícias sobre essa PEC e acredito que é importante observar se realmente haverá vantagens para o trabalhador, uma mudança desse tipo pode trazer dificuldades para os empresários, o que pode resultar em mais demissões, além disso, fico com o pé atrás com propostas feitas por políticos de esquerda, que podem parecer benéficas para o trabalhador, mas que, na verdade, podem acabar causando um aumento significativo do desemprego."" (G1, 45 anos, padeiro , PB)
"Não passa de cortina de fumaça, nem Lula quer a aprovação dessa lei nesse momento, pois sabe que vai gerar inflação e desemprego justamente na época das eleições. Mas essa discussão nesse momento é ótima para o governo, pois tira toda atenção da mídia para assuntos como o corte de gastos, a alta do dólar e da inflação, escândalos ministeriais, Janja gastando milhões pra fazer o "Janjapaluza" etc..." (G2, 43 anos, administradora, GO)
"Eu não vejo isso como algo positivo, a forma que está sendo apresentado esse projeto, eu acredito que vai abrir brechas que irão acarretar tanto trabalhadores e patrões. Eu já vejo e tenho uma ideia oposta a essa da deputada,eu acho muito mais eficiente diminuir as horas trabalhadas por dias,em vez de ser 8 hrs trabalhadas,porque não 5 horas....ou 6hrs" (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)
Os participantes dos demais grupos (3, 4 e 5 - eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) revelaram um apoio significativo à medida, com ênfase nos benefícios que ela poderia trazer para a qualidade de vida dos trabalhadores. Muitos destacaram o potencial impacto positivo da mudança, como maior descanso, mais tempo para a família e melhoria na saúde física e mental dos trabalhadores. Para eles, a alteração representa um avanço social, refletindo as necessidades de um mercado de trabalho moderno, onde as tecnologias e as novas formas de organização permitem maior produtividade mesmo com jornadas mais curtas.
No entanto, alguns participantes enfatizaram preocupações, enfatizando a necessidade de ajustes e ponderações para evitar problemas econômicos e conflitos entre funcionários e empregados.
"Eu acho uma ideia incrível acho que já deveria ter sido implementada antes mas que bom que está sendo implementada essa possibilidade agora eu sei que ainda é uma pec e temos muito o que recorrer para que seja realmente entrar em vigor mas já fico muito feliz e esperançosa pois eu acredito que o trabalhador ele merece ter qualidade de vida ter tempo com a família tempo com os filhos e as empresas adaptando uma melhor escala fica ótimo" (G2, 24 anos, técnica em enfermagem , RJ)
"Acho que é uma proposta valida é necessária. Uma vez que voltamos a um escravidão reformulada. Os empresários, empregadores,abusam de todas as formas: moral, psicológica,realização das atividades e outros. O triste é saber que dificilmente será aprovado" (G3, 37 anos, assistente administrativa , MG)
"É uma ótima iniciativa, já estava na hora de entrar em discussão, e espero que seja aprovada sem prejuízo salarial ao trabalhador. Pois sabemos que no nosso Brasil é raro o trabalhador ter algum benefício sem prejuízo no salário e na aposentadoria."" (G3, 45 anos, professora , MT)
"Sou a favor da PEC e acho que o Brasil só tem a ganhar com essa iniciativa. Mas acredito que em algum momento desse processo, não será aprovado, pois o "poder" do empresariado brasileiro irá impedir o progresso dessa PEC." (G4, 37 anos, analista de RH, ES)
"Eu assisti ontem esta notícia com grande admiração por este projeto desde que não diminua o salário é muito bom o trabalhador ter mais um dia de folga." (G4, 51 anos, professora , RS)
"Eu acredito que essa proposta de alteração na lei do trabalho é essencial para as pessoas não enlouquecerem e perderem suas vidas no trabalho porque chega a ser inviável uma escala trabalhista onde você trabalha 6 dias por semana você descansa um dia por semana e nesse um dia de descanso você está tão cansado que você não consegue aproveitar o seu dia. Vi que teve deputados que foram contra essa lei mas eles estão no lugar de privilégio onde eles trabalham muito pouco e recebe muito mais do que a maioria recebe muito mais do que o trabalhador comum o que eles recebem um mandato dificilmente o trabalhador comum vai receber então essa lei deveria ser votado integralmente porque realmente vai ser favorecido pelas pessoas comuns pelas pessoas que estão sendo devoradas pela escala 6 X1" (G5, 28 anos, auxiliar administrativa, RS)
"EU vi que já tem quórum pra ser votada, fico muito feliz com o avanço dessa PEC, acho ela extremamente justa e necessária para o trabalhador." (G5, 25 anos, estudante, AL)
Pela primeira vez nessa pesquisa, os participantes do grupo 1 (bolsonaristas convictos) não tinham uma narrativa já estabelecida para os fatos. As opiniões expressas refletiram uma diversidade de perspectivas. Muitas pessoas manifestaram desconfiança em relação às informações divulgadas pela mídia e destacaram a necessidade de investigações mais aprofundadas para esclarecer os fatos. O debate também revelou sentimentos de insatisfação generalizada com o cenário político e jurídico do país, associada a um contexto de polarização política, em que figuras públicas e instituições foram fortemente criticados.
Além disso, enquanto algumas pessoas trataram o incidente como um reflexo de problemas psicológicos, outras o relacionaram a um acontecimento contra o contexto político atual, caracterizado por supostas injustiças e autoritarismo. Houve também manifestações de humor e ironia, diminuindo uma tentativa de lidar com o tema de maneira descontraída, mesmo diante de sua gravidade.
"Acompanhei sim ,olha do jeito que o mundo está até eu atacaria 🫣😅😅😅 na verdade nem sei o motivo do ataque ,até pq morto não fala !" (G1, 37 anos, professora de educação infantil , SP)
"A história que ouvi ta bem confusa, mas ele fez o que muitos brasileiros tem vontade e por pouco nao se torna um herói. Parece que ele estava revoltado até com o Bolsonaro. Esperando os próximos capítulos."" (G1, 35 anos, artesã , SC)
"Eu acompanhei e realmente essa história tá bem confusa, é preciso apurar os fatos com muito cuidado. É triste ver o que tem acontecido ultimamente em nosso país." (G1, 50 anos, engenheiro, SP)
"Tenho acompanhado o caso e estou buscando me aprofundar nos fatos, ainda há poucas informações conclusivas, caso ele realmente tivesse a intenção de agir dessa forma, isso indica um sentimento de insatisfação extrema com o que percebia como uma ‘ditadura’ no país acho que não só ele mais a maioria dos brasileiros estão sofrendo com as atitudes desse ministro e desse presidente." (G1, 45 anos, padeiro , PB)
"Estou acompanhando as notícias e de acordo com o que está sendo investigado ele estava passando por problemas psicológicos. E estava muito insatisfeito com o atual governo e STF." (G1, 38 anos, assistente administrativo , AM)
"Não sei nada sobre o caso a não ser o qúe a grande mídia comenta. Como não confio nas opiniões e notícias vindas deste setor, fico no aguardo de maiores esclarecimentos dos fatos para poder me pronunciar."" (G1, 54 anos, músico, RS)
Os participantes do grupo 2 (bolsonaristas moderados) também responderam de modo diverso à questão. Algumas respostas enfatizaram a possibilidade de problemas psicológicos como motivação principal do ocorrido, enquanto outras sugeriram que o evento poderia estar relacionado a um planejamento meticuloso, mas mal executado. Muitas pessoas consideraram o incidente um ato isolado. A desconfiança em relação à cobertura da mídia também foi frequente, com críticas à forma como os fatos foram apresentados, sobretudo por associar o caso com a direita.
"Conheço o assunto,mas não me aprofundei ,por falta de tempo. Para ter tanto explosivos ele realmente queria fazer um estrago grande e com alvos certo, porém ele foi muito infeliz na sua primeira tentativa e fez tudo errado ,do que ele pretendia."" (G2, 54 anos, aposentado, PB)
"Essa pessoa é um fanático, demonstra por tudo que foi publicado por ele mesmo. Um ministro diz que não é fato isolado, eu não concordo. O fato dele se suicidar dessa maneira já demonstra um grande desequilíbrio que ele tinha. Alem disso ele estava sozinho no local. Para mim também demonstra o tremendo despreparo dessa polícia que cuida do STF." (G2, 43 anos, professora , SP)
"Acompanhei, muitas pessoas são radicais até o extremo e não necessariamente fazem parte de algum grupo de terrorista ou algo do gênero ele realmente planejava algo contra o governo porém obviamente o plano dele não deu certo, esse homem era fanático sem dúvidas existem pessoas assim em todos os lados e de uma coisa sabemos praticamente ele não tem ligação com ninguém foi tudo por ele mesmo, realmente parece um casao isolado." (G2, 24 anos, suporte TI, DF)
"Na minha opinião isso é um fato isolado. Percebe-se que o homem está com problemas psicológicos. Aí vejo que uma grande parte da mídia fomentar e conspirar contra aqueles que são de direita. É uma vergonha esse tipo de pensamento,não é legal." (G2, 42 anos, assistente logístico , PE)
As opiniões dos demais grupos (3, 4 e 5 - eleitores flutuantes, lulodescontentes e lulistas) destacaram uma visão amplamente crítica em relação ao uso da violência como meio para alcançar objetivos pessoais, políticos ou ideológicos. Houve um consenso entre os participantes de que atos extremistas como o descrito refletem um cenário de radicalismo e fanatismo exacerbados, associado tanto a desequilíbrios psicológicos quanto à influência de um ambiente político polarizado. As respostas frequentemente apontaram para a necessidade de investigações planejadas para apurar possíveis colaborações e motivações, indicando que o indivíduo não agiu isoladamente e que há fatores mais amplos para serem abordados. Além disso, muitos enfatizaram a fragilidade dos sistemas de segurança, criticando a facilidade com que o indivíduo conseguiu acessar uma área sensível como a proximidade do STF portando explosivos.
"Eu acompanhei um pouco, última reportagem que vi falava sobre a frase que estava no boné achado no trailer até que ele alugava. Frase essa dita muitas vezes pelo Bolsonaro. Quando eu digo que as últimas eleições vieram pra mostrar o mal de todos tem gente que ainda vem fazer discurso. Nenhum político é bom, nenhum. A única diferença é que existe alguns melhores mas com o tempo tudo se corrompe, seja pra se manter no poder ou pela grande quantidade de dinheiro envolvido e qual fácil é o acesso. Então eu não entendo o qual pipolados são esses apoiadores de políticos."" (G3, 29 anos, vendedora , GO)
"Realmente a penúltima eleição colocou muito do mal do ser humano. Esse homem, na minha opinião não agiu sozinho. Ele era um simples Uber, como pagou meses de aluguel em outro estado, aluguel do trailer, como se manteve até o dia de se tornar kamicase? E surreal, e assustador os “homens de bem” fazer uma coisa dessas. Aonde nos chegamos!!!!!? Está ficando insuportável"" (G3, 50 anos, pedagoga, RJ)
"Vi tanto na tv como na internet e achei um absurdo o tanto que o fanatismo leva a pessoa a chegar num ponto desses de tirar a própria vida. Desde o governo passado que a cada dia vemos coisas doidas acontecendo. Ainda bem que ele não conseguiu entrar no local,senão seriam mais vidas perdidas."" (G4, 49 anos, artesã , CE)
"Vi que foi uma tentativa de invasão ao STF e que ele estava planejando a um tempo. Desde os atos golpistas, acho que muito se tem que ter cuidado e a inteligência não abaixar a guarda, pois a qualquer momento pode ter outra tentativa parecida com essas ações." (G4, 37 anos, analista de RH, ES)
"Fica impressionada com a facilidade que ele conseguiu chegar perto com explosivos sem separado por alguns segurança o registado é hoje aqui no como uma falta de segurança interna também onde ele chegou até que ele ponto e não foi interrogado podemos segurança sobre o que estava carregando nem nada é realmente preocupantes tipo de atentado"" (G5, 28 anos, auxiliar administrativa, RS)
"Acompanhei e venho acompanhando esse ocorrido, infelizmente o fanatismo político vem sido cada vez mais claro e mais descarado, é lamentável oque ocorreu." (G5, 25 anos, estudante, AL)
"Eu acompanhei esse caso e os seus desdobramentos! Por isso é tão fundamental a punição dos golpistas do 8 de Janeiro, já que essa impunidade abre margem para futuros novos ataques. Além disso, não fico triste pela morte desse criminoso, já que ele mesmo a provocou. Por fim, penso que esse mal precise ser arradicado na sociedade para que novos ataques não aconteçam." (G5, 33 anos, tradutor, SP)
A questão da laicidade do Estado e da remoção dos símbolos religiosos foi criticada somente nos dois grupos de bolsonaristas, que viam na medida um ato desnecessário, sem qualquer problematização das pautas de diversidade e laicidade do Estado. Para a maioria desses participantes, os símbolos faziam parte da cultura brasileira, não interferiam nos direitos alheios e sua retirada foi avaliada como injusta, por representar a fé da maioria cristã. A visão unilateral desses dois grupos ficou bastante evidente e pode até mesmo ser separada da visão dos demais participantes evangélicos (de outros grupos), que aprovam a iniciativa, reconhecendo os princípios da laicidade e respeito à diversidade religiosa. Interessante observar como os bolsonaristas não conseguem separar as atribuições das esferas de poder, usando o momento para criticar o governo, ao afirmarem ser esta uma pauta da esquerda e ainda um passo necessário para o comunismo.
A análise das opiniões sobre a PEC que propõe o fim da escala 6x1 revelou um debate multifacetado. Os bolsonaristas convictos, únicos a rejeitarem completamente a proposta, claramente o fizeram com base em sua rejeição prévia à deputada federal Érica Hilton e à defesa de discursos da direita, ancorados em falas tendenciosas quanto aos efeitos dessa mudança. Até mesmo os bolsonaristas moderados, defensores da livre economia de mercado, conseguiam apontar alguns benefícios da proposição. Os participantes mais progressistas viam na medida uma pauta de justiça social e uma reforma trabalhista necessária, mas também demonstraram receios em relação à sua implementação, sobretudo pelas previsões fortemente disseminadas de aumento de desemprego e crise econômica, o que indica que a direita tem conseguido impor com mais facilidade ao debate público seus argumentos do que os próprios proponentes da PEC.
O ataque à sede dos Três Poderem em Brasília evidenciou como os argumentos sobre polarização política permanecem vivos no imaginário da população. Em todos os grupos esse argumento foi utilizado, com maior ocorrência entre os participantes mais progressistas, já que, aparentemente, o termo é aplicado como uma prerrogativa de reprovação dos atos da extrema direita. Notório foi também perceber como ainda não havia a disseminação de narrativas prontas entre os bolsonaristas mais convictos, que, pela primeira vez, demonstraram estar desorientados em suas respostas, sempre muito convergentes, mas, que nesse tema, foram bastante evasivas e diversas.
Retirada de livros com conteúdo homofóbico.; Vitória de Trump.; Programa Pé de Meia.
Fragmentação da Direita; Anulação de condenações da Lava-Jato; Reunião de Lula com governadores
Participação do Brasil no BRICS; Mudanças de candidato no 2T; Caso Gustavo Gayer
Privatização de estatais; Fake News nas eleições; Eleição de policiais e militares
CPI das apostas online; Aumento da pena para crimes contra a mulher
Decisão do voto: Direita x Esquerda; Voto no PT; Campanha 2024 e expectativas; Avaliação dos Resultados
Descriminalização das Drogas; Ens. Religioso; Escola cívico-militar; Aborto; Prisão de mulheres que abortam
Violência entre Datena e Marçal; Regras do debate eleitoral; Definição do voto
Manifestação convocada por Bolsonaro; Atuação de Marina Silva; Prisão de Deolane
Suspensão do X (antigo Twitter); Queimadas florestais; Acusações sofridas por Silvio Almeida
Semana Temática: Bolsa Família; Auxílio Brasil; Privatização das Estatais
Pablo Marçal; Folha contra Moraes; Suspensão das Emendas
Temático: Casamento Homoafetivo; Adoção por casal Gay; Cotas Raciais
ESPECIAL ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Interesse pelo Pleito; Gestor Ideal; Apoios de Lula e Bolsonaro
Temático Segurança: Porte de Armas; Pena de Morte; Redução da Maioridade Penal
Desistência de Joe Biden; Declarações de Maduro; Declarações de Tebet
Atentado contra Trump; Cotas na Política; Fala de Lula
Espectro ideológico; Avaliação do Governo Lula; Isenção de Multa para Irmãos Batista
Saúde de Pessoas Trans; Lula e o Câmbio; Indiciamento de Bolsonaro
Aumento para os Procuradores de SP; Descriminalização da Maconha no país; Golpe na Bolívia
Lula no G7; Críticas de Lula ao BC; PL dos Jogos de Azar
Eleições nos EUA; Arthur Lira e o Conselho de Ética; PL 1904
Parada LGBT+; Terceirização da Escola Pública ; Escolas Cívico-Militares
Acusações contra Zambelli; PEC das Praias; Veto à criminalização das Fake News
Benefício Emergencial no RS; Absolvição de Moro; Imposto sobre Importações
Fake news da tragédia; Fala de Eduardo Leite; Fuga de condenados bolsonaristas
SEMANA PETROBRÁS - Privatização, Desenvolvimento e Meio Ambiente
Saídas Temporárias, Condenações de 8/1, Atuação de Presidentes em Calamidades Públicas
Manifestação pró-Bolsonaro em Copa, Novos programas para pequenos empresários e empreendedores; Elon Musk e Alexandre de Moraes
Caso Marielle; Comissão de mortos e desaparecidos; Percepções sobre a ditadura
Taxação dos super ricos; Fraude na carteira de vacinção; Áudios de Cid
Segurança Pública em SP; Nikolas na Comissão de Educação; 60 anos da Ditadura
#Diário Gal Heleno #Economia #Pautas para Mulheres
Manifestação pró-Bolsonaro; Isenção tributária a entidades religiosas; iii) Mudanças nos mandatos
Guerra do Iraque; Vacinação da Dengue; Vídeo de Bolsonaro
#Investigações do Golpe #Fuga dos Detentos de Mossoró
#Aproximação entre Lula e Tarcísio de Freitas #Avaliação de Bolsonaro #Avaliação de Lula
Abin e Alexandre Ramagem; Carlos Bolsonaro e espionagem; Erros no ENEM
Percepções sobre a vida atual, Eleições municipais, Programa
Janones, Declarações de Lula sobre Dino, Indulto de Natal
Falas de Michele, Auxílio a Caminhoneiros e Taxistas, Apoios de Criminosos
#Dados do desemprego no Brasil #Colapso ambiental em Maceió #Disputa entre Venezuela e Guiana
Fim das Decisões Monocráticas, Morte de Clériston Pereira, Dino no STF
#Pronunciamento de Janja #Redução dos custos das Passagens Aéreas #Redução dos custos dos Combustíveis
Militares na Política, Privatizações, Dama do Tráfico no Planalto
#Déficit Zero na Economia #Gabinete do Ódio #Redação do ENEM
Desvio de Armas, Jair Renan na Política, 2a. Condenação de Bolsonaro
Veto dos EUA, Milei, Violência no Rio de Janeiro
GUERRA: Crianças, Resgate de Brasileiros, Conselho de Segurança
Violência no RJ, Fake News da Vacina, Oriente Médio
Inclusão de Pessoas Trans, Grampos de Moro, Conselho Tutelar
Golpismo renitente, Canais de informação bolsonaristas, Gal. Heleno
Rede Globo, Jair Renan, Casamento Civil Homoafetivo
Desfile da Independência, Operação Lava Jato, Desastre no RS
O silêncio de Jair e Michele, Hábitos de Consumo de Informação, Voto Secreto no STF
Zanin, Faustão e a Taxação das Grandes Fortunas
Relatório #19 MED
ESPECIAL: O CASO DAS JOIAS
Tarcísio, Zema, Avaliação 7 meses do Governo Lula
Bolsa família, Laicidade do Estado e MST
Taxação de fundos exclusivos, Marielle e Porte de Arma
Escolas Cívico-Militares, Ataque a Moraes e Desenrola
Tarcísio vs. Bolsonaro, Lula no Mercosul e Aprovação de Lula
Condenação, Plano Safra e Inércia Bolsonarista
Julgamento, PIX e Condenação de Bolsonaro
Julgamento, Cid e políticas sociais
Valores: Marcha, Parada e Aborto
Temas: Zanin / substituto de Bolsonaro
Meio Ambiente
Monitor da Extrema Direita
Os temas da semana são: (1) Investigações sobre os depósitos an
As técnicas tradicionalmente utilizadas para investigar a opinião pública são os surveys e os grupos focais. Ambas são muito úteis, mas têm com limitações da ordem prática e orçamentária, particularmente se deseja realizar um monitoramento contínuo.
O Monitor do Debate Público (MDP) é baseado em uma metodologia inovadora para monitorar de modo dinâmico a opinião pública e suas clivagens no que toca temas, preferências, valores, recepção de notícias etc.
O MDP é realizado por meio de grupos focais de operação contínua no WhatsApp, com participantes selecionados e um moderador profissional.
Assim como na metodologia tradicional de grupos focais, os grupos contínuos no WhatsApp do MDP permitem que o moderador estimule o aprofundamento de temas sensíveis e difíceis de serem explorados por meio de pesquisas quantitativas ou mesmo pela aplicação de questionários estruturados.
O caráter assíncrono dos grupos do MDP, possibilitado pela dinâmica da comunicação no WhatsApp, permite respostas mais refletidas por parte dos participantes, o que é adequado para eleitoral, dado que o voto é também uma decisão que demanda reflexão.
Por sua natureza temporal contínua, grupos focais do MDP são propícios para criar situações deliberativas, nas quais as pessoas se sentem compelidas a elaborar suas razões a partir das razões dadas por outros participantes do grupo.
O telefone celular é hoje o meio mais democrático e acessível de comunicação. Assim, a participação nos grupos do MDP não requer o uso de computador ou mesmo que os participantes interrompam suas atividades para interagirem entre si.
Doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Coordenou o IESP nas Eleições, plataforma multimídia de acompanhamento das eleições 2018. Foi consultora da UNESCO, coordenadora da área qualitativa em instituto de pesquisa de opinião e big data, atuando em diversas campanhas eleitorais e pesquisas de mercado. Realiza consultoria para desenho de pesquisa qualitativa, moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade. Escreve no blog Legis-Ativo do Estadão.
Mestre em Filosofia Política pela UNICAMP e mestre e doutor em Ciência Política pela City University of New York, Graduate Center. Foi professor do antigo IUPERJ de 2003 a 2010. É, desde 2010, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ). Coordenador do LEMEP, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Cientista Social e mestre em Sociologia pela UFPR, com experiência em relações de consumo e estratégias de comunicação. Possui formação em UX Research e cursos de gestão e monitoramento de redes sociais e estratégias eleitorais, mídias digitais e gerenciamento de redes. Possui experiência em pesquisas de mercado e campanhas políticas. Realiza moderações e análises de grupos focais e entrevistas em profundidade.
Mestre em Ciência Política pelo IESP-UERJ. Tem experiência em planejamento e desenvolvimento de sistemas computacionais de pequeno e médio porte, manutenção de servidores web e possui especialização em modelagem e implementação de bancos de dados relacionais.